"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, dezembro 30, 2009

"Está tudo dominado"


LULA, FILHO DO BRASIL


Texto da Profª Aileda de Mattos Oliveira


Chega-nos ao conhecimento mais uma demonstração de desequilíbrio psíquico do pífio representante da nação brasileira. A partir de sua ascensão, foram-se perdendo valores que cultivávamos como habituais normas de conduta. Essas mudanças são consequências das alterações semânticas, aceitas pelos órgãos jornalísticos, hoje, também, pouco afeitos à limpidez das idéias. Tais alterações são produtos dos erros de raciocínio e da falta de intimidade vocabular, que a incontinência verbal do senhor feudal, pela repetição, torna-as vernaculares. Tudo isso, aliado à esperteza de um espírito pusilânime, tem o poder de corromper os alicerces de todos os poderes da República.

Se a mentira passa à verdade; se o corrupto contumaz deve ser respeitado por não ser um homem comum; se uma organização terrorista, que inferniza os trabalhadores rurais, torna-se uma instituição lutadora em defesa dos direitos dos sem-terra, é transformar os antônimos negativos em palavras representativas de uma nova ética em curso.

Para que se consuma o novo dicionário da sordidez política brasileira, necessário se torna conhecer, a fundo, em todas as dimensões, o seu autor, personagem central de sua própria propaganda político-eleitoreira.. O autoendeusamento torna-o réu confesso do desequilíbrio de que acima nos referimos. Considerar-se a si próprio Filho do Brasil, é exigir a legítima paternidade, a um país que já sofreu todos os vexames do filho que não passa de um bastardo. Como se não bastasse as ofensas de sua diplomacia, ofende-se mais ainda a nação, anunciando a sordidez de cobrar do país a herança que acredita ter direito e pretende obtê-la, através da delegação de poderes de seus iguais, nas urnas em 2010. É mais uma indenização cobrada ao país, considerado culpado pelo filho ilegítimo, pela tendência inata de sua família, de não ter vocação para o trabalho. O filme que ilustra a vida do responsável pela obra de estropiamento da língua, “coincidentemente” será levado à exibição em primeiro de janeiro de 2010.

Regredimos ao populismo desenfreado do brizolismo e percebemos, claramente, a existência de dois Brasis: o que trabalha e estuda para o desenvolvimento nacional e o que vive de estelionato político, sorvendo os impostos pagos pelo primeiro dos Brasis. Em toda imoralidade, encontra-se a logomarca da Globo, que não pode perder dividendos, mesmo que seja patrocinando um retorno aos filmes da velha fase macunaímica da miséria colorida. Não há outro digno representante deste (para mim) repugnante personagem da baixa estima brasileira, criação de Mário de Andrade, que o etílico Lula.

Alguém da escória da personagem do filme em questão deve ter sido o idealizador do título e da narrativa. O embriagado de álcool e de poder tomou posse do Brasil e está alijando, aos poucos, a parte consciente da sociedade, mas ainda sonolenta, para os esconsos vãos que se tornarão guetos dentro em pouco, se não tomarmos uma veemente atitude. Já imagino este filmeco sendo veiculado no agreste, nos sertões, arrebanhando os ingênuos e estimulando-os ao analfabetismo, à bebida e à rebelião. A pressão para um conflito entre brasileiros está se fazendo prenunciar no horizonte. Esta indecência de filme, se consentirmos, se não reagirmos, se não clamarmos contra a mídia que lhe dará vida, poderá servir de estopim para tomadas de posição sérias que não vão deixar de fora a guarda particular do ébrio presidente: o MST.

Como dizem os traficantes do Rio, "está tudo dominado". Eles sabem o que dizem, infelizmente. Tudo está dominado, porque está corrompido pelo dinheiro fácil em troca da traição e da sabotagem. Apenas por patriotismo, sem levarmos nenhuma vantagem, porque pertencemos a outro grupamento ético, que não leu o glossário lulista, sabotemos o filmeco do palhaço de Garanhuns, desde já, para que, no ato da divulgação, caia no ridículo o Filho bastardo do Brasil, que bem poderia ser o Filho de outra coisa que já sabemos o que é. Embora não pareça, o caldeirão da divisão de classes já começou a esquentar. Como não tem a coragem de seu comparsa Chávez e é um poltrão como o Zelaya, usa desses artifícios ultrapassados, mas que caem como uma luva sobre a multidão de ignorantes do interior do país.

Aileda de Mattos Oliveira
Prof.ª Dr.ª de Língua Portuguesa
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

O "comovente" filme que relata a vida de Lula conforme bem lhe apeteceu ser contada, terá sua providencial estréia com a chegada do Ano Novo, ano eleitoral..."tá tudo dominado"!

segunda-feira, dezembro 28, 2009

QUE NOS ESTIMEM COMO SOMOS

É maravilhoso quando as pessoas à nossa volta
gostam de nós e nos tratam com apreço e simpatia.

Porém, nem sempre isso ocorre.

