"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, maio 21, 2009

Lula, de industriário a manequim

Resumo da construção de um farsante

Fonte: Blog Maria Helena

São duas fotos. Duas fotos do mesmo homem: na primeira, barbudo, um bigodão mal cuidado, cara amarrada, carrancuda.

Na segunda: o mesmo homem, trajando um belíssimo terno Armani, com uma gravata de seda italiana combinadíssima com tudo. O cabelo bem penteado, o rosto e a testa devidamente botocados, inteiramente repaginado, gargalhando, ele compõe a imagem de um perfeito dândi, nada lembrando o Lula da primeira foto.

Essa é a do Lula dos quase 100% de popularidade.

É obvio que o que o torna popular não é o terno nem o botox, nem o penteado cuidadosamente feitos pelo esquadrão de esteticistas e cabeleireiros à disposição do Planalto. Ajuda muito. A origem de índices tão elevados, depois dos escândalos do Mensalão, dos Correios, do Votorantim, da Camargo Corrêa, da Br-Oi, dos escândalos de ontem, dos da semana passada e do mês passado, é o que nos intriga e o que nos leva a especular.

Viram como, hoje, enumerar todas as roubalheiras e falcatruas do governo Lula só prejudica o texto ? Jornalistas não fazem mais isso.

Quem arriscar uma resposta pode ter a certeza de que não estará distante da solução desse mistério.

O “cara” não é o da foto de 1978, que tinha tanto carisma quanto um guarda-chuva fechado. Pode-se fabricar um homem carismático ? Claro que não. Quem concordou com isso embarcou numa canoa furada porque no mundo da política tudo é possível.

Quando essa desgraça começou ? Alguém tem uma idéia? Quem foi o mentor intelectual dessa empulhação?

Não lembro quem foi seu marqueteiro nas eleições para Deputado Federal. É certo porém, que naquela época ele ainda exibia uma certa humildade e acolhia recomendações e sugestões do Suplicy, do Mercadante, de Dona Marisa, etc.

Com o início das campanhas presidenciais o homem deu uma guinada de 360º , conforme diz a primeira-dama. Conservava, contudo, o jeito grosseiro, vulgar e mal-educado de sempre. A experiência do PT na voracidade política ainda não era larga o suficiente para contratar um marqueteiro de 1ª linhagem. Aqui, entram em cena os banqueiros e industriais, principalmente, que já farejavam a insatisfação popular com o FHC e jogaram muitíssimas fi$has no candidato da oposição. A emblemática frase de Lula “só concorro se não houver nenhum tipo de limitação financeira” foi a senha para que as prefeituras administradas pelo PT tocassem o barata voa nas concorrências, nos superfaturamentos e nas comissões. Dólares do exterior, e há quem diga de Cuba e das Farcs também, irrigaram fartamente os itens de despesas rubricadas internamente como Caixa 2. Afinal, “lá no Brasil isso é comum, todos os partidos fazem isso”. Surge em cena um nome novo: Delúbio Soares. Mas isso é papo para outro chope.

Obama mostrou em Londres seu desconhecimento em relação ao Brasil: “O cara” não é o Lula. Lula é só o manequim, o alter ego do Duda Mendonça. Sua primeira intervenção pigmaliônica foi quando, na campanha eleitoral, depois de uma semana de imersão em um spa metrossexualizante, o publicitário liberou para o Brasil e cuíca para o mundo, o “Lulinha, Paz e Amor”. Ternos bem cortados, unhas limpas, cabelos e barbas milimetricamente aparados fizeram por merecer uma foto de meia página de O Globo, com a cabeça apoiada nos braços dobrados, apresentando o Rolex. Gatinho mesmo. Duda era “o cara”. Roupa e homem nunca se sentiram tão bem um com o outro: “na verdade nunca me senti confortável dentro de um macacão de operário. Sempre me vi usando paletó”. O primeiro sonho estava realizado !

