"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Esperança

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano


Vive uma louca chamada Esperança


E ela pensa que quando todas as sirenas


Todas as buzinas


Todos os reco-recos tocarem


Atira-se


E


— ó delicioso vôo!


Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,


Outra vez criança...


E em torno dela indagará o povo:


— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá


(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)


Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:


— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...



Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética",
Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

"Onde está a Vida que perdemos vivendo?"

Quantas horas tem o ano? Parecem muitas: 8 760 horas. Ano bissexto, como o que passou, tem mais 24. Será por parecerem muitas que desperdiçamos tantas? Quanto tempo ganhamos ou perdemos no ano? Qual o critério para saber? "Não vou perder meu tempo com isso", ouve-se muito. Somos realmente tão avaros com o tempo? Como gastamos nossas 8 760 horas?

Quem trabalha oito horas por dia, seis dias por semana, 279 dias por ano (descontados trinta dias de férias e oito feriados), gasta 2 232 horas trabalhando. Quem folga dois dias por semana gasta 1 848. Se ficarmos com a média, serão 2 040 horas de trabalho, pouco menos de um quarto do total de horas do ano. Quando se faz o que se gosta, ganhando um dinheiro justo, não é demais. Se não, é um stress.

O pior é que um terço do salário (e portanto do tempo que gastamos para ganhá-lo) é confiscado na forma de impostos, taxas e contribuições para os governos municipal, estadual e federal – dinheiro em grande parte mal-empregado. Estudantes gastam em estudos as horas que outros gastam em trabalho. Grande número deles estuda e trabalha – como medir o tempo desses sacrificados?

Trabalho não consome apenas as horas do expediente: tem também as que se gastam para chegar lá e voltar. Numa metrópole, seja deslocando-se no próprio automóvel, seja em condução coletiva, a grande massa leva em média hora e meia para ir, hora e meia para voltar (uns mais, outros menos: há os que levam duas horas e meia e os que levam só meia hora). Na média, gastamos no ano 792 horas no trânsito de trabalho, equivalentes a incríveis 33 dias. Juntando com as do trabalho, são 2 832 horas, quase um terço do ano.

Quem dorme oito horas por dia gasta 2 920 horas. Se for um sono gostoso, ótimo, ninguém é de ferro. Somadas ao tempo do trabalho e da condução, lá se foram 5 752 horas, praticamente dois terços do ano.

Diz Drummond, o poeta, em Elegia 1938: "Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear". Quantas horas ao telefone? Sem contar telefonemas durante o trabalho ou no transporte, quem falou trinta minutos por dia gastou 182 horas!

E diante da televisão? (Há pessoas que trabalham em casa e aposentados que chegam a assistir a três novelas, um noticioso, uma fofoqueira, uma quituteira e um humorístico por dia. Cerca de seis horas diárias, um quarto do ano vendo televisão.) Os que trabalham fora, quantas horas de vídeo cabem no seu dia? Uma? Duas? Um noticioso? Uma novela? Um filme? Um jogo de futebol? Que seja o mínimo: uma hora por dia, duas aos domingos, dez por semana, 520 por ano. Somadas às do telefone, do sono, do transporte e do trabalho, 6 454 horas.

Deveríamos comer mais devagar e com mais prazer, mas come-se cada vez mais depressa. Calculemos sessenta minutos por dia, 365 horas por ano. Gastamos sessenta minutos com higiene pessoal, banho, barba, depilação, maquiagem e troca de roupa, total de 365 horas; duas horas em média no trânsito de lazer, considerando só os fins de semana, somam 104 horas, por baixo; meia hora diária nas filas (de banco, metrô, espetáculos, caixas, espera da condução, elevador, estacionamento – sem contar as filas dramáticas de INSS, SUS e emprego, das quais nem todos são vítimas), mais 182 horas; e aí já foram 7 513 horas.

Sobram apenas 1 247 para o amor, o sexo (dedica-se a ele menos tempo do que se pensa, segundo pesquisa recente da Psiquiatria do Hospital das Clínicas: o paulistano diz ter 2,8 relações por semana, a mulher, 2,1; o que dá umas quarenta horas por ano – muito pouco, considerando o destaque que o amor tem nas novelas, nos livros, nos filmes e nos consultórios sentimentais da televisão) – e para passeios, parque, família, praia, futebol, cinema, feiras, livros, shopping, visitas, festa, baile, restaurante, igreja, clube, teatro, barzinho, academia, esporte, caminhada, museus, hobbies, sem contar os imprevistos.

Neste começo de ano, seria bom nos lembrarmos do poeta T.S. Eliot: "Onde está a Vida que perdemos vivendo?".

Fonte: Veja SP - Crônica de Ivan Angelo

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Nós encontrados

Encontrei os nós...não eles

Houve um dia em que nós nos encontramos...foi um tempo lindo!

Lado a lado, nem sempre contritos...apenas juntos.

Como em um sonho mau, nos perdemos, não apenas um do outro,

nos perdemos de Nós, e tudo ao mesmo tempo.

Tempo...tempo que não há como recuperar,

tempo que perdemos...tempo perdido, hoje...para sempre.

Criando tempos diversos...desperdiçados.

Tempo... tempos idos, tempos sem eles e sem nós...

Agora, para sempre.

sábado, dezembro 20, 2008

O precursor da literatura infantil no Brasil

Monteiro Lobato



Oitenta e dois antes antes de Barack Obama chegar à Casa Branca, o visionário escritor brasileiro já havia contado uma história semelhante no romance "O Presidente Negro". A trama se passa no distante ano de 2228. E conta a história de um candidato negro, que derrota uma mulher e um homem branco nas eleições nos Estados Unidos. E se torna o primeiro presidente afro-americano do país. A história parece familiar, não parece? Este é o enredo de "O Presidente Negro", romance escrito por Monteiro Lobato em 1926.


E as previsões não páram por aí. O autor também fala sobre a invenção de um tipo de transmissão de dados que possibilitaria o ser humano a executar tarefas em casa, sem ter que ir para o trabalho. Em outras palavras: a Internet.


***

O precursor da literatura infantil no Brasil.

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, a 18 de abril de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor. Foi um grande tradutor, escritor, contista e ensaista. Sua criação mais conhecida foi o Sítio do Picapau Amarelo. Faleceu em 4 de julho de 1948.

Foi também o primeiro brasileiro a proclamar que o Brasil é rico em petróleo, e por defender a sua tese, foi preso. Sua fala mais contundente era "O PETRÓLEO É NOSSO"
Baixe free "O Presidente Negro"

sábado, dezembro 13, 2008

Dedicado a minha meiga e tenaz Amiga Rachel


OS AMIGOS

Fernando Pessoa


"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho
questionador e tonalidade inquietante.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos,
para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e
santos,bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade
é uma ilusão..."

Frase da semana

"A DIFERENÇA ENTRE O GOVERNO DA INGLATERRA E O DO BRASIL É UMA QUESTÃO DE TROCA DE LETRAS : LÁ O GOVERNO É PARLAMENTAR, E AQUI É PRA LAMENTAR..."


