"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, junho 23, 2011

O feirão do carro roubado

POLÍTICA O feirão do carro roubado


A política de bolsas do governo federal vai longe. Quando não é para a África, é para o árido altiplano andino. É bolsa-Itaipu, é bolsa-dívida e o sistema de meritocracia: quanto mais tirano for o companheiro, mais recurso receberá.
Evo Morales, por exemplo, basta que embargue a voz e lá se vai uma parte da riqueza nacional. Foi assim ao tomar usina da Petrobras e permanece assim no caso dos veículos roubados aqui e esquentados pelo índio fake.
Inaugura-se nova era na América Latina pós-Foro de São Paulo: a transferência de renda entre “nações”. Precisamente, do salário do brasileiro para o balancete do ditador aliado.
Após Evo assinar decreto em 10 de junho garantindo prazo para oficializar produtos de crimes que circulam na Bolívia, subiu o número de feirões de veículos a céu aberto próximo à fronteira entre o estado de coisas e o estado-delito.
Um automóvel que pela tabela Fipe custa R$ 27 mil no Brasil é encontrado por R$ 5,6 mil nas robautos incentivadas por Morales. Por outros R$ 3 mil o receptador travestido de consumidor o legaliza com o jamegão do companheiro de Lula.
Se Evo estipulou seu quinhão, o cidadão daqui paga o preço. Os reflexos estão no bolso, no corpo, na mente, com o trauma psicológico, a dor física, a impunidade, o sofrimento. Quem ainda não foi assaltado, é vítima no aumento dos valores de seguros para evitar prejuízo maior quando for – não é praga, mas interpretação dos dados.
No triângulo da morte, de um lado o carro é roubado, do outro se transforma em cocaína e derivados (crack, oxi) e na base estão a violência, os danos ao futuro dos jovens, os estragos na Saúde, a demolição da paz nas ruas e nas famílias.
A presidente Dilma Rousseff “agiu” em defesa da soberania e – com a presteza dispensada pelo STF no caso Battisti – escalou 500 homens do Exército para proteger os 3.400 km de ligação entre os dois países. Em turnos, cada soldado vai cuidar de 14 km de mata fechada, rios e estradas vicinais, sem estrutura, sem nada além da coragem.
Até o mês passado, os veículos aéreos não-tripulados, adquiridos a peso de ouro, permaneciam no chão, sem combustível. Faltam também comida (vai dispensar quase metade de seus recrutas) e munição (cortar 50% dos exercícios de tiro), e sobra perigo (suspendeu os exercícios de adestramento).
Uma pena o Brasil não retaliar a Bolívia com o mesmo destemor usado na defesa de terroristas. O governo não protege o território nem seus habitantes. Conspurca-se entre os déspotas como se o dinheiro público não tivesse dono e como se o proprietário dos bens privados dos brasileiros fosse o amigo do alheio à espreita na outra margem da fronteira.

Enviado por Demóstenes Torres - 22.6.2011 | 16h09m

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)

terça-feira, junho 07, 2011

Veja lança a última pá de cal sobre Palocci



A cabeça de Palocci mal se sustenta no corpo

A revista Veja dessa semana dá o tiro de misericórdia no moribundo Ministro Chefe da Casa Civil, do governo de Dilma Rousseff, que está sustentado apenas por um fio de barba de Lula. Acuado por indagações sobre seu enriquecimento repentino, coleciona desafetos inclusive no seu partido, dispostos a vê-lo longe do ministério. Mal acabou de dá explicações insatisfatória sobre como enriquecer sendo tesoureiro da campanha presidencial, tem que explicar agora porque mora de aluguel num apartamento que formalmente pertence a uma empresa de fachada (?)



Transcrito do "the passira news"

Texto de Leonardo Coutinho
com reportagem de André Eler, Laura Diniz, Marcelo Sperandio e Igor Paulin
Fonte: Revista Veja

Peça-chave do governo Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, perdeu sustentação. Palocci entrou em parafuso há vinte dias, quando se descobriu que ele havia conciliado suas atividades como deputado, coordenador da campanha eleitoral da presidente da República e seu principal assessor com a de homem de negócios.

