"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, setembro 26, 2007

Jornalismo de nariz marrom

Por Reinaldo Azevedo

Espetáculo grotesco na TV Cultura

Já participei muitas vezes do programa Roda Viva, como sabem. Escrever a respeito tem lá seus incômodos. Mas é do jogo. Alguns gostam das minhas intervenções; outros as detestam. Lá como cá, faço o que acho certo. Já tenho todos os amigos de que preciso. Se arrumar mais alguns, não reclamo. Mas não escrevo ou faço questões para ser simpático. Função de jornalista é incomodar, amolar o entrevistado. Ou tudo vira ação entre amigos. Nos tempos da ditadura, lembro do Canal Livre, de Roberto D’Avila, hoje com programa na Cultura. Como existiam “eles”, os ditadores, e “nós”, os que obedecíamos, havia certo sentido no clima de compadrio. A idéia era criar uma espécie de consenso do lado dos que se queriam “os democratas”. O jornalismo, é evidente, perdia muito, mas todos os absolutos eram relativos debaixo do regime. Fazer encontros, hoje em dia, que se confundam com convescotes é prestar um desserviço ao jornalismo e ao telespectador.

Foi, infelizmente, o que aconteceu com a entrevista do rapper Mano Brown ontem. O resultado era esperado. Dos convidados, o único que poderia navegar na contracorrente era meu amigo José Nêumanne, que, visivelmente, a partir de determinado ponto da entrevista, desistiu de perguntar — na verdade, desistiu de participar do programa. Era inútil. Os demais — Maria Rita Kehl, psicanalista; Paulo Lins, escritor, professor de literatura e roteirista de cinema; Renato Lombardi, jornalista da TV Cultura; Ricardo Franca Cruz, editor-chefe da revista Rolling Stone Brasil, e Paulo Lima, editor da revista Trip, estavam ali para incensar Mano Brown. O que se viu ontem é o exemplo do que se espera de uma TV pública? Tomara que não! William Bonner e Fátima Bernardes entrevistando os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin no Jornal Nacional, para muitos milhões de telespectadores, na principal emissora privada do país, trataram os dois políticos com o desassombro que uma bancada formada pela TV pública não conseguiu ter com... um cantor.

Assistimos foi à renúncia do jornalismo — além, claro, de um desempenho especialmente patético: o de Maria Rita Kehl, de que falarei mais adiante. Estou dando muita importância a uma entrevista de um rapper? Não! Estou dando importância ao nosso dinheiro, leitor, que sustenta a Fundação Padre Anchieta. Uma das muitas diferenças entre a Globo e a Cultura é que a primeira não lhe custa nada; é de graça. A outra é financiada com a grana que sai dos impostos que os paulistas pagam. O conceito de TV pública vem sendo propagandeado por aí como a grande solução e a grande novidade do Brasil. É mesmo?

Surpresa
Eu nunca tinha ouvido Mano Brown falar — e também nunca o ouvi... é “cantar” que se diz? A julgar (vejam notas que publiquei ontem) pelo que dele falam os “playboys” e as “playgirls” do jornalismo, esperava, sei lá, um verdadeiro “pensador do holocausto urbano” brasileiro; um Jean-Paul Sartre da filosofia que chacoalha nos ônibus e nos trens; quem sabe um Jesus Cristo vestido de motoboy. Nada! Mano Brown é só um Macunaíma com cara marrenta, um espertalhão que diz barbaridades na certeza de que uma certa aura de mistério o protege. Era como se o povo ele-mesmo tivesse sido chamado a sentar naquela cadeira, com todas as suas cicatrizes e suas histórias de privações. Esse é o mito mais caro e mais vagabundo da esquerda: a suposição de que o humilde adquire uma voz, assume a força de uma representação, e continua ainda a ser o... humilde que serve de modelo aos devaneios do burguês culpado, que sonha com o “bom rústico”, variante urbana do bom selvagem de Roussseau, o tonto. Era o que expressava o olhar embevecido, “interpretante”, de Maria Rita Kehl, de quem, por Deus!, falarei ainda hoje.