Autor desconheço

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Sakamoto Ryuichi

Merry Christmas Mr. Lawrence





Lindo! Eu adorei.

Agora ninguém segura o TIMÃO.....

Ronaldo Fenomeno se apresenta ao Corinthians em sua Harley


.

Lula lançador de moda

Morte de ex-marido de Susana Vieira

Fonte: M.Batalha por e-mail

"Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos (e, evidentemente,
feito um PrintScreen da tela), não acreditaria na URL do portal G1
para a matéria sobre a morte do ex de Susana Vieira. Veja a figura."



Clique sobre a imagem para ler

domingo, dezembro 07, 2008

Se não quiser adoecer...

A Arte de Não Adoecer

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos".

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como gastrite, úlcera, dores lombares. dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos, a mágoa, a tristeza, a decepção degenera até em câncer. Então vamos confidenciar, desabafar,
partilhar nossa intimidadade, nossos desejos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso remédio e poderosa terapia.

- Se não quiser adoecer - "Tome decisão".

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia.
A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita
de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagens e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

- Se não quiser adoecer - "Busque soluções".

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas.
Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor acender o
fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o
que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo
gera energia negativa que se transforma em doença.

- Se não quiser adoecer - " Não viva de aparências".

Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a
impressão de estar bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está
acumulando toneladas de peso ... uma estátua de bronze, mas com pés
de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas.
São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia,
o hospital, a dor.

- Se não quiser adoecer - "Aceite-se".

A rejeição de si próprio, a ausencia de auto-estima faz com que
sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida
saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores,
competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar
críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

- Se não quiser adoecer - "Confie".

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não
cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem
confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si,
nos outros e em Deus.

- Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste".

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem
a vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que
vive.

"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e
terapia.



(atribuido a Dr. Drauzio Varella)

sábado, dezembro 06, 2008

Lula, "o fino", mente, como sempre mentiu

O "sifu" que o Palácio do Planalto fingiu não ter ouvido

Blog Ricardo Noblat

Doravante, deve-se desconfiar da transcrição dos discursos de Lula publicada na página oficial da presidência da República na internet. Por que se ali se classifica como "inaudível" o que todo o mundo ouviu, imagine o que não se faz com outros ponunciamentos que não chamam tanto a atenção?

Confira no vídeo abaixo o que esbarrou nos ouvidos moucos dos auxiliares de Lula.





A "leveza" da criatura chega a impressionar! Creio que ele pensa que o país é a casa da mãe Joana! Qualquer dia ele tira os sapatinhos, coloca os pézinhos por sobre a mesa e diz: "Ah, e me trás mais um trago."
É uma aberração aplaudida pela comédia humana!
.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Idade de ser feliz

A Idade de Ser Feliz

"Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo o desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se Presente
e tem a duração do instante que passa."



Autoria desconhecida

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Fracasso Da TV Digital

VOCÊ FOI ENGANADO PELO GOVERNO!

Jorge Serrão

Senado agora quer cobrar explicações de Lula e Hélio Costa sobre o fracasso na implantação da caríssima 'TV Digital'

Exclusivo - A 'marcketagem' do (des)governo para com a televisão de Alta Definição, que recebeu da bandidagem oficial o apelido de TV Digital, se transforma em mais um problema político para Lula da Silva.
O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, anda de 'filme queimado' com o Chefão do Palácio do Planalto e já foi chamado ao Senado para dar explicações sobre o factóide digital. O ministro alega que só poderá falar no mês que vem, quando retornar de uma 'viagem técnica' ao Japão, onde vai buscar soluções para um sistema que não funciona.
Lula optou pelo padrão de TV digital japonês (ISDB) no dia 8 de março de 2006. O caso se complica ainda mais porque quem deu assessoria jurídica para o fechamento do acordo para adoção do padrão digital japonês foi ninguém menos que o advogado Roberto Teixeira - que é compadre do Presidente Lula. O mesmo Teixeira do caso Varig, Varig Log, Gol e outros menos votados e ainda ocultos.
Lula também foi muito pressionado por seu Ministro Costa e pela Rede Globo a apostar no modelo que concorria com os padrões, norte-americano (ATSC) e europeu (DVB).
São Paulo tem apenas 26 mil pessoas que tentam usar a assim chamada TV DIGITAL, mas que na verdade se refere ao sistema de HDTV (high definition TV), pois caíram no conto do vigário petista e compraram decodificadores. Quem comprou... SIFU.
Quase todos não conseguem fazer com que o sistema funcione com alta definição de imagens, seja por problema de geração das emissoras, ou porque a chamada caixinha decodificadora (Top Set Box) não funciona direito.
O equipamento se parece muito com o desgoverno brasileiro.
O consumidor foi redondamente enganado nessa digitalização de araque. O valor previsto pelas empresas para fabricar os decodificadores girava de 100 a 250 reais. Tais valores não condizem com o valor de mercado real do equipamento, de 500 reais.

A empresa 'POSITIVO' foi convocada ao Senado para explicar porque o equipamento está tão caro e não funciona. Seus responsáveis alegaram que "não recebeu incentivos fiscais" para baixar o preço do produto.
Mas é a falta de clientes que preocupa a 'POSITIVO' (afinal de contas o consumidor brasileiro está ficando mais esperto), cujos dirigentes também são muito ligados ao Palácio do Planalto e ao empresário Fábio Luiz da Silva, o Lulinha. Entenderam?!
O aparelho ideal para o funcionamento da HDTV custa em torno de 17 mil, ou seja, algo em torno de 10 mil dólares. Assim mesmo, não estão preparados para a interatividade.
No Rio de Janeiro, o projeto da TV digital (HDTV) está totalmente parado: por falta de tecnologia, problemas de padrão e falta de interesse nos investimentos, dado ao fracasso de São Paulo.
Mês que vem, os japoneses vêm ao Brasil para tentar uma solução para o problema - mais um para a cabecinha do chefão Lula.

domingo, novembro 30, 2008

Fabulosa engenharia

"Amanhecimento"

"Amanhecimento"

Elisa Lucinda

"De tanta noite que dormi contigo
no sono acordado dos amores
de tudo que desembocamos em amanhecimento
a aurora acabou por virar processo.

Mesmo agora
quando nossos poentes se acumulam
quando nossos destinos se torturam
no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.

Nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.

Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
para um dia partirem em revoada.

Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções, invenções de alvorada...

Ninguém repara,
nossa noite está acostumada."

O tempo que não tem tempo

...e que não perdoa.



Aos 80 anos...Gisele Bündchen é vítima de concurso de photoshop

O site Worth1000 é conhecido por seus concursos de manipulação de imagens e fotomontagens. Esta semana, além de outras celebridades, o alvo dos brincalhões on line foi a top brasileira Gisele Bündchen.

Eles utilizaram das manhas do photoshop, mostrando como serão as estrelas dentro de algumas décadas, para concorrerem ao prêmio.


