"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, maio 29, 2008

É uma após outra!

PT pagou conta privada de Lula com dinheiro público

Fonte: Folha Online


O PT bancou, com recursos públicos do fundo partidário, taxas condominiais de uma cobertura usada por familiares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo. O imóvel, de número 121, é no mesmo andar e fica de frente para a cobertura 122, comprada por Lula em 1996, no condomínio Hill House.

Em análise da prestação de contas do PT de 2006, ano de reeleição do presidente Lula, a equipe técnica do Tribunal Superior Eleitoral constatou que o PT gastou R$ 4.536,70 com taxas de condomínio do apartamento 121, “não justificado pelo partido a utilização e finalidade em área residencial”. O partido arcou com despesas desse apartamento desde 2003.

Três anos depois da revelação do chamado “caso Okamotto”, em que o hoje presidente do Sebrae, o petista Paulo Okamotto, assumiu a paternidade do pagamento de uma dívida de R$ 29,4 mil de Lula, uma vez mais despesas relacionadas à vida privada do presidente são bancadas por terceiros -desta vez diretamente pelo PT.

A lei (9.096/95) que rege o funcionamento dos partidos políticos não permite a utilização do fundo partidário -dinheiro público repassado mensalmente aos partidos- para custear despesas de caráter pessoal dos dirigentes das legendas.
Por causa dessa e de outras observações, os técnicos sugeriram a rejeição das contas do PT de 2006, o que pode resultar na suspensão do repasse do fundo ao partido. A previsão em 2008 é que o PT receba cerca de R$ 28 milhões dos cofres públicos.
A recomendação da área técnica do TSE serve de embasamento ao ministro que relata o processo, Marcelo Ribeiro, que ainda não tem data para levar seu posicionamento à votação em plenário. Ribeiro pode seguir ou não essa orientação.
O Palácio do Planalto confirmou, por meio da assessoria, que o apartamento é “frequentado por pessoas da relação” de Lula, incluindo familiares. Acrescentou, sem informar os valores, que o PT bancou os custos do imóvel de 2003 a 2007 porque a cobertura era usada para guardar arquivos que o presidente doou à legenda quando foi eleito.

O Planalto também admitiu que familiares do presidente podem ter pernoitado eventualmente no imóvel, mas afirma que nunca foi moradia fixa de nenhum parente do presidente.
O partido teria retirado os arquivos de lá em 2007. Agora, o apartamento é bancado pela Presidência da República, sob o argumento de que isso “preenche necessidade de segurança” de Lula.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o secretário de Finanças do partido, Paulo Ferreira, disseram que só iriam comentar o caso após o parecer do ministro do TSE.
Sob a condição de não ter seus nomes revelados, dois funcionários e dois moradores do Hill House, um condomínio de classe média, com dois blocos e 48 apartamentos, concederam entrevistas à reportagem, que esteve em São Bernardo do Campo. Os quatro confirmaram à Folha que o imóvel 121, de 186 m2 de área útil (mesma metragem da cobertura 122), é usado por familiares do presidente.
Os funcionários contaram que os filhos de Lula usam bastante a cobertura 121. Testemunharam vários pedidos de entrega no apartamento, como pizzas e pastéis.
Os dois apartamentos ocupados pela família Lula da Silva estão no bloco “A”, também chamado pelos moradores de bloco “1″. Contudo, na documentação do imóvel, o edifício é identificado como conjunto “E”. Os moradores não souberam explicar porque o primeiro bloco é identificado na escritura como “E”, uma vez que só há dois blocos no condomínio.
Neste ano, a Presidência da República reservou R$ 8.721 para “locação de imóvel para atender às necessidades da equipe de segurança” do presidente no condomínio Hill House, sem no entanto identificar qual seria o imóvel.
Os funcionários do prédio ouvidos pela Folha disseram que os seguranças ficam numa sala no térreo do edifício. Questionados se não ocupariam também o apartamento 121, disseram que não, reiterando que são os familiares do presidente que usam a segunda cobertura.
De acordo com a declaração de bens de Lula enviada ao TSE em 2006, o apartamento 122 foi comprado por R$ 189 mil. Tem sala com dois ambientes, três dormitórios (uma suíte), um quarto reversível, copa, cozinha, lavanderia e uma escada em caracol que leva a um salão de festas privativo. Lula comprou-o em junho de 96, de Luiz Roberto Satriani, inadimplente, a ele apresentado pelo advogado Roberto Teixeira, amigo de longa data do presidente. Lula morou durante anos numa casa em São Bernardo emprestada a ele por Teixeira.
Comentando em tese sobre o uso de dinheiro do fundo partidário para fins particulares, dois ex-ministros do TSE afirmaram que isso é motivo para rejeição das contas. “É descumprimento da lei e é motivo para rejeição das contas. Eventualmente, pode resultar em uma cobrança de ressarcimento do valor usado”, disse Fernando Neves. “O fundo partidário é um grande privilégio que os partidos têm. Ele [o partido] não pode desviar os recursos oriundos do fundo para atividades outras que não aquelas especificadas. O partido político é a entidade, dentro do regime democrático, da maior importância, talvez a mais relevante de todas. Qualquer violação a um preceito por parte dos partidos políticos tem que ser severamente punida”, afirmou Pedro Gordilho.

...não é mera coincidência"

O Sonho dos ratos

Rubens Alves

Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade.

Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade...Bem pertinho é modo de dizer.

Na verdade, o queijo estava imensamente longe porque entre ele e os ratos estava um gato... O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho...Os ratos odiavam o gato.

Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro...

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos.Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais. "Quando se estabelecer a ditadura dos ratos", diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções.

Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre. E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: "o queijo, já!"...

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era.

O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.

Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.

Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.