Se um dia tiverem um tempinho, ou um tempão, leiam Fausto, de Goethe. Um dos sonhos daquele homem culto, cínico e culpado é compreender a verdade camponesa. E ele compreende que o fundo da alma de todo homem talvez não seja digno de ser visto de perto. Na obra, isso tem algumas implicações que seriam também religiosas. Nem cabe aqui. Vou adiante só com Mano Brown. E com a falência do jornalismo, ao menos na noite de ontem e naquela roda sonolenta, mais morta do que viva, pronta à adulação. Por alguma razão que gostaria que os valentes me explicassem, Brown era digno de dar uma entrevista, mas não podia ser confrontado – se é que alguém ali tinha vontade de confrontá-lo. Nêumanne, antes de desistir, até tentou.

Dou muita importância a Brown? Não! Quem dá é o Roda Viva. Foi anunciado pelo apresentador do programa e presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun, como “a voz da periferia pobre de São Paulo” que “ faz da sua música um protesto contra o racismo, o crescimento urbano caótico e a dura vida nos bolsões de pobreza da cidade”. Também chamou a atenção para o ineditismo da coisa: “Numa rara aparição na TV, Mano Brown está hoje no centro do Roda Vida. Ele é líder e vocalista dos Racionais MCs, grupo de rap que surgiu há mais de 20 anos no Capão Redondo, região de Campo Limpo, uma das áreas mais populosas e pobres da Zona Sul de São Paulo” Markun seguiu adiante: “A música dos Racionais MCs deixa claro o conflito entre o centro e a periferia, entre o Brasil dos incluídos e dos excluídos. O grupo se transformou numa expressão das idéias sobre consciência negra no Brasil e fez dessa percepção sua marca no rap brasileiro”.

Em seguida, entrou uma narração em off com a trajetória de Brown — enfim, um homem bom: “(...) já interrompeu shows para conter brigas na platéia e para fazer discurso contra o álcool, após ver um jovem bêbado entre os espectadores. Avesso às tecnologias, não sabe mexer em computador e se considera uma pessoa rústica. O caráter durão, herdou da mãe, que deixou com 12 anos a Bahia, após brigar com o pai dela. Classifica o povo brasileiro como pacífico, mas já afirmou que pegaria em armas para fazer uma revolução. Mano Brown raramente concede uma entrevista e quase nunca faz shows fora da periferia. Já declarou que seu verdadeiro público está lá; foi quem o colocou no topo e precisa ouvir o que ele tem a dizer. Atualmente, atinge também a classe média, falando de drogas e marginalidade”.

Como se vê, não era um rapper que estava ali, mas um líder, um representante do “povo”. Faz quatro meses, esse rapaz esteve no centro de um grave conflito de milhares da pessoa com a polícia, na Virada Cultural de São Paulo. Um dos motivos óbvios da confusão, além de suas letras francamente hostis à polícia (definida por ele ontem como “o maior inimigo” dos pobres), foi o fato de ele ter-se atrasado nada menos de 90 minutos para o show. Ninguém lhe perguntou uma vírgula a respeito. Acima, como se vê na apresentação da personagem, não se disse uma miserável linha. O jornalismo dava um jeito de limar os aspectos menos virtuosos de sua biografia. Bento 16, sentado ali, não seria poupado.

A resposta à primeira pergunta de Markun já denunciava o gigante. O jornalista quis saber se, nesses 20 anos, a realidade da periferia melhorou ou piorou. Dialético, Mano Brown mandou ver: “Eu diria diferente, diferente. Se eu disser que melhorou, pode parecer assim... Melhorou um grão de areia dentro do que a gente vê que precisa ser melhorado. Então eu me recuso a dizer que melhorou, mas também eu não sou não sou cego de não perceber mudanças. Mudou. Mudar, mudou, entendeu? Agora..." Aí Markun se encarregou de completar a frase, colaborando com o entrevistado: “Bem menos do que poderia ter melhorado”. Não só Mano Brown não é confrontado, como se dá um jeito de melhorar o que ele diz.