No caso de Gisele Bündchen, utilizaram uma imagem real da modelo, para mostrar como ela estará aos 80. Nossa, vocês acham que a bela vai ficar mesmo assim, apesar dos muitos recursos estéticos que já se tem?

Não se pode saber... uma de minhas musas era Brigitte Bardot, também no auge da beleza, em idos de...


Hoje, antes dos 80 anos ela é ela, uma senhora que recusou-se a qualquer procedimento contra a "natureza".


Uma pena! Era ainda mais bela do que a bela de hoje!



Tempo, tempo, tempo...



sábado, novembro 29, 2008

Semana Catastrófica

Surpreendentes imagens do Brasil em Santa Catarina

ARCA DE NOÉ: Gado procura abrigo na sede de fazenda alagada perto de Itajaí-Açu, localizada na foz do Rio Itajaí. A cidade teve 80% do seu território inundado: a subida das marés bloqueou o escoamento da água do rio para o mar, causando o seu transbordamento para as margens

Apavorantes imagens do mundo - Indía em Mumbai

Um dos cartões postais de Mumbai e da India o Taj Mahal Hotel, construído em 1905, com 565 apartamentos incluindo 46 luxuosas suítes, ficou quase que totalmente destruído


Ano de 2.008 termina com péssimos acontecimentos para o mundo (isso nos inclui). A política humana destrói os valores morais e o sistema de defesa natural do planeta.

Muitas vidas perdidas pela ganância e pelo radicalismo.

Nada poderá defender o Homem do Homem.

Que não contem com Deus, que lhes deu o livre arbítrio.


Leia ótima cobertura sobre esses terríveis acontecimentos - donde procedem as fotos em "the passira news".

Parabéns amigo Toinho!

quarta-feira, novembro 26, 2008

Fadas dançam...

A DANÇA DAS FADAS

"Altar de Aisling Suave música de flauta,
cheirando a jasmim e ylang-ylang,
que vem de lugar nenhum,
de um canto adormecido,
trazendo incensários de
um momento sereno.

Estou sem saber, em transe,
próximo a um altar de pedra,
no meio do círculo azul, bem ao Sul,
invocando antigos amigos elementais,
pedindo ajuda para o Povo Pequeno...
Talvez o meu único eterno conforto
esteja guardado agora na clareira
da mais radiosa floresta,
na imantação da Lua Cheia,
no banhar dos raios prateados,
serpenteados pela dança das fadas,
decorado na oferenda das maçãs
com canelas e no mesmo correr
as eternas águas...

E Na Lua Esquecida do Amor,
no percurso de tantas vezes,
passam conjunções de Platão a Saturno.
Quieto, calado, taciturno,
estou isolado entre adequações e
reestruturações.

Mas posso rever, distante, você,
doce e graciosa Aisling.
Peço licença ao sentimento.
Em movimento lento muito lento,
faço referências medievais para a
Deusa Fada dos perdidos acalantos.
E lamento, ah, como lamento,
tê-la guardado apenas
no frívolo pensamento,
feito voz esquálida
que fenece ao vento...

Aisling, Deusa da Esperança...
leva-me para dentro do círculo.
Pede a Aine, Senhora das Fadas,
o remoer das águas...
e por um milimétrico segundo,
talvez o retroceder do tempo.

Rainha do Povo Pequeno,
toma conta de todas
as minhas mágoas...

Aisling,
conta-me no descerrar da floral cantiga,
ao sopro da brisa primaveril,
que eu, tolo menino, preciso fazer
para que ela retorne à minha vida???

Dá-me guarida, Doce Aine,
consciência do meu corpo adormecido,
para que eu possa rever,
mesmo que seja pela última vez,
as fadas que eu tanto amo e venero,
dançando nesta noite de clarão azul.
Por que, por desconhecido motivo,
preferi cegar imagens do coração.
Não consigo perceber mais...

Aisling,
sinto falta do elixir,
da poção encantada de um olhar, magia celta de íris verde na relva macia,
longos cabelos negros, esvoaçantes,
incessantes a me guardar por inteiro.

Aisling e Aine,
Rainhas do Povo Pequeno,
como posso voltar a ter paz???

Queria tanto acabar com este nevoeiro,
transformá-lo em círculo azul, bem ao Sul,
queria ver as fadas dançarem
nesta noite sem fim.
E ao exalar do jasmim,
Aisling e Aine,
na pedra solar,
poder calar toda a minha dor.

Queria muito, doces rainhas das Fadas,
retornar, mesmo em sonho,
em instante de névoa,
no fundo perdido da clareira,
para os braços do meu único amor.."
Esta é uma das obras da Coleção POESIAS HÀMLID.

terça-feira, novembro 25, 2008

Para Você

Yma




"O que é uma filha sem o amor de sua mãe?

É uma flor cheia de espinho
para se defender do que a vida "lhe fez"

É procurar desesperadamente um rosto

É não sentir na boca nenhum gosto

e ter de dizer para si mesma

...era uma vez.."

Rivkah

Aprendendo a meditar

"Só há um meio de acabar com a perturbação e enlouquecimento das sombras, integrando-as."

quarta-feira, novembro 19, 2008

Líderes & Conceitos

"Ninguém é insubstituível."


Na sala de reunião de uma multinacional, o CEO nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e olhando nos olhos de cada um, ameaça: "ninguém é insubstituível".
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta, e o CEO se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como?
- o CEO encara o gestor, confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível, e quem substitui o Beethoven?
Silêncio...
Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal, as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização, e que quando sai um é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substitui:
Beethoven?
Tom Jobim?
Ayrton Senna?
Ghandi?
Frank Sinatra?
Dorival Caymmi?
Garrincha?
Michael Phelps?
Santos Dumont?
Monteiro Lobato?
John Kennedy?
Elvis Presley?
Os Beatles?
Jorge Amado?
Paul Newman?
Tiger Woods?
Albert Einstein?
Picasso?
Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem - ou seja - fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe, focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar "seus gaps".
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico.
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se você ainda está focado em "melhorar as fraquezas" de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bundchen por ter nariz grande.
E na sua gestão, o mundo teria perdido todos esses talentos.

Fonte: E-mail

domingo, novembro 16, 2008

Clarice Zeitel para o Paparazzo

Bastidores do ensaio sensual

`Pátria Madrasta Vil´

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES


Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

Por Clarice Zeitel Vianna Silva

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero
de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. Porque o Brasil nada mais é do
que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade,
o exagero de escassez de responsabilidade. O Brasil nada mais
é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de
contradições. Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas
eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço
de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil. A minha mãe não 'tapa o sol
com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem
ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me
aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para
morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela
me daria um verdadeiro PACote que fosse efetivo na resolução do problema, e
que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me
adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de
oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e
esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição! É
disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que
quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam
hipócritas, mudanças que transformem! A mudança que nada muda é só mais uma
contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a
pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela
ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade:
nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do
Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão
confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que
reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas
preparadas para isso? Eu acredito profundamente que só uma revolução
estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de
seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil. Afinal,
de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não
afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? Talvez o
sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um
posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por
todos... Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma
madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'.

