Cada exemplar custa cerca de mil euros para Portugal e o dobro para o estrangeiro
O cão de água português, antigo companheiro de pescadores, ganhou popularidade inesperada ao tornar-se o eleito de Barack Obama, uma moda que faz os apaixonados pela raça temer pela sua pureza.
"Tem sido uma loucura, já tenho reservas pagas para o próximo ano", disse à Lusa Carlos Moreira, de Santo Tirso, que vende cada exemplar a mil euros, se for para ficar no país. Para fora é quase o dobro. "No dia em que saiu a notícia, à hora de almoço tinha uma ninhada completa, antes do jantar já não tinha nada", contou, recordando o momento em que o cão de água português ganhou destaque nos EUA.
A procura disparou. Um "boom" destes nunca aconteceu entre desconhecedores da raça, assegura. Recebe diariamente telefonemas e e-mail de pessoas que já só querem saber o preço, descurando as características do cão. "Agora é moda", afirmou, indicando que o interesse se tem manifestado tanto por parte de portugueses como de estrangeiros.
"Há estrangeiros que me dizem que têm um Ferrari, um iate e um cão de água. É muito conhecido lá fora", diz, sublinhando tratar-se de "um cão soberbo". Não antevê problemas com a raça, desde que haja equilíbrio e bom senso na criação.
Mas há quem já tenha assistido a modas idênticas e maus resultados.
Maria João Pulido, coordenadora de bem-estar animal, diz que já aconteceu com os cocker, os huskie e os labrador, que acabaram por perder qualidades devido a cruzamentos menos escrupulosos para alimentar a procura, chegando-se ao ponto de cruzar animais da mesma família. Diz ainda que muitas pessoas compram um cão sem saber o que estão a fazer e adverte que, apesar da aparência, o cão de água "não é um peluche". É por tradição um cão de trabalho, precisa de exercício e companhia.
Matéria completa: Público
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