O ministro revelou sua, digamos, dupla militância depois que o jornal Folha de S.Paulo noticiou que, em 2010, ele havia comprado um apartamento de 500 metros quadrados nos Jardins, bairro nobre paulistano, por 6,6 milhões de reais e, no ano anterior, uma sala comercial na mesma região por 882 000 reais.

Com esses imóveis, o patrimônio pessoal de Palocci multiplicou-se 25 vezes desde 2006. Com um salário de 16500 reais como deputado, ele viu-se na contingência de ter de explicar tamanha evolução patrimonial.

O ministro informou ter prestado serviços de consultoria a empresas privadas - mas omitiu quais foram seus clientes e quanto eles lhe pagaram. Veio a público que esses trabalhos lhe renderam 20 milhões de reais em 2010, dos quais 10 milhões foram recebidos nos dois meses subsequentes à eleição presidencial.

Na semana passada, VEJA revelou mais um dado da vida particular do ministro que destoa de seu salário de homem público. Ele mora em São Paulo não no apartamento de 500 metros quadrados dos Jardins, mas em outro ainda maior: de 640 metros quadrados, em Moema, nas imediações do Parque do Ibirapuera, área igualmente nobre da cidade. A certidão desse imóvel, obtida por VEJA, mostra que ele pode ser uma fome de mais constrangimento para o ministro.

Ladeado por varandas, com quatro suítes, três salas, duas lareiras, churrasqueira e outros requintes, o apartamento serve à família de Palocci há quatro anos. Está avaliado em 4 milhões de reais.

O condomínio chega a 4600 reais e o IPTU a 2300 reais mensais. A assessoria do ministro informa que ele paga aluguel. Imobiliárias que administram as unidades vizinhas à de Palocci informam que o valor médio da locação naquele prédio é de 15000 reais.

De acordo com o 14° Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo, o apartamento no qual Palocci mora pertence à Lion Franquia e Participações Ltda. Essa empresa, por sua vez, está registrada em nome de dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5% das cotas, e Filipe Garcia dos Santos, com 0,5%. Começa aqui a estranha história do apartamento alugado por Palocci. Filipe Garcia dos Santos tem apenas 17 anos e somente foi emancipado no ano passado.

Dayvini, seu sócio majoritário, tem 23 anos, é representante comercial, mora em um casebre de fundos na periferia da cidade de Mauá, no ABC paulista. Ex-funcionário da prefeitura da cidade, comandada pelo petista Oswaldo Dias, já ganhou a vida como vendedor em uma loja de roupas e, hoje, sobrevive transportando videogames em seu carro, uma Saveiro comprada a sessenta prestações. Deve 400 reais a uma administradora de cartões de crédito, teve de abandonar o curso de administração por não conseguir pagar a mensalidade da faculdade e, agora, está sendo processado por essa instituição, que exige a quitação de 3200 reais. Tanto seu telefone fixo quanto o celular estão cortados por falta de pagamento.

Dayvini ganha 700 reais por mês e ainda é sustentado por sua mãe, uma professora da rede pública de ensino. Precisaria trabalhar sete meses, e não gastar um centavo sequer, para conseguir pagar um mês de condomínio no edifício onde mora Palocci.

Como pode, então, ser dono do imóvel?

A resposta é simples: Dayvini não passa de um laranja, termo utilizado em relação a pessoas que assumem como suas as propriedades de terceiros. Ou melhor, Dayvini é a árvore mais visível de um laranjal.

Na quinta-feira passada, ele conversou com VEJA em sua casa de 70 metros quadrados em Mauá (veja o quadro na pág. 72 e vídeo em VEJA.com). Mostrou-se surpreso ao ser confrontado com a informação de que é o dono formal do vistoso apartamento no qual mora o ministro.

"Nunca tive bem algum", disse ele na entrevista. Pelos documentos registrados em cartório, descobre-se que o nome de Dayvini começou a aparecer na escritura do imóvel em janeiro de 2008. Naquele mês, o representante comercial foi registrado como beneficiário de uma hipoteca no valor de 233450 reais, cuja garantia era o apartamento do Ibirapuera.