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num
livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está
disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

A Lei nos idos de 1833

Clique sobre a imagem para ler a notícia

sábado, novembro 08, 2008

Dia muito especial

O enlace matrimonial de toda mulher é muito especial ao seu coração


Profusão de acessórios, providências, angustia e ansiaedade - além de outros particulares inirentes ao feliz dia do "Sim" - Sim, meu amado, me proponho a dividir todos os dias de minha vida com você: na saúde, na alegria, na fortuna e em todos os seus avessos...

Um dia muito especial e em especial para pessoas que como a noiva de hoje, deixa em sua página a seguinte mensagem:

"Compreendi que pra ser feliz basta querer
Aprendi que o tempo cura
Que magoa passa
Que decepção não mata
Que hoje é reflexo de ontem Compreendi que podemos chorar sem derramar lagrimas
Que os verdadeiros amigos permanecem
Que dor fortalece
Que vencer engrandece
Aprendi que sonhar não é fantasiar
Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos
Que o valor está na grandeza da conquista
Compreendi que as palavras tem força
Que fazer é melhor que falar
Que o olhar não mente
Que viver é aprender com os erros
Aprendi que tudo depende da vontade
Que o melhor é ser nós mesmos
Que o segredo da vida é VIVER"

Antes ela registra uma leitura feita na Biblia:

"Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Efésios 5:31"

A mim resta desejar que sejam esses os seus sapatinhos de cristal e, que em sendo, jamis se quebrem - Você merece!
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sexta-feira, novembro 07, 2008

Lula comemorou eleição de Obama

Ele também!

Pérolas do Lula


"Não deixe de sonhar com (e comprar) seu primeiro sutiã."

Blog Cristiana Lôbo

O presidente Lula esbanjou seu otimismo com o futuro do Brasil, hoje, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) quando disse que “vai quebrar a cara” quem aposta num crescimento mais baixo para o Brasil. Ele destacou que nos primeiros nove meses deste ano, o Brasil registrou 2.047 milhões de novos empregos. E acrescentou: “mais do que nos oito anos passados”, indicando que estaria se referindo ao governo Fernando Henrique, mas sem citar o nome.

Para transmitir seu otimismo com o Brasil, Lula recorreu a todo o tipo de comparação. Foi no futebol que encontrou a forma de elogiar a tática do governo. “Para mim, a melhor defesa é o ataque”, proclamou, depois de garantir que não haverá pacote de medidas para enfrentar a crise.

- Eu sou otimista, e presidente da República tem de ser otimista, porque, se ele não for, quem será? É como um pai de família. É ele quem tem de garantir à família que vai haver pão. Se ele não fizer isso, para que que serve um pai?

Lula disse, ainda, que o pior da crise já passou e que espera de Barack Obama respostas rapidamente para os problemas. “O Obama é suficientemente inteligente para saber que tem de tomar medidas logo”, disse.

A grande preocupação do presidente Lula é em estimular o consumo das famílias aqui no Brasil para compensar eventual queda nas exportações brasileiras. Ele disse que os brasileiros não devem ficar preocupados e devem, sim, ir às compras e não se intimidar com a crise.

- Os brasileiros devem realizar o sonho da casa própria; não devem deixar passar o momento mágico de ter um carro; uma tv de plasma, que todo mundo quer, agora; o seu computador, e até o primeiro sutiã… Lembrei da propaganda - disse Lula, arrancando gargalhadas da platéia formada por empresários.

Lula disse que o governo vai agir para garantir o crédito e assegurou que o governo “não vai quebrar o Estado”. E encerrou dizendo:

- Capitalismo sem dinheiro não funciona. Aliás, nem socialismo sem dinheiro funciona. E, agora, vão (os bancos) ter de emprestar, se não, vai todo mundo para o vinagre.

Quanto a "marolinha"...

quarta-feira, novembro 05, 2008

Em belo discurso, McCain prevalece sobre a derrota

Embora desapontado com derrota, McCain diz que permanece um servo dos EUA



Blog Josias de Souza

Quem quiser alcançar a dimensão histórica do que se passa nos EUA precisa dedicar um naco do seu tempo à leitura do discurso do derrotado.

Surrado por Barack Obama, John McCain soube perder. Melhor: soube vencer a derrota, digerindo-a com rara e fina elegância.

Apreciar o discurso do vencido traz uma vantagem adicional. Tira-se proveito de uma peça cuja riqueza está em expor a pobreza do debate político.

McCain falou para correligionários machucados. A primeira referência que fez a Obama arrancou vaias da platéia.

Poderia ter saciado a sede de sangue do seu exército com um pronunciamento de timbre vingativo. Preferiu oferecer ataduras.

McCain calou os apupos com nobreza. “Há pouco, tive a honra de telefonar para o senador Barack Obama, para parabenizá-lo”, disse.

“Em uma disputa tão longa e difícil quanto foi a dessa campanha, o sucesso dele demanda meu respeito por sua habilidade e perseverança”.

A história é uma senhora seletiva. Pouca coisa sobrevive aos corredores frios da posteridade. Protagonista do circunstante, McCain revelou-se digno de ir à estante.

Em vez de quebrar lanças contra a história, o derrotado ajudou a escrevê-la: “Esta é uma eleição histórica...”

“...Reconheço o significado especial que ela tem para os afro-americanos e para o orgulho todo especial, que deve ser deles nesta noite”.

Recordou os tempos em que “velhas injustiças” foram impostas aos negros americanos. Coisas que “mancharam a reputação” dos EUA. E foi ao miolo do fenômeno:

“A América está hoje a um mundo de distância do fanatismo cruel e apavorante daqueles tempos...”

“...Não há melhor prova disso do que a eleição de um afro-americano para a presidência dos Estados Unidos”.

Em vez de necropsiar a própria derrota, McCain pôs-se a enaltecer o triunfo alheio. “O senador Obama alcançou um grande feito para si mesmo e para este país. Eu o aplaudo por isso.”

Recordou a morte da avó do rival, ocorrida na antevéspera da eleição. Disse que, “na presença do Criador”, a velha senhora haveria de estar “muito orgulhosa do bom homem que ela ajudou a criar”.

McCain realçou divergências: “O senador Obama e eu tivemos e discutimos sobre nossas diferenças, e ele prevaleceu. Muitas dessas diferenças permanecem”.

Na seqüência, teve a sabedoria de acomodar o interesse público acima das desavenças: “Estes são tempos difíceis para o nosso país...”

“...E eu prometo a ele [Obama] nesta noite fazer tudo em meu poder para ajudá-lo a nos liderar através dos muitos desafios que vamos encarar”.

Nos parágrafos finais de seu discurso, McCain, podendo escolher um dos Napoleões que a historigrafia lhe ofecere, optou pelo Napoleão da coroação, não o de Waterloo.

“Hoje, fui um candidato ao posto mais alto do país que amo tanto. E, nesta noite permaneço um servo. Isso é benção suficiente para qualquer um...”