Arreganharam os dentes.Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si.

Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:

“Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono”.

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando.Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido.

O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.


"Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência!"

"Consegues compreender o que está ocorrendo hoje no Brasil?"

(Rubens Alves - escrito em dezembro de 2004)

Fonte: e-mail

terça-feira, maio 27, 2008

Em entrevista ao Jô "a mãe do PAC"

O germe do autoritarismo


Ricardo Noblat

"Fui preso quatro vezes durante a ditadura militar inaugurada no país em 1964. Estudava jornalismo no Recife e ao mesmo tempo trabalhava em jornais. Em 1969, eu e mais vinte e poucos colegas fomos expulsos da Universidade Católica de Pernambuco, acusados de subversão. E durante um ano proibidos de estudar em qualquer outra universidade. Fiquei desempregado por algum tempo.

Eu simpatizava com a Ação Popular, uma das muitas organizações de esquerda que lutavam contra a ditadura. Mas nunca a ela me filiei - nem a nenhuma outra. Sabia que não dava para ser jornalista e militante político ao mesmo tempo - e o jornalismo me atraía mais. E não estava convencido de que o comunismo era a salvação do mundo. Não queria trocar a ditadura que nos esmagava por qualquer outro tipo de ditadura.

Todas ou quase todas as organizações que pregavam o fim da ditadura rejeitavam o modelo de "democracia burguesa" que temos hoje, aqui e na maior parte do mundo. Eu respeitava quem pensava assim, mas não estava convencido do acerto de sua opção - pelo contrário. E não via a mais remota chance de sucesso na tentativa de se derrubar a ditadura via luta armada. Ela venceria, como de fato venceu.

Parte dos jovens daquela época era "generosa", como observou, ontem, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, em entrevista ao Programa do Jô. Por generosa, entenda-se: capaz de arriscar a integridade física em defesa de suas idéias. Mas isso não quer dizer que suas idéias fossem corretas. Ou Dilma ainda acredita na "ditadura do proletariado"? Ou ainda acredita que "o poder está na ponta do fuzil"? Não creio.

Tenho horror e nojo à ditadura, como disse certa vez o deputado Ulysses Guimarães, então presidente do PMDB. E a todas as suas práticas - a suspensão dos direitos e garantias individuais, a tortura e a morte dos seus adversários. Mas por ter combatido a ditadura de 64 ao meu modo, e arrostado com as consequências disso, não me acho merecedor de indenizações ou de qualquer outro tipo de reconhecimento.

A glorificação dos que enfrentaram armados a ditadura pensando em substitui-la por outra revela oportunismo e a dificuldade de se abdicar de idéias carcomidas . Há nisso também muito de arrogância e de autoritarismo."

"Guernica" Pablo Picasso

"Guernica é um quadro que não é possível explicar em termos simplistas. Exposto pela primeira vez durante a Exposição Internacional de Paris de 1937, é uma obra de imenso poder político que, todavia, inicialmente motivou reações de indiferença ou ironia. Contudo, esta reação era, em si mesma , política. Ao mesmo tempo que nas ruas de Paris de 1937 (vésperas da segunda guerra mundial) aconteciam violentos enfrentamentos entre a extrema direita e a extrema esquerda, e que nas principais fronteiras francesas irrompia a guerra ou se iniciavam seus preparativos, o tema da Feira era a celebração da tecnologia moderna como entretenimento popular. O Pavilhão Espanhol , dedicado ao sofrimento da população durante sua Guerra Civil, destoava radicalmente deste clima de busca do prazer de costas para a realidade. A Guerra civil Espanhola havia dividido o país e havia deixado mais da metade da Espanha sob o ataque do exército nacionalista (às ordens do General Franco e com o apoio da alemanha Nazista e da Itália Fascista). No início, Picasso relutou em aceitar o comporomisso pois já morava na França há anos e era visceralmente contra o regime Franquista. Até que , no dia 26 de abril de 1937, a pequena localidade basca de Guernica sofreu um bombardeio em um ataque aéreo não provocado que mudaria a história da Espanha. Apesar dos desmentidos da época, hoje não restam mais dúvidas de que foi a Luftwaffe nazista a responsável pelo bombardeio que matou milhares de civis, em sua maioria velhos, mulheres e crianças. A partir do conhecimento desta tragédia, Picasso aceitou a incumbência e iniciou os esboços num trabalho incessante e febril: faltava pouco tempo para a inauguração da Feira.

Imbuído de tão extrema emoção, as formas definidas e sólidas que caracterizam a versão final de Guernica se combinam para transmitir um sentido de tragédia muito maior do que ele teria conseguido apenas reproduzindo fielmente as cenas do bombardeio e da fuga dos refugiados. Depois de seis semanas de trabalho intenso , elaborando esboços e pintando, desenvolvendo idéias, voltando a trabalhar velhos temas e introduzindo justaposições em constante mudança, Picasso criou uma obra que se converteria em um dos mais excepcionais legados contra a guerra do século XX." (trechos retirados do livro Picasso: El Guernica).

O video abaixo é um trabalho de animação espetacular que faz uma leitura comovente do quadro em 3 dimensões. A sensação é de que estamos caminhando entre as figuras desesperadas.


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Mediocridade

MAU HUMOR

Lula Vieira - publicitário


Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato. Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho. Joaquim Ferreira dos Santos, em "O Globo" de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa "agregar valor". Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata.

São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando estas conclusões.


Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.


Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito ou sujeita que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra "carne", fica falando o tempo todo em vida saudável é seu ideal como companhia numa madrugada? Sei lá, não sei. Não consigo me lembrar de ninguém assim que tenha me despertado muita paixão.


Eu ando detestando certos vícios de linguagem, do tipo "chegar junto", "superar limites", essas bobagens que lembram papo de concorrente a big brother. Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas.


Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que transmite algum sintoma de chatice.


Tom de voz de operador de telemarketing lendo o script na tela do computador e repetindo a cada cinco palavras a expressão "senhoooorrr" me irrita profundamente.

Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer? Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber "energia positiva". Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa.

Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria.


E, para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando "um beijo no coração"?
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domingo, maio 25, 2008

Linda raridade

Em caso raro, mulher tem trigêmeas idênticas no PR

Segundo a medicina, isso representa um caso a cada 200 milhões de nascimentos.

As trigêmeas que nasceram há um mês em Maringá (PR), vão entrar para a história da medicina. O resultado de um exame de sangue, que ficou pronto esta semana, comprova que elas são idênticas. Isso representa um caso a cada 200 milhões de nascimentos.

O inusitado está também no fato de a mãe, Marta Martioli, ter engravidado depois de fazer laqueadura, procedimento médico que evita a gravidez. "Elas não são iguais, são idênticas. Já até cheguei a trocar de berço", disse a mãe.

"O exame mostra que as três meninas têm o mesmo tipo de sangue e de tecidos, o que nos dá a certeza de serem idênticas, dispensando o exame de DNA. É um caso bastante raro", explicou o médico Weber Alexandre.

Na casa da família Martioli, no distrito de Astorga, a movimentação tem sido grande desde que os bebês chegaram. Parentes e vizinhos ajudam a cuidar das crianças. Isabella, Gabriella e Rafaella tomam 24 mamadeiras e trocam de fralda 24 vezes por dia, fora os banhos.

Para dificultar ainda mais, esses não são os primeiros filhos de Marta. As trigêmeas têm quatro irmãos. "Pra mim é uma vitória, mas agora eu acho que fechou a fábrica de vez", disse a mãe.

Fonte G1

Problemas?

"Algumas vezes, quando se está furioso com alguém, sentar e pensar sobre o problema pode ajudar bastante!"


Fonte: e-mail

sábado, maio 24, 2008

Hoje é dia...



Dia 24 de maio: Dia Nacional do Café
Hummm... cheirinho de café!

O café durante muito tempo foi o principal produto agrícola do Brasil. Ainda hoje é um produto bastante representativo na produção agrícola. O Brasil é o maior exportador de café do mundo!

O café é de origem Africana e foi trazido para o Brasil pelo Sargento-mor Francisco de Melo Palheta no início do século XVIII. Você nunca ouviu falar de café Palheta? Rapidamente o café espalhou-se pelas terras do Paraná, Minas gerais, Goiás e Rio de Janeiro.

Mas foi nas terras férteis de São Paulo (conhecido como 'terra roxa') que o café mostrou todo o seu potencial econômico. Já em meados do século XIX, o estado estava entre os primeiros produtores do país. Os "Barões do café", donos das grandes fazendas de café, além de deterem poderes econômicos, ocupavam cargos importantes na política brasileira. Pergunte a sua professora o que foi a política do "café com leite"?!

Durante muito tempo o nosso cafezinho ficou esquecido. Mas de dez para cá, os produtores se uniram e revitalizaram a bebida. O que antes não tinha muita opção, hoje conta com muitas variedades como: forte, suave, orgânico, torrado, moído, solúvel e etc. Além disto, surgiu uma quantidade enorme de cafeterias, revitalizando o hábito de tomar um cafezinho! Viva o nosso café conhecido e apreciado mundialmente!
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Arte em Café


Existem 3 Cafés em Vancouver

onde eles desenham as bebidas

O que fazem com café, natas, leite & imaginação.







sexta-feira, maio 23, 2008

Quase a Amazonia

Ele foi muito,
Quase a Amazônia.

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"Morre o senador Jefferson Peres"

Lucia Hippolito

Morreu de enfarte, nesta manhã, em sua casa em Manaus, o senador Jefferson Peres.

Perde o país, perde o Congresso, perde seu partido.

Jefferson Peres era uma das últimas referências éticas do Congresso Nacional, num momento em que a ética parece ser artigo em extinção na política brasileira.

Homem sério, sisudo mesmo, econômico nos gestos e nas palavras, Jefferson Peres destoava da tendência à teatralidade que marca os políticos brasileiros.

Teve atuação destacada em CPIs, sempre moderado, sensato, porém sempre severo e intransigente na defesa da coisa pública.

Nos últimos tempos andava meio recolhido, já que seu partido passou a compor a base aliada do governo.

Recolhido também por constrangimento, porque nos últimos tempos o PDT só tem criado problemas. Primeiro com a insistência do ministro Lupi em desafiar a Comissão de Ética Pública -- Lupi resistiu o quanto pôde a abrir mão da presidência do partido.

A partir daí, o PDT passou a ser figurina carimbada nas páginas policiais. Seja porque ONGs ligadas ao partido e à Força Sindical passaram a receber vultosos recursos do Ministério do Trabalho -- sem licitação, naturalmente.

Seja porque o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, está no centro de um escândalo de grossa roubalheira de recursos do BNDES.

Pobre senador Jefferson Peres. Não merecia ter um fim de vida vendo seu partido arrastado na lama dessa maneira.

Pobre país!

quarta-feira, maio 21, 2008

Como mudar de opinião


Blindando o Palácio

Um dia perfeitamente inútil

Lucia Hippolito

A primeira vítima do dia de ontem na CPI foi a língua portuguesa. A pobrezinha foi surrada sem dó nem piedade pelas excelências presentes. Do governo e da oposição.


“Percalço” em vez de “encalço”. “Vinculado” no lugar de “veiculado”, “expiação” em vez de “especulação”, “defamar” em vez de “difamar”. E por aí foram, garbosos e cheios de si.