Aí entrou Maria Rita Kehl, a psicanalista deslumbrada com o seu “bom selvagem” – ou seu “bom rústico”. Ela lhe pediu uma reflexão sobre o MTST (o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e o MST. O leitor pode se perguntar o que o rapper tem a ver com João Pedro Stedile. E daí? Kehl estava disposta a fabricar um revolucionário. Brown deixou claro que acompanhava de perto os movimentos do Capão Redondo. E só. Leiam trecho do diálogo:
Brown – As outras organizações, talvez eu acompanhe de longe.
Kehl – De longe, o que você acha do MST?
Brown – O que eu acompanho de longe é que tem um cara preso, certo? Lutando por uma causa que não é só dele, certo?, que é de milhões. Pelo que eu tou vendo, ele vai pagar sozinho, é isso?
Kehl – Não sei, acho que não. Há muita gente presa.
Brown – Tão querendo botar o cara preso porque ele está lutando por uma causa que é de muitos. Eu acho que... É o José Rainha, é isso?
Kehl – Isso.
Brown – Eu tenho de dizer que eu sou um cara que leio pouco, né? Sou mal informado sobre muitas coisas. Mas as coisas que eu me interesso, eu me informo, entendeu?

O entrevistado, vá lá, tem o direito de dizer quanta besteira quiser. Foi convidado. Os jornalistas – e também dona Kehl, mesmo sendo psicanalista – é que têm de corrigir as bobagens. Pela ordem:
1 - José Rainha não está preso, minha senhora. Está solto. E promovendo invasões;
2 - É mentira! Não há “muita gente presa”. Não por causa de invasão de terra;
3 - Rainha é hoje um livre-atirador das invasões; foi suspenso pelo MST. Suas ações não são reconhecidas pelo movimento. É simplesmente vergonhoso que um programa jornalístico não se encarregue de fazer as devidas correções. Ora, não era por acaso. Vejam lá: Brown foi apresentado como um líder político. Só Nêumanne, além de Markun, poderia dizer ali a diferença entre a Constituição e o livro de receitas da Dona Benta.

Grande momento
O grande momento do programa veio na seqüência. Numa pergunta oportuna, Paulo Lima quis saber: “E o que está acontecendo em Brasília? É um negócio em que você presta atenção, essa movimentação toda, esses escândalos de corrupção, você se liga nisso, acompanha de perto?
Brown – Não de perto, mas acompanho.
Lima – O que você está achando, por exemplo, da forma como o presidente Lula tem se posicionado diante dessas confusões envolvendo o PT, dessa denúncias de corrupção envolvendo o PT, dessas denuncias de corrupção e tal? Eu vi uma entrevista sua aqui dizendo que, talvez, o Lula estivesse melhor fora daquela cadeira de presidente, que, na sua opinião, é a cadeia mais solitária do país. Queria que você falasse um pouquinho do Lula especificamente.
Brown – É, eu gosto do Lula, sou eleitor do Lula, apóio o Lula, falo bem do Lula em qualquer lugar e não espero benefício por isso. Não conto com benefício do Lula ou que venha do PT. Se vier, firmeza, mas eu não espero por isso. Eu acho que o Lula é um cara que veio de baixo, certo? ELE SABE QUE DAR A CABEÇA DOS AMIGOS DELE PARA OS INIMIGOS, ELE NÃO VAI DAR. ELE VAI ESPERAR A JUSTIÇA SE FAZER POR CONTA PRÓPRIA. ELE ESTÁ SE POSICIONANDO CERTO. ACHO QUE NÃO É DA ÍNDOLE DELE ENTREGAR UM AMIGO DELE QUE DEU MANCADA, ENTENDEU? Ele não faria isso. Ele sabe o que é que é isso. Ele não faria isso. Agora, ele vai deixar descobrir. Se descobrir, é pau no gato, é lamentável.