“Nesta noite, mais do que em qualquer outra noite, tenho em meu coração nada mais que amor por esse país e por todos os seus cidadãos, tenham apoiado a mim ou ao senador Obama...”

“Desejo boa sorte ao homem que foi meu oponente e será meu presidente. E peço a todos os americanos [...] que não se desesperem diante das atuais dificuldades...”

“...Mas que acreditem, sempre, na promessa e na grandeza dos EUA, porque nada é inevitável aqui”.

Como se vê, McCain é o tipo de personagem que vale cada minuto de curiosidade. Já valia antes, aliás.

Em 1967, McCain pilotava um avião da Marinha sobre o Vietnã. Foi abatido. Amargou cinco anos e meio numa solitária.

Os inimigos moeram-lhe os ossos. Hoje, não consegue levantar os cotovelos acima dos ombros. Com o discurso da derrota, mostrou que sabe conservar a cabeça erguida.

Submetido à tortura de guerra, não entregou ao inimigo um mísero nome. Recusou a liberdade em troca de uma abertura de bico.

Aos que enxergam heroísmo na jornada vietnamita, McCain responde com humildade de servo: "Você não precisa ser um sujeito brilhante para ser derrubado por uma bateria antiaérea."

Neste 2008, abatido pelo míssel da novidade Obama, o velho marinheiro cavou na trincheira da enciclopédia um verbete de destaque.

Com o discurso de um sujeito brilhante, McCain prevaleceu sobre a derrota.
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Afinidade

Deu no



Em entrevista à revista Veja, Larry Rohter, o jornalista americano que quase foi expulso do Brasil por falar do gosto do presidente por bebidas alcoólicas, comenta sobre lançamento de seu livro "Deu No New York Times" e emite sua opinião sobre algumas personalidades da política brasileira, dentre elas sobre o presidente Lula.



"As semelhanças de Lula com George W. Bush têm mais a ver com caráter e personalidade. Como Bush, Lula não parece ter muita curiosidade intelectual. Ele não gosta de ler relatórios, muito menos livros, tem uma ideologia estreita que impede que novas experiências mudem sua perspectiva, tinha muito pouca experiência do mundo fora das fronteiras de seu próprio país antes de assumir o governo, e disse algumas coisas notavelmente ingênuas e desinformadas enquanto viajava pelo exterior.
Ambos maltratam sua língua nativa, mas ambos são tidos como calorosos e cativantes em situações de contato pessoal. Talvez isso explique a afinidade que eles parecem ter desenvolvido um pelo outro: apesar de suas diferenças ideológicas, parecem reconhecer um no outro espíritos aparentados.
De nenhum dos dois, contudo, pode-se dizer que tenha crescido em estatura ou credibilidade enquanto ocupava o cargo"


Fonte: Revista Veja

George W. Bush

"Vendedor de Sonhos"

Desafio de Obama é entregar os sonhos que vendeu


Blog Josias de Souza

Barack Hussein Obama é o 44º presidente dos EUA. John McCain reconheceu a derrota em discurso pronunciado na madrugada desta quarta-feira (5).

O novo presidente vai à Casa Branca, em janeiro, com a cara de gerente de crise. A maior crise financeira desde o crash de 29.

Obama prevaleceu sobre McCain vendendo sonhos. Seu grande desafio será converter o onírico em real.

Nos discursos de campanha, Obama dirigia-se, primeiro, ao coração de suas platéias. Só depois captuva-lhes as mentes.

Ficou a impressão de que sua fala carece de densidade. Numa fase em que Hillary Clinton ainda media forças pela vaga do Partido Democrata, Bill Clinton disse:

“Você pode fazer campanha em poesia, mas governa em prosa”. A metáfora do marido de Hillary resume o drama de Obama.

O triunfo nas urnas tanto pode convertê-lo em estadista como em fiasco. Por ora, sabe-se apenas que os eleitores americanos decidiram optar pela ousadia.

A América fez uma concessão ao improvável. Acomodou no comando do império a mais vistosa novidade produzida pela política americana nos últimos tempos.

Some-se à ascensão meteórica de Obama a cor da cútis do novo presidente e tem-se uma exata dimensão do novo.

Para os padrões brasileiros, Obama é mulato –filho de um negro queniano com uma americana branca do Havaí.

Aos olhos do mundo, trata-se do primeiro negro a sentar-se na poltrona de presidente da economia mais importante do planeta. Não é pouca coisa.

Será no mínimo divertido observar as mãos brancas, que se julgam superiores, tendo de apertar, ao redor do mundo, a mão retinta de Obama.

De resto, convém torcer para que Obama consiga provar-se capaz na dura liça do cotidiano administrativo.

O êxito do novo presidente americano faria bem não só aos EUA, mas ao mundo.

Em julho passado, falando para uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, em Berlim, Obama pontificara:

"Eu sei que não pareço com os americanos que já falaram aqui. A história que me trouxe aqui é improvável".

Antes, esmerara-se na construção de analogias em torno dos escombros do Muro de Berlim. Mencionara o fantasma dos muros da pós-modernidade.

Muros "entre raças e tribos, nativos e imigrantes, cristãos e muçulmanos e judeus". São paredes que, no dizer de Obama, "não podem continuar de pé".

A hora, dicursara Obama, é de "construir pontes” ao redor do planeta. Nada mais sensato. Nada mais improvável, contudo.

Hoje, apenas o dinheiro dispõe de liberdade para passear pelo mundo. A pecúnia não tem pátria. Vai para onde ganha mais. Daí a natureza global da crise.

Aos pobres que ousam pular os muros da pós-modernidade sonega-se a mesma desenvoltura. A eles são reservadas a prisão, a humilhação e a deportação.

É nesse mundo que une o capital e divide as pessoas que o fenômeno Obama irrompe como novidade alvissareira.

Impossível desconhecer que há, de fato, um quê de poesia na trajetória do sucessor de George Bush. O alerta de Clinton não é despropositado. Longe disso.

Mas é preciso admitir que faltava à política, nos EUA e no mundo, uma dose daquele tipo de inspiração que conduz ao verso. Resta saber como será a migração para a prosa.
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E o improvável foi concretizado

BARACK HUSSEIN OBAMA eleito Presidente dos Estados Unidos

terça-feira, novembro 04, 2008

Barack Obama X John McCain

OBAMA NO MEIO DE NÓS?

Blog Reinaldo Azevedo

Conversava no começo da noite com aquele meu amigo “obamista”, o dos e-mails da madrugada, e acabei dizendo: “É, a esta altura, talvez até eu torça pela vitória de Barack Obama. Pode ser até um bom remédio contra o antiamericanismo estúpido que toma conta do mundo. A eventual vitória de John McCain fará com que todos os imbecis do planeta imaginem estar certos acerca das boçalidades que dizem sobre os Estados Unidos”. Não, leitor! Eu não mudei. Continuo a torcer por McCain. Estava apenas fazendo uma espécie de, sei lá eu, desabafo quase irônico a respeito das eleições naquele país.