O ponto alto foi um deputado obeso, que vociferava, colérico, à beira de um enfarte: “Vou empregar o pretérito perfeito!” e imediatamente começou a empregar o verbo no... futuro do pretérito!

No mais, um show de grosseria, prepotência, maus modos e falta de educação. Gritaria, gritaria, e resultado próximo de zero.

Como diz Shakespeare, discursos “cheios de som e fúria, e significando nada”.

Nada sobre quem mandou fazer o dossiê, nada sobre quem o elaborou.

Uma jornada muito penosa.

André Fernandes e José Aparecido mentiram. Várias afirmações contraditórias constituíram razões suficientes para a realização de uma acareação entre os dois.

Só alguns exemplos.

1. André afirma que não pediu emprego a José Aparecido. Aparecido apresentou um currículo de André recebido por e-mail.

2. André diz que jamais sugeriu que Aparecido procurasse a revista Veja. Aparecido afirma que André é amigo de um repórter da Veja e insistiu para que Aparecido o procurasse.

3. André diz que romperam em 2004 durante a CPI do Banestado porque se sentiu usado por Aparecido. Aparecido alega que romperam em 2003 por conta de uma história sem pé nem cabeça.

4. André afirma que Aparecido apontou Erenice Guerra como a mandante do dossiê. Aparecido afirma que André mente.

A tática dos governistas foi a de desqualificar André Fernandes, seu depoimento e seu caráter. Como não dá para inocentar Aparecido – já indiciado pela Polícia Federal –, a tática governista foi a de tentar construir uma espécie de conluio perverso entre os dois funcionários experientes e conhecedores das manhas da política, que se teriam unido com um propósito desconhecido.

A intenção do governo é virar esta página rapidinho. Mas se a chapa esquentar, entre expor a ministra Dilma Roussef a um constrangimento ainda maior e entregar na bandeja a cabeça de Erenice Guerra, adivinhem qual vai ser a atitude do governo Lula!

O presidente Lula já teve que abrir mão de auxiliares muito mais preciosos, amigos e companheiros que vinham com ele há 30 anos, e que foram, em grande parte, responsáveis por sua vitória em 2002.

Vai preservar a cabeça de uma assessora de Dilma Roussef e deixar a ministra ao relento?

Pelo sim pelo não, é melhor Erenice Guerra começar a preparar o pescoço.
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sexta-feira, maio 16, 2008

O sempre indeciso, rapidamente decidido

Novidades no Planalto

Blog Lucia Hippolito

A saída de Marina Silva e a nomeação de Carlos Minc revelam uma mudança de padrão no Planalto.

Marina Silva estava isolada há algum tempo. Desrespeitada em público pelo presidente, ultrapassada por outros ministros (e ministras), derrotada em praticamente todas as batalhas em que se envolveu, Marina decidiu sair.

Por que foi diferente das outras demissões? Porque Marina não estava envolvida em nenhum escândalo de corrupção nem de formação de quadrilha, não decidiu voltar à iniciativa privada, não decidiu disputar eleições. Apenas não queria mais permanecer como uma jóia cara, brilhante e inútil na coleção do presidente Lula.

Diferente, porque Marina não saiu alegando motivos particulares. Ao contrário, enumerou em sua carta de demissão todas as razões de seu desconforto no governo.

Diferente porque Marina decidiu não atender a apelos para que permanecesse no cargo até que o presidente escolhesse um sucessor. Sabe que o presidente Lula é ruim de demitir e ruim de nomear. Interinos têm-se eternizado em várias pastas. Marina decidiu sair sem consultar o presidente.

Mas Lula também foi diferente desta vez. Acostumado à bajulação, a auxiliares que preferem ser desrespeitados em público a se afastar do círculo de um presidente no auge da popularidade, Lula foi realmente apanhado de surpresa. E reagiu com o fígado.

Não esperou, não ouviu ninguém, não hesitou. Carlos Minc é rápido no gatilho para obter licenças ambientais? Pois será ele o novo ministro. O fundamental era não deixar o cargo vago, porque a repercussão internacional à saída de Marina Silva foi a pior possível.

E o presidente Lula, por seu temperamento e por sua obsessão com o sonho do Brasil Grande Potência, é um presidente particularmente sensível ao que dizem do Brasil e de seu governo lá fora.

Assim, contrariando sua tendência à indecisão para nomear e a promover interinos, só para não ter que decidir, Lula escolheu o secretário de Meio-Ambiente do Rio, Carlos Minc.

Voltou atrás, convidou Jorge Vianna, que recusou – outra novidade, alguém recusando um convite de Lula para ser ministro –, e decidiu-se finalmente por Carlos Minc.

Indiscutivelmente, tanto da parte da ministra que sai, quanto da parte do presidente que decide rapidamente, foi uma novidade.
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terça-feira, maio 13, 2008

Quase Cinderela, quase brasileira

Para evitar brigas pela herança, viúva de Roberto Marinho apela para “família vende tudo”.