E não acontecendo, ficamos chateados,
pensando no que podemos fazer para nos tornarmos queridos...

Em conseqüência disso, modificamos atitudes,
simulamos hábitos, palavras e gestos;
freqüentamos lugares e chegamos a imitar
a outrem só para agradarmos...

Incorremos no erro de forçarmos
para agradar as pessoas e atraí-las a nos estimarem.

No entanto, na arte de viver,
é preciso aprender que a espontaneidade
é uma das maiores provas de afeição verdadeira e recíproca.

Quem se aproxima de nós e se "sintoniza" conosco,
deverá fazê-lo espontaneamente
e não por uma falsa imagem que criamos.

Não nos preocupemos em agradar a todos pois,
nem Jesus Cristo conseguiu.

Forçando atitudes, acabaremos nos sentindo infelizes.

Precisamos nos transformar,
só que com esforço sincero
de melhoria íntima e não teatralmente.

Que nos estimem como somos.

Se estimarmos aos outros, gostarem de nós será consequência.

" A suprema felicidade da vida é a convicção
de ser amado por aquilo que você é,
ou melhor, apesar daquilo
que você é."

* Victor Hugo *

Trecho do livro : "Reflexões Para a Paz"

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Papai Noel? Claro que existe!

A mala do ano ou a musa do apagão

Conheça os dez mais votados na eleição mais tradicional da temporada de prêmios

by Artur Xexéo

Quem disse que Dilma Roussef não é boa de voto? Pois dobre a língua. Depois de uma carreira política inteirinha construída em gabinetes, a ministra participa de sua primeira eleição verdadeiramente democrática e sai vencedora. Este ano não teve para mais ninguém. Deu Dilma na cabeça.

Ela é a minha, a sua, a nossa Mala do Ano.

Justiça seja feita: Dilma fez uma campanha impecável. Quando o concurso mal tinha começado, quando ainda não havia favoritos, Dilma arrumou um apagão, deixou o país quase todo às escuras e ainda deu uma série de declarações minimizando o desastre. Não deu outra. Ficou em primeiro lugar desde a primeira apuração. E, agora, quase no finzinho, quando seu nome já estava praticamente sendo superado por outras malas de destaque, ela foi a Copenhage para dizer que “o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento”.

Dilma ganhou o pódio definitivamente.
Daqui para a frente, ela pode perder todas as outras eleições a que se candidatar. Já tem um vitória. É a mala do ano, primeira e única. Pesada e sem rodinha.

A vitória por maioria absoluta de Dilma só foi ameaçada pela força que Caetano Veloso tem nessa área. Ninguém aguenta mais ouvir Caetano tendo opinião formada sobre tudo. E, nas poucas vezes neste 2009 em que o leitor pensou que passaria uma semana inteira sem ouvir falar em Caetano Veloso, o cantor dava um jeito de levar um tombo no palco, e começava tudo outra vez. O número de votos no baiano, por sinal, foi uma síntese da predileção do eleitorado pelo voto na baianada da música brasileira. Caetano tornou-se vicecampeão, mas ele representa Claudia Leytteh (sei que ela não é baiana de nascimento, mas é baiana na alma), Ivete Sangalo, Carlinhos Brown... É o voto-axé. É a mala regional.

O terceiro posto ficou com um personagem que ainda não tinha aparecido em nossa lista anual. Ele é empresário, ele é rico, ele cuida da cidade, ele é mala: Eike Batista, o homem dadivoso que Madonna ainda não tinha encontrado em lugar algum do mundo. Vamos combinar que, desde os tempos em que tinha o nome na coleira da Luma, Eike merecia estar no Top Ten. Mas escapou. No entanto, a superexposição — como todo mundo sabe, superexposição é credencial VIP para entrar na lista dos dez mais — dos últimos tempos não permite que ele fique de fora. Eike conquistou um honroso terceiro lugar. É mala de rico. É uma Louis Vuitton legítima.

No quarto lugar apareceu uma mala que tinha tudo para ser a mais votada do ano, mas dividiu a preferência do eleitorado com o campeão.
É o ministro Edison Lobão, aquele que, quando soube do apagão, achou que nem era com ele, que não tinha nada a ver com aquilo.

Como já vimos, o apagão influenciou muito os votos deste ano. Mas, falando sério, é uma mala sem charme. Lobão é uma mala apagada.

Logo depois do ministro do apagão aparece uma mala pequenininha, do tamanho de uma minissaia: Geyse Arruda. A aluna da Uniban que criou, em pleno século XXI, um caso com cara de anos 50. Num primeiro momento, Geyse até teve a simpatia do eleitorado. Mas não resistiu ao primeiro flash. Aproveitou os 15 minutos de fama para ir ao programa de Luciana Gimenez, para dizer que tinha recebido convites da “Playboy”, para virar notícia em sites de fofoca, para passar por transformação em programas vespertinos da TV... Geyse é mala. Injustiçada, mas mala. Perseguida, mas mala. Vítima de preconceito, mas mala.

Devido ao tamanho de sua minissaia, virou a pochette do ano.