Enquanto escrevo, vocês certamente lerão nesta terça, cinco estados antes dados como conquistados por Obama entraram na categoria de risco (para ele). Outros dez (128 votos) estão indefinidos. Segundo o excelente site Real Clear Politics, a vantagem do democrata já foi maior: chegou a ter 311 delegados; agora, às 2h29 da manhã, informa a página eletrônica, está com 278 — precisa de 270 votos. Juntos, aqueles estados que passaram a trazer algum risco para Obama somam 50 delegados. Vamos ver como será quando vocês mesmos fizerem a consulta. Ninguém se atreve, pois, a dar a eleição de Obama como certa, embora ela seja bem provável. O resultado, espera-se, será conhecido hoje. O sistema americano, vocês sabem, pode permitir derrotas e vitórias homéricas, ainda que os candidatos tenham quase o mesmo número de votos. Basta que um deles ganhe, não importa por qual margem, a disputa num grande número de estados e/ou nos mais populosos, com mais delegados.

Vejam como é curioso: o mundo e boa parte dos EUA estão rigorosamente entre a euforia e uma espécie de depressão. Se Obama vencer, o país pode assistir a uma das maiores manifestações públicas de regozijo de sua história; se perder, então será como se as piores expectativas sobre os americanos se cumprissem. E, no entanto, vamos ver: que grande mudança institucional ou legal estará se operando ganhe um ou outro? Em qualquer hipótese, a resposta é NENHUMA. Vou repetir aqui: minhas reservas a Obama nada têm a ver com o seu suposto viés excessivamente “liberal” (entendido, nos EUA, como “esquerdista demais”). O que me afasta dele é sua óbvia inexperiência.

Ele está longe de ser um ignorante ou alguém intelectualmente limitado. Os republicanos, se vocês notarem, não deixaram de usar contra ele certos recursos que, no Brasil, curiosamente, têm um pé no petismo: chamam-no “elitista” e tentam ironizar a sua condição de “intelectual” e amigo do establishment de Washington. Não, ele nada tem de apedeuta — se gosto das coisas que ele diz, bem, aí são outros quinhentos. Mas não representa ou encarna a apologia da ignorância intuitiva. Ao contrário: é até bem metódico. O problema está nos sentimentos que mobiliza, aí, sim. É evidente que a euforia que pode se seguir à sua vitória decorre de virtudes que ele não tem nem terá: a de um verdadeiro “Salvador”.

O que me desagrada profundamente é a falsa “verdade” que se plasmou — e isso foi habilmente usado pela campanha democrata — de que só o racismo pode derrotar Obama. Isso, na prática, se daria assim: o eleitor diz ao pesquisador que vota em Obama — daí a sua liderança nas pesquisas gerais —, mas, na hora de escolher um nome na cabine indevassável, votaria contra “o negro”. Ora, o mapa do Real Clear Politics desmente essa hipótese. E é simples demonstrar: há 10 estados indefinidos (128 votos); em cinco outros (50 votos), tendentes a Obama, os pesquisadores vêem risco — vale dizer, a sua liderança não é consolidada. Assim, ainda que o eleitor esteja dizendo a verdade aos pesquisadores, qualquer resultado é possível.

Mas se firmou a “doxa”, não tem jeito. O processo foi conduzido de forma a que só um resultado parece legítimo, ou se instala sobre o processo eleitoral uma suspeita de má fé. E o que é mais impressionante: má fé do eleitor, o que certamente seria inédito na democracia. É como se um movimento coletivo fosse, então, organizado para enganar os pesquisadores. Vejam lá: consideradas as margens de erro, qualquer resultado é possível.

Meu amigo insistia, nesta segunda à noite, nas qualidades, vamos dizer, “conservadoras” de Barack Obama, o que acabou atraindo até parte dos republicanos tradicionais, alguns deles auxiliares do hoje já lendário Ronald Reagan. O “real McCain”, aquele independente, teria ficado para trás, obrigado que foi a entusiasmar o próprio partido e suas alas menos intelectualizadas, papel que inicialmente parecia caber a Sarah Palin, bem-sucedida no começo, esmagada depois por um trabalho de “desconstrução” como, creio, não se viu nos últimos tempos. De “fenômeno” a “estúpida”, passaram-se três semanas.

Não estou certo de que Obama seja o “real conservador”, como querem alguns setores que se descolaram do próprio Partido Republicano. Mas é certo que não o considero um revolucionário. A política e o establishment americanos dispõem de muitas instâncias que impedem o eleito de, vá lá, atingir o coração dos interesses dos Estados Unidos. Não me agrada é esse movimento de opinião salvacionista que tomou conta de seus eleitores nos EUA e de seus admiradores no mundo. E que se note: não me venham dizer que esse movimento é muito mais iluminado do que o dos “radicais” que inflamam os comícios de Sarah Palin. Dois obscurantismos de meras palavras de ordem estão em confronto.

À diferença de muita gente, não gosto deste momento da “democracia americana” porque acho que se formou uma opinião coletiva que agride a própria essência do sistema: só um resultado provaria as suas virtudes.

Mas também não me tomem por apocalíptico. Obama vai vencer? Então tá. De certo modo, é a pior coisa que pode acontecer para o próprio Obama e para aquelas fatias de seu eleitorado tomadas pelo “quebranto do bem”. O Messias terá de voltar à terra. E de ficar na terra.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Ontem passsou, mas ficará

Erros, luta e frustração


Kimi Räikkönen, terceiro colocado, consola Felipe Massa no pódio

A imagem do homem que venceu a batalha, mas perdeu a guerra.

domingo, novembro 02, 2008

Homenagem ao dia 2 de novembro


Rosas Vermelhas

Se por acaso o céu dos seus sorrisos está com as estrelas da alegria apagadas pela saudade daqueles que se foram, ofereça-lhes, você, as rosas da gratidão pelos momentos felizes que o ser querido lhe permitiu viver.

Não deixe que as lágrimas lhe impeçam de ver as estrelas da esperança de um novo encontro, num amanhã feliz que não tarda a chegar.

Conserve a certeza de que o amor é eterno tanto quanto a vida, e jamais se perde.

Lembre-se que Jesus foi o grande propagador da imortalidade, pois atravessou o túmulo e voltou, exuberante, legando à humanidade a prova de que a vida é indestrutível, tanto quanto o amor


Fonte: e-mail

quarta-feira, outubro 29, 2008

Um alerta aos pais!

Criando Um Monstro

Blog Mafalda Crescida


O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por… Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: “ela não quis falar comigo”. A garota disse não, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ). Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras que não conseguem dizer não às sogras, chefes que não dizem não aos subordinados, gente que não consegue dizer não aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, “não posso traumatizar meu filho”. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer não, você não pode bater no seu amiguinho. Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos. Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar a madrugada na rua. Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação. Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos. Não, essas pessoas não são companhias pra você. Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. Não, aqui não é lugar para você ficar. Não, você não vai faltar na escola sem estar doente. Não, essa conversa não é pra você se meter. Não, com isto você não vai brincar. Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Gabeira, um vitorioso!