Adeus às jóias, aos quadros…Com leilões no Rio de Janeiro, em Nova Yorke em Genebra, Lily Marinho se desfaz de todosos bens e tesouros que comprou ou ganhou aolongo da vida. Aos 87 anos, ela quer organizartudo e evitar disputas entre seus herdeiros –um filho, quatro netos e quatro ex-noras.“A gente sabe que, quando alguém morre e deixa alguma coisa, sempre há brigas”, explica


Paris, anos 40. A jovem Lily de Carvalho passava alguns dias na cidade e decidiu comprar uns brincos de pérolas, coisa para o dia-a-dia. Encontrou a joalheria fechada. Lá dentro, estavam sendo atendidos dois xeques árabes. Irritado ao saber da história, o empresário Horácio de Carvalho, primeiro marido de Lily, dono do antigo jornal Diário Carioca, de pelo menos vinte fazendas e de uma mina de ouro, liga para a loja e pede ao joalheiro que vá ao hotel. Compra os tais brinquinhos, mais um fabuloso colar de diamantes com safiras e outro não menos espetacular de diamantes com esmeraldas. Tempos mais tarde, no início dos anos 50, ela se encantaria diante da foto do famoso conjunto de águas-marinhas com que Assis Chateaubriand, na época embaixador do Brasil em Londres, presenteara a rainha Elizabeth II. Carvalho então mandou um joalheiro inglês fazer um colar, um par de brincos e um anel iguais. Nos anos 90, já casada com Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, foi surpreendida pelo novo marido com um magnífico par de brincos de brilhantes.A peça tem dois diamantes em forma de pêra, pesando 10,08 e 11,66 quilates respectivamente, que podem ser desencaixados e formar outros brincos. Está avaliada em cerca de 3,75 milhões de reais. Lily Marinho foi casada com dois dos homens mais poderosos do país, cada um ao seu tempo. Teve uma vida rica em histórias, eventos sociais, acontecimentos culturais, viagens e, é claro, reuniu um patrimônio à altura. Às vésperas de completar 87 anos, no próximo dia 10, resolveu pôr tudo à venda.


A lista de bens, que movimentará três leilões neste mês, é tão valiosa quanto extensa. No dia 15, em Genebra, a Sotheby’s fará um pregão só com seus colares, pulseiras, braceletes, brincos, anéis… São 63 lotes com oitenta peças, no valor aproximado de 17 milhões de reais. “As jóias de dona Lily combinam com o seu temperamento: são exuberantes, de extremo bom gosto e demonstram autoconfiança”, descreveu no catálogo David Bennett, diretor do departamento de jóias da Sotheby’s para a Europa e o Oriente Médio. Na quinta (8), a tela Monique au Chapeau, um retrato seu pintado em 1946 pelo holandês Kees van Dongen (1877-1968), estará no leilão da Sotheby’s, em Nova York. Foi cotada em 1,2 milhão de reais. No Rio de Janeiro, o martelo será batido durante cinco dias (entre 13 e 17), com organização dos leiloeiros Soraia Cals e Evandro Carneiro. O leilão terá 908 lotes e mais de 2 000 peças, estimadas em 15 milhões de reais. “As pessoas se espantam por eu estar me desfazendo de tudo, mas preciso preparar o futuro”, diz Lily. “Não posso dizer que estou dando pulos de alegria, mas pelo menos estou tranqüila de fazer o certo.” Serão oferecidos móveis, quadros, pratarias, cristais, porcelanas e lustres que estavam em suas duas fazendas – a Veneza, em Conservatória, e a Paraíso, em Juparana, perto de Vassouras – e no apartamento dúplex da Avenida Atlântica. Só para se ter uma idéia do montante, foram necessários vinte caminhões para levar as peças até o lugar onde ficarão expostas no Rio. O catálogo, cuja confecção consumiu 200 000 reais, mais parece um livro de arte: com capa dura, tem 576 páginas e pesa 3 quilos.


Os valores obtidos com a venda do reluzente patrimônio – estima-se que chegue a 30 milhões de reais – formarão um fundo, a ser gerido por um banco, que garantirá que nada falte a seus herdeiros: o filho adotivo, João Baptista, de 43 anos, e seus quatro netos, Phillipe, de 21, Gabriela, de 11, Anthony, de 9, e João Victor, de 4. “A gente sabe que, quando alguém morre e deixa alguma coisa, sempre há brigas”, explica. “E, no caso de alguém que tem quatro noras, é mais complicado”, deixa escapar. Lily teve apenas um filho biológico, Horacinho, que morreu aos 26 anos num acidente de carro, em 1966, com a cantora Silvinha Telles. Sete meses depois, por intermédio da amiga Sara Kubitschek, mulher do presidente JK, adotou João Baptista, na época com 1 ano e meio. “Sei que, se não for eu a me chatear, vai ser mais difícil para o meu filho”, comenta. João Baptista mora em Miami e parece não ter habilidade para gerir negócios. Em uma ocasião, ela montou um moderníssimo estúdio de gravação para ele. “Quem tinha dinheiro ia para Los Angeles, quem tinha menos gravava na Argentina e quem não tinha ou não pagava procurava o João Baptista”, lembra, com bom humor. Lily foi casada por 45 anos com Horácio de Carvalho, descendente dos barões de Amparo e de Itambé. Com Roberto Marinho, que morreu em 2003 aos 98 anos, a união durou “quinze anos de muita felicidade”, ressalta. “Nunca pedi nada aos meus maridos”, diz. “Mas eles eram muito generosos.”


Lily Monique Lemb, seu nome de batismo, nasceu na Alemanha, onde o pai, um militar britânico, estava servindo. Foi registrada na Inglaterra e educada na França. “Mas sou brasileira”, frisa ela, que se naturalizou há 25 anos. Conheceu o primeiro marido na capital francesa, aos 17 anos, quando ostentava o título de miss Paris. O encontro aconteceu na casa do pai de uma amiga, noiva de um embaixador da Polônia. Ele a pediu em casamento de imediato. A jovem aceitou de impulso. Poucas semanas depois, contrariando o pai e apoiada pela mãe, cruzou o Atlântico. As primeiras experiências com a língua portuguesa foram com uma baiana, cozinheira do casal. “Um dia soltei um ‘oxente’ e Horácio ficou horrorizado”, recorda. “Ele era um homem inteligente, bonito, charmoso. Só tinha um pequeno defeito: era mulherengo.” Na companhia de Horácio de Carvalho, em 1942 conheceu Roberto Marinho, que os convidou para um jantar em sua mansão no Cosme Velho. “Ele tinha um bigodinho de que eu não gostava. Lembrava um milongueiro”, diz, achando graça. “Não fiquei impressionada, a não ser por sua inteligência.” Nunca mais o casal foi chamado para as festas na mansão do Cosme Velho. Quatro décadas depois, viria a saber que Marinho ficara encantado por ela e preferiu evitar novos contatos. Os dois se reencontraram no fim dos anos 80, na casa de uma amiga. Ele se divorciou de sua segunda mulher, Ruth, e em 1991 a união foi oficializada. Ela se tornou uma esposa abnegada. “Depois das 5 da tarde eu não atendia nem telefone, só para ficar com ele.”