"Eu sou pobre. Como eles poderiam me dever?", indagou Dayvini, na quinta-feira. Em setembro de 2008, o imóvel foi transferido por doação à Lion Franquia e Participações Ltda. No dia 29 de dezembro do ano passado, quando Palocci já posava como homem forte do governo Dilma, Dayvini assumiu 99,5% das cotas da Lion Franquia e Participações.

Questionado por VEJA, o representante comercial garantiu que jamais recebeu um tostão de aluguel de Palocci. Na sexta-feira, porém, Dayvini telefonou para VEJA a fim de mudar a versão que havia contado no dia anterior. Ele não negou ser laranja da Lion, mas afirmou que o fez voluntariamente• para ajudar parentes.

"Eu quero tirar essas empresas do meu nome", disse. Em seguida, afirmou ter mentido na entrevista do dia anterior e explicou o motivo: "Esse problema envolve pessoas com quem eu não tenho como brigar. Não tenho como bater de frente com Palocci".

A cadeia de ilegalidades relacionadas ao apartamento onde reside o ministro da Casa Civil vai além da constituição de Dayvini como laranja da Lion Franquia e Participações. A empresa usou endereços falsos em todas as operações feitas nos últimos três anos. A Lion recebeu o apartamento onde mora Palocci em 2008, de um tal Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini. Siqueira dos Santos responde a 35 processos por fraude de documentos, adulteração de combustível e sonegação fiscal. Uma mulher que trabalhou como empregada doméstica em sua casa foi usada como laranja em outras quatro empresas abertas por Siqueira Santos. O nome dela é sugestivo: Rosailde Laranjeira da Silva.

No caso da Lion Franquia e Participações, o sócio de Dayvini, o adolescente Filipe Garcia dos Santos, informou ao cartório de registro de imóveis um endereço residencial inexistente no Paraná. Na sede formal da Lion Franquia e Participações, na cidade de Salto, a 100 quilômetros da capital paulista, funciona uma loja de decoração. VEJA questionou o ministro Palocci, por meio de sua assessoria de imprensa, sobre o locador de imóvel do Ibirapuera, o valor do aluguel e a quem são feitos esses pagamentos. Não houve resposta.

Dê-se ao ministro o benefício da dúvida, pois ninguém que paga aluguel está obrigado a saber da idoneidade da pessoa física ou jurídica de quem aluga. Mas, dados o histórico e a posição de Palocci, é uma imprudência alugar o apartamento de uma empresa de fachada.

Não é a primeira vez que um trabalhador anônimo atravessa a carreira política do ministro da Casa Civil. Fiador da estabilidade econômica no primeiro governo Lula, principal interlocutor do empresariado entre os petistas e tido como hábil negociador político, Palocci perdeu o Ministério da Fazenda em 2006 por causa de uma casa em Brasília usada para encontros com prostitutas e negócios pouco republicanos.

Para desqualificar a principal testemunha de suas visitas à casa, ele envolveu-se na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. No ambiente de impunidade que nodoa o Brasil. Palocci teve uma segunda chance para reconstruir sua carreira política. No mesmo ano, elegeu-se deputado federal. Em 2009, obteve o arquivamento dos processos resultantes de escândalos ocorridos em sua gestão na prefeitura da paulista Ribeirão Preto.

No mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal o inocentou no caso do caseiro. Era tarde demais para que Palocci entrasse na lista dos presidenciáveis petistas, mas houve tempo suficiente para que ele assumisse, primeiro, a interlocução da então candidata Dilma com o empresariado - e, depois da eleição, encampasse também a representação política e boa parte da condução do novo governo.

Nessa função, Palocci amealhou mais adversários do que aliados. Representando a presidente, vetou a concessão de cargos federais aos expoentes da base governista. Há dez dias, chegou a trombar com o vice-presidente, o peemedebista Michel Temer. Em um telefonema desastroso, ameaçou demitir todos os indicados por Temer, se o PMDB não votasse contra o Código Florestal. O PMDB refutou a bravata.