"A vitória de Gabeira"

Lula Vieira/exclusivo



O publicitário Lula Vieira, o Washington Olivetto dos cariocas, é meu amigo. Aos 61 anos, paulista da Lapa, fez sua carreira de muito sucesso no Rio. Já a meio caminho do primeiro turno, entrou de cabeça na campanha de Fernando Gabeira.

Pedi a ele no começo da semana que me contasse como foi por dentro esta campanha absolutamente fora dos padrões da política brasileira _ os bastidores, as dificuldades, as discussões internas, a luta para chegar ao segundo turno, a onda que se formou nas últimas semanas indicando que era possível ganhar.

Hoje, bem no dia da eleição, ele arrumou um tempinho para me escrever. Tentou o dia todo falar comigo, mas meu celular não estava funcionando. Só agora, quase 11 da noite, recebo este belo depoimento de Lula Vieira, que repasso aos leitores do Balaio. Nele ficamos sabendo como Gabeira perdeu, mas ganhou as eleições no Rio:

"Escrevo ao meio dia de domingo, antes de encerrar a votação aqui no Rio de Janeiro, com as pesquisas de intenção de voto indicando empate técnico entre os dois candidatos a prefeito, Fernando Gabeira e Eduardo Paes.

Trabalhei para Gabeira desde quando ele tinha 4% das intenções de voto e era um candidato tão pequeno que nem mereceu ser entrevistado pelo RJTV, que restringia o supremo prestígio de ser ouvido pelos repórteres àqueles que tivessem algo acima de 5% das intenções de voto.

Invariavelmente Gabeira aparecia na condição de "outros" quando os jornais e as emissoras de televisão falavam dos candidatos. O que mais ouvi neste mês de agosto foi que sem dúvida Gabeira era o melhor nome para a Prefeitura, mas que infelizmente não teria a menor chance.

Os eleitores mais conscientes tratavam de escolher "o menos pior" entre os que poderiam ganhar, Jandira Fegali, Bispo Crivella e Eduardo Paes. Essa difícil e desanimadora escolha ficava entre Jandira e Paes, pois "Crivella nunca", pelo menos na ótica - como eu já disse - dos mais conscientes. Ou dos mais bem informados, sei lá.

Uma revista semanal, acredito que a IstoÉ ou Época (Veja tenho certeza que não foi) chegou a apelidar Gabeira de "Candidato Carrossel" por girar, girar, girar e não sair do lugar. Fui procurado pela mulher de Gabeira, Neila Figueiredo, e selamos o trabalho em conjunto no dia do velório de dona Ruth Cardoso, no aeroporto Santos Dumont, que permanecera fechado durante toda manhã.

Teria total liberdade, desde que não resolvesse criar um Gabeira de mentira. A restrição a qualquer tipo de maquilagem ia até mesmo à própria maquilagem. "As rugas são as marcas do tempo no rosto dele, devem ficar". Não seria necessária a advertência. Mas fiquei contente por ouvi-la.

Acho que os marqueteiros são responsáveis pelo esvaziamento do conteúdo verdadeiro dos candidatos, embora não tenham culpa na falta de caráter e na compulsão pela mentira. Essas características o sujeito já traz de casa, ou de berço, como queiram.

Dias depois, na minha casa, traçamos o rumo da campanha: não atacar o adversário, ser absolutamente transparente, não sujar a cidade. A transparência deveria ir até mesmo no caixa da campanha: nada de Caixa 2, não receber dinheiro de companhia de ônibus nem de cooperativa de taxi, pagar e receber tudo "por dentro" e colocar todas as movimentaçõs imediatamente na Internet.

Se você for até o site da campanha vai achar lá o ítem "Ebulição". É a nossa empresa. Todos os pagamentos que recebemos (e pagamos os impostos) estão lá. Para os padrões brasileiros, o dinheiro da campanha era quase pobre.

Como vantagem tínhamos a melhor equipe que a ideologia pode comprar: Moacir Góis na direção do programa de televisão, João Paulo na edição, Moacir Padilha dirigindo o rádio, Carlinhos Chagas na redação, e por aí afora.

Gente que se dispôs a trabalhar por menos da metade do que poderia cobrar, mas que se sentia recompensada pela oportunidade de se engajar na campanha de um candidato digno, limpo, idealista, agradável.Coisa raríssima nestes dias que correm.

Uma noite, logo nos primeiros dias, o Campanelli da MCR apareceu com um jingle de estarrecedora simplicidade, mas com potencial de se tranformar num mantra: "O Rio é de Gabeira...Gabeira...Gabeira" num ritmo classificado de "marchável", meio hip hop, um chiclete de ouvido irresistível.

Fizemos um santinho, uma equipe se encarregou do site, nos concentramos nos programas de TVe rádio e entregamos a Deus, que com certeza deve ter pensado "Crivella nunca". Tanto é verdade que Crivella, que vinha liderando as pesquisas, se envolveu com o escândalo de uma obra que se chamava "cimento social" e serviu como pá de cal para suas pretenções, com perdão pelo trocadilho.

Teve até a participação de um militar alucinado que entregou uns garotos para serem chacinados por uma gangue do tráfego. Tudo respingou no Bispo e no seu discurso messiânico de ungido pelo céu e por Lula. Só no discurso dele, pois ambos não quiseram se comprometer.

Tivemos a imensa vantagem de termos bom tempo na TV e no rádio, cerca de cinco minutos, e de não sermos ameaça para ninguém. Por isso pudemos apresentar Gabeira com toda calma, como alguém capaz de ter uma visão mais aberta, mais moderna, mais cosmopolita para os imensos problemas da cidade.

Eduardo Paes veio como o grande síndico que se preparou durante dezessete anos para ser prefeito. Dizia conhecer cada pedra, cada buraco da cidade. Prometeu instalar 40 UPA's (Unidades de Pronto Atendimento), uma espécie de Centro de Saúde feito rapidamente e outras coisinhas que transformariam o Rio de Janeiro numa Finlândia em apenas 4 anos.

Jandira, por ser médica, centrou seus esforços na saúde e Crivella era o amigo dos pobres. Jandira parecia ter acabado de acordar no meio de um plantão: nervosa, desgrenhada, vestido aparentemente amassado.

Entre os nanicos, o candidato do PT resolveu transgredir a mais sagrada das normas da televisão e passou o tempo todo falando de lado, para um ponto à esquerda do espectador. Bonitinho, bonzinho, arrumadinho, era o bom filho, o bom colega e o bom professor.

Todos sabem que realmente é um homem direito, mas ficou bonzinho demais, arrumadinho demais. Falou bastante, mas todo mundo se perguntava porque ele olhava para o lado. Chico Alencar é o Chico Alencar, veio de Chico Alencar e falou como Chico Alencar. Levou os votos de Chico Alencar. Meia dúzia.

Os demais se confundiam com os candidatos a vereador. Um deles tinha um belo slogan: "quem pica cartão não vota em patrão". Em conjunto eles iam implantar o socialismo, destruir a Rede Globo e conduzir os povos à libertação, à verdadeira democracia e à divisão justa de renda.