Lily mora na mansão dos Marinho, cercada de obras de arte, de trinta flamingos (os primeiros foram presente de Fidel Castro) e de 22 empregados. Todas as despesas são pagas pelos filhos do empresário, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto. “Eles são uns amores, eu me dou bem com os três, suas mulheres e ex-mulheres”, diz. Os bens que vão a leilão, com exceção das monumentais jóias que ganhou de Roberto Marinho, foram herança de Horácio de Carvalho. Lily chegou a ter dezoito fazendas e, quando as vendia, levava os móveis para uma delas, a Paraíso, que virou um depósito. Lá estava boa parte das peças que vão a leilão. Só de cadeiras, são 57 tipos. Copos de cristal, 54 modelos. Sem falar em preciosidades como um par de sopeiras inglesas do século XIX (lance inicial de 137 000 reais) e uma cômoda estilo Dom José, do século XVIII (110 000 reais). O móvel, aliás, já foi disputadíssimo. Ela o arrematou em um leilão, após um fervoroso embate com outro candidato. “Não adianta você tentar. Vou comprar de qualquer jeito”, disparou na ocasião. O pregão de seus bens terá um dia dedicado a obras de arte. São Di Cavalcantis, Pancettis, Facchinettis, Bandeiras e uma escultura de Bruno Giorgi, que, diz a lenda, teve Lily como modelo (é uma mulher nua). Ela fica envergonhada quando perguntam se é verdade. Não responde, mas não nega. A tela mais valiosa é Flores, de Portinari, cotada em 650 000 reais. Lily já se desfez de uma Ferrari, que estava na Suíça, e de um Jaguar, que ficava na mansão do Cosme Velho. Pôs à venda as duas fazendas restantes, com mais de 2 500 cabeças de gado, o dúplex de Copacabana, um terreno de 36 alqueires entre Búzios e Cabo Frio, vinte salas comerciais e uma dezena de flats.


Nada impressiona mais do que suas estupendas jóias. As primeiras, ela ganhou aos 18 anos. Um dia, Carvalho chegou em casa com um delicado par de brincos e um broche de brilhantes. “Não consegui esconder a decepção”, conta. “Gosto de pedras grandes.” Logo depois, ele a surpreendeu ao trazer um colar com quatro fileiras de diamantes, uma gargantilha e um anel de esmeraldas – sua pedra preferida. “A mulher não deve comprar jóias”, afirma. “Quem tem de dar é o marido.” Quando se casaram, Roberto Marinho não queria que ela usasse os presentes do ex. Deu-lhe, então, novas jóias, ainda maiores. Dele ganhou um extraordinário pingente de diamante em forma de pêra, com 20,09 quilates (avaliado em 2,5 milhões de reais). Em outra ocasião, um fabuloso colar de brilhantes com a assinatura da grife Van Cleef & Arpels, com valor estimado em 680 000 reais. Sua jóia preferida, mais um mimo de Marinho, é um conjunto de colar, brincos e anel de esmeraldas com diamantes. Não vai a leilão – pedras coloridas estão em baixa no mercado internacional, explica.


Algumas das jóias só foram usadas uma ou duas vezes; outras, nenhuma vez. Lily está sempre com duas alianças (a sua e a de Roberto). Guardou peças menos valiosas como lembrança. Revela que tomou a decisão de dispor de tudo por achar que só tem mais uns três anos de boa saúde. Em 2007, enfrentou um problema no joelho, duas pneumonias e uma cirurgia na tireóide. Sua maior riqueza, afirma, não são as jóias nem as propriedades. É ficar com Anthony, o neto de 9 anos, que dorme alguns dias por semana em sua casa. “Acordar com a perna dele na minha barriga é a felicidade completa.”


Fonte: Veja Rio

quinta-feira, maio 08, 2008

"No dia em que

eu-vim me embora...

nem chorando, nem sorrindo..."
(algo de uma letra de C.V.)

Sem ir e nem vir, apenas à assistir o desdobrar das atitudes humanas e de me perguntar do porque da falta de humanidade, acabei lendo uma crônica muito pertinente ao momento, à qual dou meu aval.

Posto abaixo.


"FINALMENTE, ENFURECI!


Waldo Luís Viana*

"Acordei de madrugada, neste outono de terremoto, a pensar sobre o que aconteceu realmente em meu país. Todo mundo já disse tudo. A imprensa golpista, a imprensa esquerdista que não se diz golpista (aliás que caricatura grotesca o esquerdismo a favor!) – e fiquei matutando: o que nos aconteceu?

Os políticos continuam os mesmos, safados, entre uísques, interesses e amantes, procurando os seus cadinhos, como moscas em volta das fezes do poder. Uma Pátria dirigida por pútridos, em sucessão de escândalos que não dá pra registrar, empreiteiros, bicheiros, lobistas, vigaristas, assessores, falsos empreendedores com escritório de fachada, amantes em busca de carteiras gordas e uma gravidez premiada, traficantes pequenos e grandes, a cocaína e a prostituição à solta, a pornografia invadindo os olhos dos nossos filhos pela internet e a corrupção vitoriosa, tão inexcedível em seu poder de persuasão, que os corruptos levam os filhos de carro blindado para a escola e seus netos serão inevitavelmente chacinados por alguém, desesperado, que o gordo, careca, de terno cinza e gravata vermelha, com certeza no passado prejudicou...

