"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Barbárie no “primeiríssimo” mundo

PERNAMBUCANA TORTURADA NA SUIÇA ABORTA GÊMEOS


“A jovem atacada por três skinhead neonazistas teria sido identificada como estrangeira ao falar no telefone com sua mãe no Recife

Fonte: the passira news


Foto: Blog do Noblat

Foto recente, do album de família de Paula, exibindo orgulhosa a barriga de grávida de três meses

A advogada Paula Oliveira, 26 anos de idade, funcionária em Zurique, na Suiça, do maior conglomerado econômico da Dinamarca, A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte marítimo de contêineres, foi atacada na noite do último domingo por três skinhead neonazistas.
Um deles exibia uma suástica tatuada atrás da cabeça.
Dois dos agressores a imobilizaram depois de espancá-la e deixá-la seminua. O terceiro sacou de um estilete e passou a retalhar várias partes do seu corpo - braços, pernas, barriga e costas.
Paula estava grávida de gêmeos há três meses. Eram duas meninas. A agressão a fez abortar.
Há pouco, ela estava em um hospital de Zurique. Os médicos ainda não haviam decidido se deveriam esperar que o organismo expelisse a placenta espontâneamente ou se deveriam submeter Paula a uma curetagem.
Ela estava pronta para se casar nos próximos meses com Marco Trepp, economista suíço e pai de suas filhas.

O ato final da sessão de tortura foi entalhar nas duas coxas de Paula a sigla SVP - Scheiz Volks Partei. Em português, Partido Popular da Suíça ou Partido do Povo Suíço.

- O que fizeram com minha filha parece uma história de filme de terror - disse-me o advogado Paulo Oliveira, secretário parlamentar do deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), ex-governador de Pernambuco.
Oliveira embarcou, ontem, às pressas para Zurique. Ele foi acordado por um telefonema da filha às 4h da segunda-feira. Paula lhe contou o que acontecera.
Ela mora em um apartamento de dois quartos em Dubendorf, cidade a menos de três quilômetros de distância de Zurique. Voltou para casa de trem como costuma fazer.

Ao sair da estação, foi abordada por três homens brancos, carecas e vestidos de preto. Paula falava pelo celular com a mãe no Recife.
Há poucos prédios nas vizinhanças da estação. E há uma área cheia de arbustos. Foi para lá que os três homens conduziram Paula.

Naquele dia, os suiços tinha votado em plebicisto nacional para decidir se mantinham ou não o acordo de livre circulação pelo país de trabalhadores da União Européia. O acordo permitiu em 2002 que 200 mil cidadãos europeus trabalhassem na Suiça.
Por 59,6% dos votos, o acordo foi confirmado. Dos 26 cantões suiços, apenas quatro votaram contra o acordo.

O Scheiz Volks Partei é o maior partido político da Suiça, também conhecido ali como União Democrática de Centro. É o que governa o país.
Embora oficialmente tenha proposto a confirmação do acordo, o partido está dividido quanto à questão. A ministra da Justiça, por exemplo, foi a favor. O ministro da Defesa, contra.

Nas ruas de Zurique ainda restam gigantescos cartazes onde aparece desenhado o mapa do país, como se fosse um pedaço de carne, sendo bicado por vários corvos, identificados com os imigrantes.

"Passe livre para todos? Não!", está escrito nos cartazes.

O que denunciou a condição de imigrante de Paula foi o português falado por ela com a mãe ao telefone. Os três agressores não queriam molestá-la sexualmente. Nem mesmo roubá-la. A intenção deles era apenas fazê-la sofrer.

A sessão de tortura durou cerca de 10 minutos. Uma vez terminada, Paula correu para um banheiro da estação e de lá telefonou para o namorado pedindo socorro. Ele chegou acompanhado de uma ambulância e do detetive da polícia de Zurique Hug Andreass. Paula foi levada para um hospital em Zurique.
Enquanto era tratada pelos médicos, ouviu mais de uma vez do detetive:

- Se a senhora estiver mentindo será processada.

Na manhã de hoje, a consul-geral do Brasil em Zurique, a embaixadora Vitória Clever, conversou com o pai de Paula e telefonou para a polícia pedindo informações sobre o caso. Disseram-lhe que o pedido deveria ser feito por escrito. Na mesma hora, a embaixadora mandou o pedido por escrito.

Recebeu uma resposta escrita e assinada pelo detetite Andreass. Ele sugeriu que ela procurrasse informações com a própria vítima da agressão.
A embaixadora, agora, se reportará ao chefe da polícia de Zurique.

Foto: Blog do Noblat

O senador pernambucano Marco Maciel denunciou o caso à Embaixada do Brasil na Suíça.

O pai da vítima, Paulo Oliveira, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco na gestão de Roberto Magalhães, conversou com a produção da Globo Nordeste e explicou que a filha estava em situação regular no país

“Ela era funcionária de uma empresa dinamarquesa e foi transferida de São Paulo para Zurique. Ela e o companheiro estavam providenciando a formalização do casamento, já que esperavam os bebês, que seriam duas meninas”, explicou Paulo Oliveira.

De acordo com ele, assim que a filha apresentar uma melhora eles vão retornar ao Brasil para continuar o tratamento. “Vamos levá-la para o Brasil e aguardar que as autoridades em Zurique cumpram o dever e prendam os acusados”, disse.

A previsão é que Paula volte ao Brasil na próxima semana.”

O homem tem apenas um inimigo: ele próprio.

Homem, único "animal racional" da natureza - predador incansável, geração após geração.

Homem, "animal racional" e político...agora, globalizado - ainda mais nocivo e menos socializável.

O homem não apenas destruirá a si mesmo, mas antes destruirá a noção de humanidade.

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