Chega o dia da eleição e, para estupor geral, Gabeira - o candidato Carrossel, o sem chance, o nanico do bem, tira um magnífico segundo lugar e vai para o segundo turno, juntamente com Eduardo Paes, candidato do governador e do presidente. O

O espanto maior, no entanto, foi dos institutos de pesquisas que até o dia anterior davam como certa presença de Crivella como adversário de Paes. Neste mesmo dia, Gabeira virou maconheiro, viado, defensor do aborto e da prostituição, nefelibata e tudo mais que é possível se falar contra um político brasileiro.

Só não poderia ser demagogo, mentiroso e ladrão porque no caso do Gabeira é impossível se falar isso dele. Nas primeiras semanas todos os derrotados se aliaram ao Paes, que passou a ser candidato da máquina estadual, nacional e universal (do Reino de Deus).

Lula falou de Paes, Cabral falou de Paes, Crivella falou de Paes, Jandira falou de Paes. Até Molon do PT e Vladimir Palmeira se aliaram a Eduardo Paes. O solitário apoio a Gabeira veio de César Maia, o único prefeito do mundo que surtou e virou blogueiro em pleno mandato.

Quer dizer, vieram dar apoio, além de Cézar Maia, Caetano Veloso, Fernanda Torres, Adriana Calcanhoto, Alceu Valença, Debora Colker, Oscar Niemayer, Gustavo Lins, Alcione, Wagner Moura, Martinália, Pedro Luiz, Marina Lima, João Bosco, Paula Toller, Frejat, Nelson Mota, Armínio Fraga, Aécio Neves e mais oito mil voluntários.

Logo no comecinho me lembro de uma passagem de Gabeira. Um político, dos mais conceituados, propôs a Gabeira começar a mostrar os podres da turma de Paes, um amplo arco de alianças que iam do famoso Piciani a Jorge Babul, passando por uma varidíssima fauna de pessoas sobre as quais não resta a menor dúvida.

Gabeira respondeu: "eu prometi não atacar adversários". O interlocutor não deixou por menos: "então você vai perder". Gabeira respondeu firme: "então eu vou perder". Noutra ocasião, um empresário, que já foi meu cliente, liga oferecendo dinheiro para a campanha. Gabeira instrui o financeiro: "você já sabe, quando empatar com as despesas, pare de receber qualquer dinheiro".

Nunca antes na história deste país um político se dispôs a receber somente o dinheiro necessário para a campanha. Fizeram de tudo, de tudo mesmo, até a suprema burrice: mandar imprimir na Gráfica da Ediouro, de quem sou Diretor de Marketing, um folheto contra Gabeira.

Ninguém acreditou nem vai acreditar, mas tal como Lula, eu não soube de nada, a não ser quando o TRE confiscou o material, que por sinal estava dentro da Lei, com nota fiscal e tudo. Paes ficou repetindo o bordão: "Gabeira é apoiado pelo César Maia, Gabeira é apoiado pelo César Maia, Gabeira é apoiado pelo César Maia".

O engraçado é que todo o currículo de grandes realizações de Paes foi como subprefeito, e secretário... de César Maia. Que raça! No telefone, Gabeira fala de uma vereadora: "ela é analfabeta política...está fazendo política suburbana". Os jornalistas ouvem e dão a notícia.

Mais um bordão: "Gabeira é preconceituoso, Gabeira é preconceituoso, Gabeira é preconceituoso". Milhares de faixas são impressas: "sou suburbano com muito orgulho". Uma feijoada é oferecida aos suburbanos ofendidos e Noca da Portela e outros menos votados dão apoio a Paes, o amigão do subúrbio.

Cria-se uma situação irreal. Gabeira, menino pobre, que vendia banana e ovo para ajudar o pai, professor voluntário na Zona Norte, vira o "candidato dos ricos", enquanto Paes, menino da Zona Sul, estudante de colégios caros e da PUC, quer se consagrar como "o candidato dos pobres".

Paes, 38 anos, cara de garotão é o velho matreiro, conhecedor dos meandros da política, o experiente. Gabeira, 68 anos é o jovem, impetuoso, novidadeiro, contemporâneo. E começam os debates. Até o último, da TV Globo na sexta-feira anterior ao domingo da votação, foram 7 deles.

Gabeira venceu sempre, na opinião dos internautas. Alguns momentos foram muito bons. Por exemplo, quando Paes afirmou que se preparava a vida inteira para ser prefeito do Rio, Gabeira respondeu: "pois eu me prepararei a vida inteira para... a vida inteira".

Ou, então, quando Paes disse que seria necessário saber que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa", recebeu como resposta: "a esta altura da vida eu já sei".

Vladimir Palmeira pode nesta eleição ter batido o recorde mundial de ingratidão. Gabeira sequestrou o embaixador americano para que Vladimir, entre outros presos políticos, pudesse ser libertado. E Palmeira decidiu apoiar Eduardo Paes.

Por falar em embaixador sequestrado, a filha do próprio fez absoluta questão de declarar seu apoio a Gabeira. E contou que o pai dela tinha boas recordações dele. Na imprensa escrita, inaugurou-se um novo tipo de colunismo: o de crítica a horário eleitoral gratuito. Como se fosse novela.

O Globo e o Jornal do Brasil tiveram seus colunistas que diariamente comentavam sobre roupa, postura, edição. O colunista do JB, se sentindo obrigado a fazer uma gracinha por dia, algumas vezes se perdeu na busca do humor.

A certa altura, como o programa de Gabeira fazia enorme sucesso com seus clipes de cantores, Paes colocou no seu programa a entrevista de uma jovem na rua que afirmou: "eu quero ver propostas, não musiquinhas bonitas". Nem na Noruega se vê tanta participação cidadã.

Uma jovem exigir dos candidatos a apresentarem suas propostas de governo é tão natural quanto as donas de casa que afirmavam que Paes no seu tempo de sub prefeito entrou na lama até a cintura para ajudar as pessoas assoladas por uma enchente.

Uma enorme demonstração de incompetência de seus auxiliares foi não encontrar uma única foto registrando o heróico feito. Hoje o eleitor decide quem é o prefeito do Rio de Janeiro. O resultado sairá dentro de algumas horas. Seja qual for o vencedor, Gabeira sai muito maior do que entrou.

É um político que pode se orgulhar do respeito de todos, inclusive de seus adversários, que jamais colocaram em dúvida sua honradez e honestidade. Outra vitória de sua candidatura foi a de trazer para milhões de pessoas a informação de que é possível se fazer politica com seriedade.

Trouxe também a participação dos jovens, entre os quais, as pesquisas eram unânimes em apontá-lo como o candidato preferido. Nesta eleição não se ouviu o tradicional discurso do "político é tudo igual", principalmente por parte deles.

Gabeira demonstrou que os políticos, como as pessoas, são diferentes. Sua campanha termina com a marca da elegância, do bom humor e do amor pelo Rio de Janeiro. O Rio foi votar sorrindo. Essa é a grande, a enorme vitória de Fernando Gabeira".


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