O que aconteceu neste país que nossos vizinhos querem tomar nossas riquezas e os índios e ONGs estrangeiras nossos territórios e minerais? Onde generais, sempre ciosos do respeito à hierarquia, acalmam as suas mulheres nos travesseiros noturnos, dizendo que com certeza virá o próximo aumento para a tropa? E olha que mulher de militar é fogo, hein, tem coragem...

O Brasil, como dizia o velho general Golbery é um barril de pólvora. E dizia mais: entre sístoles e diástoles vamos desdobrando nosso vil destino, enquanto as maiorias não cobram o seu quinhão. Esperemos, pois, que a Rocinha desça um dia e tome São Conrado, onde reside o Sr. César Maia e outros que tais. Vai ser uma novela da Rede Globo. Ainda bem que o Projac fica mais longe...

Cá estou eu, diante do computador que ainda me resta, pensando em meu país, sem dormir, como o velho seringueiro de Mário de Andrade. De que adianta pensar que minha filha está longe e se atravessar minha cidade de madrugada possa levar uma bala perdida? E o festival em torno da morte da menina Isabella? A mãe verdadeira já está sendo envolvida por duplas caipiras e talvez se torne artista do próximo Big Brother...

Tudo nessa terra é banalização. Vivemos a morte bem morrida da ética. Eu também tenho os meus pecados, como cruel mortal, mas diante do que vejo, das carnificinas, das bocas de fumo, dos caveirões e fuzis AR-15, sou reles e ingênuo inocente.

Escritor e poeta com tantos livros a publicar, outros no estrangeiro porque minha gente não me deseja ler, porque não apanhei da ditadura (tinha quinze anos quando ela explodiu) e não posso nem requerer indenização...

O que aconteceu, meu Deus, a meu país, em que as mulheres precisam tirar a roupa para subir na vida e encontrar um figurão para escorar o divórcio. Em que as prostitutas são seres dos mais nobres porque fazem distribuição de renda: tiram dos homens mais velhos o dinheiro que revertem para os filhos mais novos, que não pediram para nascer...

E nossos aposentados, roubados a cada dia em seus proventos de vento, não podem recorrer a ninguém, já sem forças. Os que lhes esmagam serão velhos um dia também, mas vivem da esperança de repatriar o dinheiro de paraísos fiscais, onde os brasileiros detêm 150 bilhões de dólares e não receiam qualquer guerra e, no íntimo, fazem previsão meteorológica de que jamais haverá um tsunami no Caribe...

Nossos juros, os mais altos do planeta, para conter o egoísmo da inflação produzido por nossas elites. Nenhuma idéia nova. Só a mesma ortodoxia econômica da Escola de Chicago. Como se o sol nascesse a cada dia por causa do Itaú, do Bradesco e do Banco de Boston. Essas instituições não valem a beleza de um carvalho, nem o pescoço de uma vaca pendido no pasto...

O Brasil da dengue, dos seios siliconados, da febre amarela, do carnaval do abadá e do rouba-cá, das geladeiras novas do bolsa-família para poupar energia, enquanto entregamos Itaipu para o falsificado irmão Paraguai, da solidariedade latino-americana que é sempre contra nós, dos norte-americanos que ainda pensam que comemos bananas e temos cobras pelas ruas passando entre tiros de fuzil, pobre Brasil, em que os poetas não estão nas praças públicas, mas trombadinhas e mulheres grávidas morrem nas portas dos hospitais públicos, aqueles da saúde quase perfeita.

Afinal temos um PAC de placas, discursos e pedras fundamentais, pastores bandidos que devem ao fisco e não podem ser investigados porque têm bancadas parlamentares, um congresso fascista, movido a facções profissionais como queria Mussolini, e uma falsa esquerda, sempre ética antes de chegar ao poder e coberta de dossiês e socialismo de mercado quando encontra com ele. Pobre país em que temos quase 50 ministros, como na extinta União Soviética e 22 mil cargos de confiança, como em qualquer ditadura africana.

Onde isso tudo vai acabar? Em nada. Na minha cama, Para onde irei como sempre, assustado, à espera do efeito do calmante..."

* Waldo Luís Viana é escritor e economista.

Rio de Janeiro, 24 de abril de 2008.

"Afora isto ia indo, atravessando, seguindo Nem chorando nem sorrindo..."
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"Ele tem a força?"

Blog Lucia Hippolito

A nota da Força Sindical divulgada ontem é deliberadamente confusa, misturando alhos com bugalhos.

Primeiro, alega que o deputado Paulo Pereira da Silva é vítima de “implacável perseguição política”, ao ser envolvido nessas falcatruas que estão sendo descobertas no BNDES.

Por quê? O que teria feito o deputado para ser vítima de perseguição política? A central sindical alega que é por causa do estrondoso sucesso do deputado no Congresso onde, ainda segundo a nota, ele seria um dos parlamentares mais influentes.

Lamento, mas isto não corresponde à realidade.

Paulo Pereira da Silva é até um deputado bem apagado. Só não é do baixo clero porque preside a Força Sindical. Ele é muito mais um sindicalista na Câmara do que um deputado de origem sindical.

Como é o deputado Vicentinho, por exemplo. Ex-presidente da CUT, Vicentinho ao ser eleito deputado integrou-se muito bem na Câmara, comportando-se como parlamentar e não como sindicalista.

