"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

sexta-feira, março 13, 2009

Grandes Mulheres do Brasil - Cleyde Yáconis

Cleyde Yaconis(2)Cleide Yáconis, nascida Cleyde Becker Yáconis (Pirassununga SP, 14 de novembro de 1923). Atriz brasileira.

Iniciou sua carreira no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) ao lado da irmã, a atriz Cacilda Becker. Tem um dos repertórios teatrais mais variados e ilustres da dramaturgia nacional. Para Cleyde, sempre foi normal a escalação para interpretar personagens de mais idade que a sua própria, talvez devido à sua voz e feições graves.

Intérprete que destaca-se em duas companhias do auge do teatro moderno, o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro Cacilda Becker. Ao longo de sua carreira, brilha tanto em papéis dramáticos como em personagens cômicas.

De infância pobre, Cleyde acompanha a mãe e a irmã, Cacilda Becker, em mudanças para cidades do interior. Em 1948 entra para o Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, como produtora e
responsável pelo guarda-roupa, até entrar numa substituição de Nydia Licia, subitamente adoentada, em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams, com direção de Luciano Salce, em 1950. A partir daí, torna-se uma das atrizes mais empenhadas da companhia.

Com Ziembinski estréia, ainda em 1950, Pega Fogo, de Jules Rena
rd, um dos maiores êxitos de Cacilda Becker como atriz. No ano seguinte, está em Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello, dirigida por Adolfo Celi; Convite ao Baile, de Jean Anouilh, mais uma encenação de Salce; e O Grilo na Lareira, de Charles Dickens, novamente com Ziembinski.

Em 1951 atua em Ralé, de Máximo Gorki. No ano seguinte integra os elencos de Diálogo de Surdos, de Clô Prado, ambos com o diretor Flaminio Bollini; Para Onde a Terra Cresce, de Edgard da Rocha Miranda; Vá Com Deus, de Murray-Allen Boretz e Relações Internacionais, de Noel Coward.

Em 1953 é premiada como atriz por Assim É...(Se Lhe Parece), de Luigi Pirandello. Em 1954 brilha em Mortos Sem Sepultura, de Jean-Paul Sartre, e Um Pedido de Casamento, de Anton Tchekhov e como a protagonista de Leono
r de Mendonça, de Gonçalves Dias, em primorosa realização de Adolfo Celii.

Confirma todo seu talento em Santa Marta Fabril S. A., de Abílio Pereira de Almeida - que lhe rende o Prêmio Saci de melhor atriz; e Volpone, de Ben Jonson. Ao lado de sua irmã Cacilda Becker vive a temperamental Elizabeth, de Maria Stuart, de Schiller, em 1955. Eurydice, de Jean Anouilh, montagem com o diretor Gianni Ratto, e Manouche, de André Birabeau, ambos de 1956; e A Rainha e os Rebeldes, de Ugo Bet
ti, direção de Maurice Vaneau, em 1957, são suas últimas participações neste período do TBC.

Sai, neste ano, juntamente com a irmã, Walmor Chagas, Ziembinski e Fredi Kleemann, para fundarem o Teatro Cacilda Becker, TCB, participando das principais montagens e remontagens então realizadas como O Protocolo, de Machado de Assis; Pega Fogo, de Jules Renard; Maria Stuart, de Schiller; Santa Marta Fabril S. A., de Abílio Pereira de Almeida; Os Perigos da Pureza, de Hugh Mills; A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho e Auto da Compadeci
da, de Ariano Suassuna, quase sempre sendo dirigida por Ziembinski - exceção para Auto da Compadecida, com direção de Cacilda.

Em sua volta ao TBC, agora na fase nacionalista, Cleyde integra os elencos de A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri, 1961; A Morte de Um Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, 1962, ambos com direção de Flávio Rangel, e Yerma, de Federico García Lorca, em que é dirigida por Antunes Filho, destacando-se com grandes méritos. Está também em Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, última criação da casa, outra encenação de Antunes, em 1964.

Em 1966, integra o elenco de Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto, um dos primeiros espetáculos
representantes do teatro de resistência, pelo Grupo Opinião. Em 1967 participa de Édipo Rei, de Sófocles, ao lado de Paulo Autran; e de O Fardão, de Bráulio Pedroso, em parceria com Antônio Abujamra. Em 1969 está numa montagem internacional, a de Os Gigantes da Montanha, última obra de Luigi Pirandello, encenada por Federico Pietrabruna.

Iniciando em 1970 uma carreira como produtora, estréia O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna; e Medéia, de Eurípedes, com o diretor Silnei Siqueira. Um novo papel marcante surge em A Rainha do Rádio, de José Safiotti Filho, com direção de Abujamra, em 1976.

Nos anos 80 participa de Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, interpretando Simone de Beauvoir, encenação de Ulysses Cruz, arrebatando uma série de prêmios. Com o mesmo diretor, destaca-se ainda em Péricles, Principe de Tiro, de William Shakespeare, em 1995, no Teatro Popular do Sesi, TPS.

Na crítica ao espetáculo Yerma, de Lorca, o crítico
Décio de Almeida Prado engrandece a atriz: "Cleyde Yáconis ficou para o fim - e não por acaso. Porque Yerma é diferente de todas e de todos, a que "não procura no homem, o homem e nada mais", a que não se contenta, como o marido, com "o que tem entre as mãos". Yerma é uma "criatura do silêncio" (assim a "velha pagã" refere-se a ela e à sua família), presa inexoravelmente ao invisível, ao filho que não tem, à sua concepção rigidíssima do dever. Cleyde Yáconis interpreta-a, como grande atriz que é, com incomparável fervor e dignidade. Ao lado de Antunes Filho, é a viga mestra do espetáculo".

Participou ativamente em produções de televisão, mas em cinema atuou muito pouco em mais de meio século de carreira. Em televisão um de seus trabalhos, a matriarca Dona Joana Salles Jordão na novela Cidadão Brasileiro, de Lauro César Muniz, exibida pela Rede Record. Dentre seus outros trabalhos na televisão, destacam-se Mulheres de Areia, Os Inocentes, Gaivotas, Ninho da Serpente, Rainha da Sucata, Vamp e Torre de Babel.

Fontes: itaucultural, Wikipédia

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