Não sei se o Duda algum dia pensou em ser presidente da República, mas por um breve tempo depois das eleições que ganhou, ele deu as cartas no Palácio do Planalto. Não tinha prá ninguém; nem para Zé Dirceu. Nada era feito sem passar por ele. Lembram do Fome Zero, para o qual Giselle Bündchen deu um cheque de 50 mil e o cheque ficou meses e meses sem ser depositado porque ninguém sabia onde depositar? Não interessava mais, a propaganda já estava feita.

Naquela época, Duda brincava com o poder que tinha. Os subprogramas do Fome Zero, que renderam, chutados, 50% da popularidade do precocemente aposentado presidente, refletiam a alegria da garotada sindicalista que comia e se lambuzava nos doces da viúva: Mesa, Prato, Faca, talvez Colher, Garfo, Escumadeira, Sacarrolhas, etc. esses eram os nomes. Coisa dos escoteiros mirins.

Naquele tempo a alegria juvenil ficava na copa e na cozinha; ainda não tinha adentrado os quartos, escritórios e cofres do poder. Duda Mendonça, já então contratado para permanecer a serviço do todo-poderoso, viu seu poder abalado pela Crise dos Galos, quase se tornando persona non grata em Brasília. O cinismo e a desfaçatez ainda não tinham tisnado a alma daqueles jovens idealistas. Perto de fora-da-lei, não ! Mais tarde, com a turma já devidamente doutrinada pela moral palaciana, Duda deu outro fora. Pensou no idealismo que conhecera e resolveu falar a verdade, pensando que isso era à vera. Quase cavou a cova do amigo covarde que lhe virou a cara. Duda Mendonça não entendera nunca o espírito da coisa. Passe daqui prá fora ! Mas isso é papo agora para os pastéis.

Ainda bem que Duda Mendonça já confeccionara o mapa do tesouro a ser trilhado pelo rei-presidente. Já poderia ser descartado, como tantos outros que atrapalhavam a foto. A primeira medida foi introduzir o vermelho na logomarca do governo estreante: “agora todos vão identificar o Brasil com o PT”. A segunda, as ações do governo se identificarão sempre com a pessoa de Lula. Ministérios não terão autonomia de dentro para fora. Em qualquer declaração ao público sempre deverá ficar evidente a intervenção do presidente Lula: "O presidente Lula, está estudando qual tecnologia deveremos utilizar no processo de fissão nuclear em nossas usinas atômicas”; "O presidente Lula está refletindo sobre as conseqüências econômicas para nosso país dos movimentos separatistas dos rebeldes do Quaquaquistão”.

Não é que exista tanta gente brilhante no governo, mas é decididamente ridículo que os ministérios não elaborem raciocínios, decisões, programas, projetos, estratégias de governo. Tudo depende do onisciente e salomônico raciocínio do nosso guia. Mas, o que fazer ? seu Duda disse prá cima; seu Duda disse prá baixo....E o homem gostou da idéia !

Não será permitido jamais que o presidente se manifeste sobre coisas que eventualmente não vão bem em seu governo: Educação ? Nunca ! Saúde ? Jamé ! Segurança Pública ? Você é amigo nosso ou é FHC ? Estradas ? na-na-ni-na-não ! Qualquer tipo de ação positiva, sempre será do presidente Lula. Quando for cortar, tirar, reduzir, será sempre por culpa de uma entidade chamada equipe econômica.

E tem mais: Não se preocupem se o biodiesel de mamona foi uma enganação, se o Primeiro Emprego é brincadeirinha, se o Banco Popular é uma piada ou se vamos construir UM MILHÃO de casas ! Depois que o presidente anunciar, ninguém vai cobrar. E os índices dele já estarão lá em cima ! Descer, não desce. A campanha do pré-sal está aí para provar isso.

Última recomendação, gafanhotos: “O presidente nunca, jamais, em tempo algum, poderá pronunciar, nem de brincadeira, as palavras VERDADE e TRABALHO. Elas chamam atenção e o povo brasileiro pode descobrir que Lula brigou com elas no dia em que subiu pela primeira vez num caminhão de som.

Quem sabe Duda não volta para fabricar uma nova presidente !

Dalton Ladeira

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