Segundo, a nota afirma que a Força Sindical vai promover manifestações e paralisações em todo o país com o objetivo de reduzir a jornada de trabalho.

Se isto não for uma ameaça à ordem pública, qual é o problema? O papel de uma central sindical tem sido, no Brasil, o de aumentar os benefícios e privilégios de seus associados.

Não se vê, partindo das centrais, nenhuma atitude ou ação visando contribuir para o aumento dos postos de trabalho, para a flexibilização das regras que cercam uma contratação, para a desoneração do emprego (custa caríssimo dar emprego no Brasil).

Egoisticamente, as centrais querem é aumentar benefícios para seus associados. Portanto, está dentro de seu papel fazer manifestações pela redução da jornada de trabalho.

Agora, o que é que isto tem a ver com o possível envolvimento do deputado Paulo Pereira da Silva na roubalheira no BNDES?

Terceiro, a nota afirma que “estamos (quem?) enfrentando a oposição acirrada de autoritários conservadores”.

Quem seriam esses autoritários conservadores? Quem propôs a derrubada do imposto sindical obrigatório foi, inicialmente, o PPS, partido de esquerda herdeiro do antigo Partido Comunista.

Quem propôs o restabelecimento da cobrança obrigatória do imposto sindical foi, no Senado, o senador Francisco Dornelles, do PP, partido de centro-direita. Partido de Paulo Maluf, que compõe a base aliada do governo Lula.

Ao que consta, quem está levantando o possível envolvimento de Paulo Pereira da Silva na roubalheira no BNDES é o Ministério Público, é a Polícia Federal.

Em suma, a nota não responde a nenhuma das acusações a Paulo Pereira da Silva feitas pela polícia e pelos procuradores do Ministério Público.

Com manifestação ou não, com paralisação ou não, o Ministério Público encaminhou o inquérito envolvendo Paulo Pereira da Silva ao Supremo Tribunal Federal porque, como deputado, ele tem direito a foro privilegiado.

Se o Supremo decidir aceitar o inquérito, não há Força que impeça o deputado Paulo Pereira da Silva de ser processado.

Com nota oficial ou não.
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quarta-feira, maio 07, 2008

Sindicalismo

Acabou em farsa

Fonte: Folha de São Paulo - Editorial 04.05.08

ESTÁ DEFLAGRADA uma disputa duríssima por adesões sindicais em escala nacional. Poucas vezes na história deste país se viu tanto empenho da parte das centrais para aumentar a sua lista de instituições filiadas.

Engalfinham-se não exatamente pelo bem do trabalhador: disputam um "pote de ouro" de até R$ 100 milhões neste ano, oriundo do chamado imposto sindical.

Há um mês, chegava ao fim uma longa história envolvendo as centrais sindicais brasileiras. No rol dos grupos emergentes que constituíram a "nova sociedade civil", a partir do final da década de 1970, essas entidades prometiam modernizar o sindicalismo brasileiro, rompendo a tutela estatal que, desde meados do século, caracterizava a organização trabalhista no país.

Mas o que começou em ritmo épico acabou em anticlímax, como farsa. A lei nº 11.648, de 31 de março deste ano, atrelou as finanças das centrais sindicais ao Estado, a pretexto de seu "reconhecimento" legal. As agremiações ganharam direito a um quinhão do imposto sindical. O tributo, pilar da tutela varguista, toma um dia de serviço de todo trabalhador com carteira assinada e o entrega de mão beijada a entidades de classe.

A representatividade é critério para dividir o bolo do imposto entre as centrais. Quanto maior o número de sindicatos filiados e de trabalhadores sindicalizados, maior será a fatia amealhada. Vale tudo para conquistar a, digamos, simpatia dos dirigentes de entidades que ainda não aderiram a nenhuma central -viagens ao exterior, por exemplo.

Foi-se o tempo em que as centrais enxergavam no imposto sindical um empecilho ao livre exercício da representação trabalhista. Agora admitidos no paraíso da finança fácil, dão-se a uma acirrada disputa por filiados, mas apenas para saber quem mama mais. Triste fim.
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terça-feira, maio 06, 2008

Ideli Salvati

Veja o que fez um Cartão Corporativo na vida dessa mulher...


Ideli tem razão: o governo petista muda as pessoas

A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), afirmou ontem, em discurso no plenário do Senado que "o governo Lula está mudando a vida das pessoas".
Ideli está certa, pelo menos no que diz respeito a ela própria.
É só conferir, nas fotos acima, a evolução da ex-radical e histérica líder sindical dos professores catarinenses para
a sofisticada parlamentar de hoje (foto abaixo) que chegou ao poder há poucos anos.
Veja o cabelo, a perda do peso, a pele, as roupas... O que o dinheiro não faz, hein?

Até milagre.

.Fonte: E-mail

Logotipo de empresa britânica causa controvérsia


Clicar na imagem para ler

sexta-feira, maio 02, 2008

Encarando o monstro da indiferença

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta.

Um poeta é só isso: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar... vê, não vendo.

Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia sem ver.

Parece fácil, mas não é.

O que nos é familiar,já não desperta curiosidade.

O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe.
De tanto ver, você não vê.Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo porteiro.
Dava-lhe bom-dia e, às vezes, lhe passava um recado
ou uma correspondência.
Um dia, o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara, sua voz, como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu.
Para ser notado, o porteiro teve que morrer.

Se um dia, no seu lugar estivesse uma girafa cumprindo o rito,
pode ser que ninguém desse por sua ausência.

O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas, há sempre o que ver: gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que um adulto não vê, pois tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.

O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que,de tão visto, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho,marido que nunca viu a própria mulher.

Isso exige muito. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia. por aí que se instala no coração o monstro da indiferença

"Você não consegue mudar o que não consegue encarar".
(James Baldwin)

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