A surpresa viria de seu próprio partido. No dia 27, o governador da Bahia, Jaques Wagner, se disse surpreso com o rendimento do consultor Palocci. Na semana passada, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, acenou para o risco de a crise detonada por Palocci atingir o partido e o governo.

Na última quinta-feira, quatro integrantes da executiva da agremiação pediram a demissão imediata do chefe da Casa Civil. Entre os que cobraram a cabeça de Palocci, está até o secretário-geral do PT, Elói Pietá. O PT decidiu isolá-lo. "A crise não é do partido, é do governo", disse o deputado petista André Vargas (PR).

Dilma, sua chefe, e seu padrinho, o ex-presidente Luiz lnácio Lula da Silva, exigiram que ele apresentasse explicações imediatas. Na sexta-feira, ele tentou dá-las no Jornal Nacional. Ficaram longe de resolver o seu problema. E agora tem mais essa, do apartamento em São Paulo. 


Idosos se oferecem para limpar radiação de usina nuclear no Japão

"Um povo que pensa nos outros e no futuro!"

 

 

Mas que sacrifício inspirador – de elogios, ao menos. Um grupo de idosos japoneses está pedindo permissãpara limpar a estação contaminada da usina nuclear de Fukushima.


A Unidade de Veteranos Qualificados, um grupo de mais de 200 aposentados com experiência em engenharia e outras profissões, se dispôs a substituir pessoas mais jovens que estão se expondo a altos níveis de radiação. O grupo acredita que tem menos de 20 anos para viver, e estarão mortos antes que apareça qualquer câncer induzido pela radiação. A história já é diferente para os jovens que lutaram nessa zona de guerra por três meses, desde o tsunami e terremoto de março, e que têm maior risco de desenvolver câncer quando ficarem mais velhos.

E os idosos não acreditam serem kamikazes por se disporem a tanto: “Eles iam para morrer. Mas nós vamos voltar.” Tudo o que está impedindo estes pensionistas de colocarem trajes de proteção nuclear é o governo japonês, que infelizmente coloca burocracia no meio.

quinta-feira, junho 02, 2011

Se proteger de jornalistas

Dicas para o homem comum, o classe-média, não ser vítima do bullying jornalístico


Por Reinaldo Azevedo


Dei em outro post algumas dicas para alguns especialistas que navegam na contra-corrente da metafísica influente (e, pois, quase sempre com a verdade) se proteger do jornalismo que os quer usar apenas como o “outro lado” que justifica uma tese. estúpida. E prometi algumas orientações para que também o homem comum possa se proteger de jornalistas. Preciso explicar algumas coisas, claro! O que chamo “homem comum” é aquele coitado de classe média que subiu um tantinho na vida e pode, inadvertidamente, topar com um desses amigos do povo que estão fazendo reportagem de comportamento e tendência para as edições de domingo. Então vamos ver.

Leitor, você é aquele ser desprezível que mora num bairro bom; que ganha a vida com o suor do seu rosto; que tem prazer em andar num carro bacana porque, afinal, fez por merecer; que se esforça para manter os filhos numa boa escola; que junta uma grana para viajar para o exterior a cada três, quatro anos e que NÃO TEM EMPRÉSTIMO SUBSIDIADO DO BNDES? Cuidado! O amigo pode ser vitima do bullying da imprensa esquerdopata, de  um golpe conhecido como “Boa Noite, Laura!”, que é a variante jornalística do “Boa Noite, Cinderela”. Quando acordar, já lhe levaram a reputação.

E quando isso ocorre? Sempre que houver alguma questão que sugira um confronto entre ricos e pobres. Sim, querido leitor de classe média:  os “ricos”, para essa turma, não são aqueles milionários ou bilionários que estão à sua esquerda e financiam as ONGs verdes e socialistas e votam no PT. Esses são “companheiros”. O inimigo público do pobre é… VOCÊ! Quando aquela figura estranha encostar de bloquinho na mão perguntando sobre o incômodo de os mendigos usarem a praça como dormitório, diga que “não”. Poderiam até dormir na sala do seu apartamento; é que falta espaço… Ouse: “Dormir ao relento é um dos direitos que igualam ricos a pobres, já que as moradias confortáveis não podem igualá-los”. Repita o raciocínio, que tem alguma complexidade, porque a pessoa que o entrevista não entendeu direito.