Na seqüência, o petista Paulo Lins tomou a palavra para lembrar que a corrupção está em todos os Poderes – não só no Executivo, claro, claro – e em todos os lugares, inclusive entre empresários, jogadores de futebol. E Lins queria saber (na verdade, já respondia) se é muito difícil falar a uma criança pobre que ela tem de ser honesta.
Brown – Eu chego a dizer que eu nem considero ele [o ladrão] desonesto. Diante da realidade e das armas que eles têm pra lutar, das armas que eles aprenderam como meio de sobrevivência, eles são honestos. EU TENHO CERTEZA DE QUE, COM OS PARCEIROS DELES, ELES SÃO HONESTOS; COM A FAMÍLIA DELES, ELES SÃO HONESTOS; COM OS MANO QUE TÁ PRESO, ELES SÃO HONESTOS, TÁ LIGADO? Eles são honestos com quem é honesto com eles. QUANDO VOCÊ FALA QUE UM ASSALTANTE DE BANCO É DESONESTO, VOCÊ TEM DE OLHAR PARA A SOCIEDADE... SE A NOSSA SOCIEDADE É HONESTA. EU COSTUMO FALAR PARA OS MANO, QUANDO A GENTE TÁ CONVERSANDO, QUE A NOSSA SOCIEDADE É CRIMINOSA, É OMISSA; ELA É CEGA QUANDO QUER, SURDA QUANDO QUER. Omissão é crime. Na categoria de criminosos, tá todo mundo na mesma, é igual.

Markun ensaiou uma contestação...ZINHA: “Mas a saída não seria lei pra todo mundo?” E Brown: “Mas a lei não é pra todo mundo. Nunca vai ser pra todo mundo.” Nêumanne ainda não tinha desistido e lembrou de uma coisa óbvia: a maioria do povo é honesta, trabalha. E acrescentou: “O herói brasileiro é o que trabalha (...), que levanta às 4h da manhã, que caminha a pé até o trabalho, lutando com a maior dificuldade para ser honesto". E Brown: “Parece letra de rap isso que você está falando. É utopia igual. Infelizmente, na realidade, a gente sabe que os heróis estão cada vez mais humilhados, sem direitos, sem escolas, sem hospital. Então os moleque passa a saber que ser herói não vale tanto a pena, entendeu? Herói que só apanha?”. Nêumanne lembrou: "Mas o cara também que vai para o crime, a vida dele é curta. Ele tem um lucro imediato, mas, a longo prazo, ele não tem um benefício assim tão grande, não é, Mano?" Mano não respondeu. Veio em seu socorro Paulo Lins – professor universitário, roteirista, “favelológo” que decidiu falar ex cathedra: “A periferia não é tudo igual; nem todo mundo é igual. Quando uma pessoa vai entrando para o crime, quando você olha, se você vive na favela, quando você vê a família, vê o aspecto, você já sabe quem vai entrar e quem não vai entrar. (...) Geralmente, quem vai para a criminalidade é aquele que está em pior situação."

E pronto. O próprio Mano Brown se preparou, à sua maneira, para um embate que não veio. Confessou isso. Ele era um verdadeiro encantador daqueles que chama “playboys” – e, mais do que tudo, da “playgirl” da noite: Maria Rita Kehl.
- Mano Brown acha que os criminosos são inocentes;
- Mano Brown acha que os inocentes são criminosos;
- Mano Brown acha que Lula está certo em não entregar seus amigos;
- Mano Brown acha que bandido precisa é ser honesto com sua família e com seus amigos. O resto que se dane.
- Mano Brown está ocupando tempo numa TV pública para fazer a defesa de seus princípios civilizatórios;
- Mano Brown foi apresentado na TV pública como a voz dos oprimidos.

