Fonte: Jornal do Brasil
Castigado com a nomeação para o posto de adido da Abin em Portugal, o delegado Paulo Lacerda não tem motivos para morrer de saudade do Brasil. Ganha um dinheirão em dólares para descansar na embaixada em Lisboa. Dessa vida que todo mundo pede a Deus desfrutam, espalhados por 32 países, mais dois adidos da Abin, 63 adidos militares, sete adidos policiais e três adidos tributários e aduaneiros. O governo acha pouco. Até o começo de 2010, serão 101 os que foram dispensados da escala no Instituto Rio Branco para pousarem em 34 países. Aguardam a chamada para o embarque outros 17 adidos policiais e nove adidos agrícolas – cargo inventado a quatro mãos, em maio de 2008, pelo presidente Lula e pelo ministro Reynhold Stephanes.
Os salários mensais vão de US$ 9 mil a US$ 17 mil (ou de R$ 19.800 a R$ 37.400, se convertidos em moeda nacional). Com o aumento da tribo, a folha de pagamentos engolirá, a cada 30 dias, mais de R$ 2,2 milhões. Stephanes garante que o país sairá no lucro. "Os Estados Unidos têm adidos agrícolas há mais de 50 anos", exemplifica. O orçamento americano é infinitamente maior que o brasileiro há mais de 200. "Em Bruxelas, o adido acompanhará as negociações dos interesses bilaterais com os 27 países-membros da União Europeia", anima-se Stephanes. Os gastos com os adidos ficam por conta do ministério que os indicou. O Itamaraty só cuida do curso que ensina um monoglota a gaguejar em língua estrangeira.
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