"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, março 11, 2009

“Elle” está de volta


Ironias da história -- ou as voltas que o mundo dá

Fonte: Lucia Hippolito

Fernando Collor apresentou na campanha presidencial de 1989 uma das mais sórdidas peças de propaganda negativa de que se tem notícia no marketing político: ficou tristemente conhecido como o "episódio Míriam Cordeiro". Foi peça importante, embora não determinante, para a derrota de Lula no segundo turno das eleições.

Na presidência, Collor e seu sócio PC Farias montaram um esquema delituoso (hoje se diria "uma sofisticada organização criminosa"), que culminou na CPI do PC Farias. Nessa CPI tiveram atuação destacada os então deputados José Dirceu e Aloísio Mercadante (ambos do PT), que contaram com a preciosa e utilíssima atuação de Waldomiro Diniz, então ex-funcionário da Caixa Econômica Federal e com fortes vínculos com o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal.

Essa CPI constituiu peça fundamental para o impeachment de Fernando Collor pela Câmara dos Deputados e depois para o seu afastamento definitivo da presidência, em julgamento no Senado Federal.

Collor foi cassado por oito anos, mas não foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Não por ser inocente, como gosta de alegar o ex-presidente. Mas porque o STF não encontrou provas suficientes nos autos para condená-lo. A opinião geral, inclusive de alguns ministros do Supremo à época, foi de que o inquérito produzido pela Procuradoria-Geral da República era inepto. Em português claro: incompetente. O então procurador-geral Aristides Junqueira produziu uma peça bisonha, para dizer o mínimo.

O fato é que Fernando Collor cumpriu seu período de cassação, candidatou-se a senador e foi eleito pelo povo de Alagoas.

Ironias da História. Aristides Junqueira foi contratado pelo PT (e pago com dinheiro do mensalão) para zelar pela imagem do partido no inquérito sobre a morte do prefeito petista Celso Daniel, de Santo André. Foi justamente o pagamento ao escritório de Aristides Junqueira o fato de demonstrou que o dinheiro que passava pelas mãos de Marcos Valério era utilizado muito mais do que simplesmente para caixa 2. Pagou escritórios de advocacia, jatinhos, charutos cubanos, festas com garotas de programa, entre outros mimos.

Ironias de História 2. Fernando Collor elegeu-se presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado com as bênçãos do Palácio do Planalto (e a aprovação do presidente Lula), atropelando a indicação do PT, a senadora Ideli Salvatti, fiel escudeira do Planalto.

Agora Fernando Collor controla os projetos do PAC que passarão pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Tornou-se uma das peças mais importantes da base aliada do presidente Lula.

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