"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Lula no Sambódromo

E o mundo não se acabou...


Fonte: Blog Lucia Hippolito

"Depois de muitas idas e vindas, o presidente Lula veio ao Sambódromo para assistir ao primeiro dia de desfile das escolas de samba do grupo especial. Torcedor da Beija-Flor, o presidente foi convidado para ser padrinho de casamento de Neguinho da Beija-Flor.

É, a cerimônia aconteceu ontem, no recuo da bateria, com direito a juiz de paz e tudo. Grande Neguinho!

Lula estava com medo de vir ao Rio. Veio para comícios no morro dona Marta, por exemplo, mas era um ambiente absolutamente controlado. O batalhão precursor chegava antes, checava as condições de segurança, garantia que a platéia seria inteiramente a favor. E aí o presidente chegava e fazia seu discurso.

Mas a um estádio de futebol, por exemplo, o presidente não compareceu mais, desde a estrondosa vaia que recebeu no Maracanã, na abertura dos Jogos Panamericanos de 2007. Vaia feia mesmo. Lula nem quis abrir oficialmente os jogos, com medo de nova onda de vaias.

Autoridades gostam de aplausos. Ponto.

Mas as vaias também fazem parte da vida. Nem sempre se pode agradar a todos, felizmente. Democracia é a convivência de contrários. A vaia também é democrática.

O fato é que o presidente ficou traumatizado. Acostumado a índices estratosféricos de popularidade, incensado por um e por todos, o presidente não esperava ser vaiado daquela forma.

Esqueceu-se da máxima de Nelson Rodrigues: "O Maracanã vaia até minuto de silêncio."

Mas ontem correu tudo bem. O povo simplesmente desconheceu a presença de Lula, e o presidente pôde ficar em paz, apreciando o belíssimo espetáculo. Não houve vaias, não houve aplausos.

E olhem que o Sambódromo é um teste dificílimo. Ser aplaudido ali não é fácil.

O último presidente da República a pisar o Sambódromo foi o ex-presidente Itamar Franco. Aplaudidíssimo!!!

Até que se descobriu por quê: estava acompanhado de uma modelo vestida só com uma camiseta, sem roupa de baixo.

Alguns políticos se aventuram a percorrer a Sapucaí a pé. Coisa complicada. Só vi dois serem realmente aplaudidos: Fernando Collor, então governador de Alagoas, no carnaval de 1988, se não me engano.

E Aécio Neves, no canaval de 2004, quando a Mangueira homenageou Minas Gerais.

Por isso mesmo, foi muito boa a passagem do presidente pelo Sambódromo. Carioca é irreverente, não tem temor pelas autoridades. Mas respeita as celebridades, que podem passear em paz pelo Rio.

Foi o que aconteceu com o presidente Lula. Nem aplauso, nem vaia. Nada."

Foto/Montagem: Blog the passira news

Vaia não pode, mas tomar umas e outras...

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