Ainda não estava contente. Para ele, o termo “traficante” está errado. O certo é “comerciante”. Ele não vê razão para prender o cara que vende cocaína e deixar solto o dono da Ambev – sim, ele afirmou isso com todas as letras. E ninguém disse nada. Questionou o que “fazia mais mal: um copo de 51 ou um cigarro de maconha”. E Paulo Lima não teve dúvidas: “um copo de 51”. Declarou, com a ajuda de Maria Rita Kehl, a polícia o maior inimigo do pobre. E, de novo, com ajuda da psicanalista e de Lins (parceiros no PT), lamentou a derrota de Marta Suplicy para Serra, definido como “aquele outro lá que não tá com nada”. Já sabemos que Brown gosta de Lula porque, afinal, ele não entrega os amigos. Está com tudo. Até aqui, estamos falando de um sujeito que faz a apologia descarada do crime. Mas ele também é um espertalhão.

Lombardi, outro jornalista presente, leu, quase comovido, o trecho de uma de suas letras. E quis saber o que ele significava. Sabem o que Brown respondeu? Que ele precisava rimar. Ou seja, não significava grande coisa. Paulo Lima perguntou sobre o tratamento dispensado às mulheres no rap (uma verdadeira escória) e sobre como era o seu relacionamento com a sua própria mulher, já que é um “caretão”, casado há muito tempo. “Minha mulher é uma coisa, e letra de rap é outra coisa”. Ah, bom... Putas são as mulheres dos outros. A dele, provavelmente, é honestíssima. Ele ainda teve tempo para defender o regime cubano; para dizer que negro é quem adota a “cultura” do negro (Existe uma? É o rap?), mesmo que, morando na periferia, seja branco”. Fiel a seu princípio de que a polícia é o principal inimigo, ainda refletiu: “Quem mora lá dentro e vira polícia não gosta daquilo”. Num dos posts, falei sobre a sua estranha gramática. Quando ele se esquecia da personagem, concordava sujeito e verbo e não devorava plurais. Quando se lembrava de ser Mano Brown, então baixava o homem rústico, que fazia Maria Rita Kehl sonhar.

Encerro
Foi um espetáculo grotesco. Menos por causa de Brown – afinal, o mais sensato da noite (já observei que Nêumanne desistiu de dar murro em ponta de faca) –, e mais por conta do jornalismo que se fez ali: deslumbrado, basbaque, adulador, contra qualquer noção de interesse público. Não! A polícia não é a principal inimiga do pobre – até porque composta também de homens pobres, que morrem aos montes. E alguém precisava contestá-lo. E não o fez. É uma vergonha que Lula (segundo Brown) não entregue seus amigos. E alguém precisava dizê-lo. E não o fez. É apologia da delinqüência chamar traficante de “comerciante”. E é uma obrigação moral afirmá-lo, mais ainda numa TV pública. E só se ouviu o silêncio. Se Brown, como ele próprio confessou, fala para “os mano” que a nossa sociedade é criminosa e considera que roubar não é crime – ele disse isso -, então está incitando a violência, fazendo a apologia do crime.

Vendendo a quantidade de discos que vende, para os padrões brasileiros, este senhor já é um homem rico. E não há mal nenhum nisso, é claro. Mas fala como se a pobreza pudesse justificar todos os seus desatinos. Caso alguém fosse à TV defender o extermínio de bandidos sem julgamento, o Ministério Público, muito justificadamente, denunciaria o atrevido. Mas, com Brown, não vai acontecer nada. E ele está, na prática, defendendo a violência contra o homem comum. É o que fazem os bandidos. Eis o utopista apresentado com pompa por certa imprensa, encantada com seus dotes de verdadeira voz da periferia – uma periferia à qual ele próprio já disse não mais pertencer.

O que viu nesta segunda foi o conceito de público ou como aquilo que nao é de ninguém ou como aquilo que pertence à patota. No país governado pela burguesia do capital alheio, assistimos às lições de moral da delinqüência que põe em risco a vida alheia. E tudo pago com o dinheiro dos “playboys”. O Mano é Brown. E o jornalismo saiu com o nariz marrom.

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