Cuidado nos aeroportos! O golpe “Boa Noite, Laura” vai tentar saber, como quem não quer nada, se você não sente saudade do tempo em que as salas de embarque eram menos cheias e se cumpriam, quase sempre, os horários. Um ser normal diria “sim”, e isso seria tomado como evidência de seu preconceito contra o povo, que agora anda de avião. Poetize:  não há conforto que pague a alegria da comunhão de classes — a B, a C e a D, já que a “A” não responde a esse tipo de indagação porque tem avião ou aluga jatinho.  Tente outra frase de efeito: “Já que, infelizmente, são tantas as desigualdades na terra, que, ao menos, o céu nos faça a todos iguais”. Repita.  Ela não entendeu de novo. Ensaie uma análise que apele à infraestrutura: “Precisamos de mais investimento neste novo Brasil”.

A praia também o expõe ao bullying jornalístico. Nunca dispare coisas como “Farofeiro enche o saco!” ou “Porra! Por que eles não tocam essa música na praia que os pariu?!” Isso tem cheiro de intolerância de classe. A professora Heloísa Ramos poderia até ver uma variante do “preconceito lingüístico”. Conceda que o som é até bem animado e que o funk da cachorra, da cadela e da vaca tem a sua poesia. Seja enigmático:  Tati Quebra-Barraco é mais complexa do que parece. E pare por aí porque também não é bom exagerar.

Se quiserem meter uma estação de metrô na porta do seu prédio, afirme que isso é bom, que essa história de propriedade é uma etapa superada da civilização; que você acredita na “função social da propriedade, à qual a nossa Constituição se refere seis vezes, lembra?” A pessoa fará de conta que sabe do que se trata. Por conseqüência,  o MST é um movimento justo e pacífico, e o certo é haver invasões de propriedades privadas urbanas também.

Se lhe perguntarem se há empregada doméstica em sua casa, responda como Marilena Chaui fez um dia: “Não, querida(o), eu não levo a luta de classes pra dentro de casa”. Com aquela resposta, ela evidenciava não saber o que é “luta de classes” nem na acepção marxista, mas o jornalista que vai entrevistá-lo, com certeza absoluta, também não sabe.  Citar Marilena pega bem.

Se o indagarem sobre cotas raciais nisso e naquilo, ainda que você seja um ser humano normal, desses democratas que acreditam que todos devem ser iguais perante a lei, minta. Afirme que o caminho mais curto para a igualdade é promover a desigualdade. Se quiser, pode até apelar a alguns ministros do Supremo, que andam dizendo que é preciso tratar desigualmente os desiguais.

Eu poderia passar a noite aqui a dar dicas. Os temas são inesgotáveis. Sob nenhuma hipótese revele gostos e hábitos de consumo, por exemplo. Se disser que gosta de tomar um Prosecco de vez em quando, vão tratá-lo como um cafona pretensioso e ignorante, porque quem é do riscado tem dinheiro é para tomar champanhe de… Champagne!  Não sendo um daqueles contemplados com juros subsidiados do BNDES, petistas roxos, eventuais contratantes dos serviços de consultoria de Antonio Palocci, você não tem dinheiro para certas extravagâncias.

Bem, queridos,  a essa altura, o agente do “Boa Noite, Laura!” está furioso porque a pauta está caindo, e domingo é dia de publicar essas matérias mais descontraídas, de comportamento e tendências. Terão de pegá-lo de algum jeito. Eu os protegi até aqui da pecha de “reacionários”. Nervoso, o ser que o entrevista tentará em seguida provar que, bem…, algum dinheiro você ganhou, mas é um ignorante! Aí virá a tentativa para desqualificá-lo intelectualmente. Mas esse terá de ser outro post.

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