2008 começa antes do Carnaval
Blog Lucia Hippolito
Pelo visto, janeiro promete.
O ano político começa mais cedo, encurtando as férias de suas Excelências.
O presidente Lula já desistiu de tirar uns dias de descanso, porque o governo precisa consertar o desastre provocado pela edição do pacote de aumento de impostos – e sobretudo, pela catástrofe que foi o anúncio das medidas.
É preciso ainda pacificar a base aliada, em franca rebelião diante da ameaça do governo de cortar as emendas parlamentares.
Justo em ano de eleição municipal. Só na base aliada, cerca de 150 deputados e senadores são candidatos a prefeito. Para estes, as emendas são vitais.
Mas a ameaça do governo é só isso mesmo: ameaça.
O governo pode contingenciar os recursos das emendas parlamentares depois de sua aprovação, para usá-las como moeda na negociação com senadores e deputados -- como, aliás, vêm fazendo todos os governos, desde Pedro Álvares Cabral.
Mas o governo não tem poder de cortar emendas na fase de discussão do Orçamento – esta prerrogativa pertence ao relator da Comissão Mista de Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE).
Portanto, a ameaça do governo é inteiramente gratuita.
E, já ensinava o dr. Tancredo, em política todo ato gratuito é um erro.
O governo federal tem duas preocupações urgentes. Primeira, garantir a aprovação da MP que aumenta a alíquota da CSLL.
Para isso, precisa pacificar a base e parar de afrontar a oposição. Não podemos esquecer que a MP precisa ser aprovada dentro do prazo, na Câmara e no Senado.
A segunda preocupação é com a aprovação do Orçamento, que a oposição ameaça obstruir.
Para isso, é preciso recompor minimamente as pontes de entendimento com a oposição.
Esta, por sua vez, também precisa afinar o discurso e as estratégias para reagir ao governo.Por isso, repito: janeiro promete.
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