O sexto e o sétimo lugares devem ser anunciados juntos. Por que um ficou na frente do outro? Por que um é mais mala do que o outro? Tenho minha teoria. Eduardo Paes, o prefeito, ficou com a sexta posição; Sergio Cabral, o governador, com a sétima. Paes, a bem da verdade, começou a eleição com poucos votos. Mas aí implicou até com o coco na praia e, na reta final, posou para quela foto em que simulava pegar uma onda sobre sua mesa de escritório. Foi fatal. Eduardo Paes é mala esportiva. E, na modesta opinião do presidente do Trema — o Tribunal Regional da Mala Eleitoral —, só ficou na frente do governador porque o eleitorado acreditou que, cravando seu voto em Sergio Cabral, corria o risco de ele não aparecer para receber o prêmio. Certamente estaria fora do país. Sergio Cabral é uma mala perdida na esteira do aeroporto.

O espaço está acabando e ainda faltam três malas a serem abertas. São malas cheias, por isso estão ocupando tanto espaço. O oitavo lugar ficou com Jesus Luz, a mala acoplada. O modelo e DJ não falou muito, mas só sua performance de papagaio de pirata (papagaio mudo, que fique claro) já foi o bastante para ele aparecer entre os mais votados.
Em penúltimo lugar, encontramos uma mala da televisão. Neste 2009 não tivemos atrizes de novela ou participantes de reality shows.

Todos os votos sobraram, então, para Luciano Huck. O principal argumento do eleitorado foi o excesso de anúncios em que ele aparece como garoto-propaganda. É justo. Uma mala comercial.
E, por último, ela, a musa da irritação, a protagonista de “Irritando Fernanda Young” que, na verdade, deveria ser chamado de “Fernanda Young irritando”. Aquela que posa para a “Playboy” e ainda faz tese a respeito. É a mala que não foi depilada.

A todas as malas que se sentiram injustiçadas por não estar nesta lista, fica um conselho: não desista. Ano que vem tem mais.

ass. malas rosas byBeto

sábado, dezembro 19, 2009

Dito e feito

Reunião sobre meta climática termina e acordo fica para 2010

A última reunião de hoje na qual Brasil, China, Estados Unidos, África do Sul e Índia discutiram as metas climáticas --ou a falta delas-- terminou sem consenso. Uma declaração sobre o encontro que, como previsto, terminou sem acordo, será divulgada nas próximas horas.

Segundo informou a delegação brasileira, o conteúdo do documento será feito com vistas a um possível acordo apenas em 2010. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se dirige ao aeroporto para retornar ao Brasil.

À esq., líderes da África do Sul, Brasil e EUA; à dir., premiê chinês ao lado de primeiro-ministro indiano

Estados Unidos e China, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa, são os principais criadores de entraves para o acordo climático entre os 193 países participantes da 15ª Conferência do Clima, que ocorre desde 7 de dezembro em Copenhague.

Além da "briga" entre países emergentes e desenvolvidos sobre estabelecer metas obrigatórias de emissões de gases também para as nações mais pobres --o Protocolo de Kyoto obriga apenas os mais ricos a seguir as metas--, existe a polêmica sobre a criação de um fundo verde.

Os EUA propuseram um fundo bilionário para ajudar os países pobres a lidar com a mudança climática, mas condicionaram a contribuição a uma "transparência" dos países envolvidos e uma possível vigilância. Sobre isso, mais cedo, o presidente Lula disse que o fundo não podia ser usado como "desculpa" para intromissão nos países ajudados. A China também rechaçou um possível controle.

Nesta sexta, antes da última reunião sobre as metas, o premiê chinês faltou aos dois encontros improvisados pelos EUA e enviou um emissário --a atitude enfureceu líderes europeus e Barack Obama.

No começo do dia, o presidente Lula, que há dois dias tentava mediar com o francês Nicolas Sarkozy uma saída do impasse, declarou-se "frustrado" em sessão plenária com líderes mundiais. Na plateia estavam Obama, Gordon Brown, Wen Jiabao, Angela Merkel e outros.

Lula fez também uma oferta de doação para um fundo global de combate à mudança climática, como antecipado pela Folha na última quarta-feira.

Em discurso duro, feito de improviso e longamente aplaudido, Lula enumerou as ações do Brasil e disse que o país estaria disposto a contribuir para um fundo se isso salvar a conferência.

Já o americano Barack Obama, que tomou seu lugar no púlpito, criticou os países que não aceitam se submeter à verificação de suas ações --crítica velada à China. Os países desenvolvidos usam esse argumento para justificarem sua inação.

*

Como o disse: Bruce Bueno de Mesquita: "Copenhague será um fracasso", e foi.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

"Copenhague será um fracasso"

Bruce Bueno de Mesquita: "Copenhague será um fracasso"

É o que diz um cientista político americano que acerta 90% das previsões. Sobre a candidatura Dilma, ele afirma que as perspectivas não são boas

"Quer saber qual será o resultado da conferência das mudanças climáticas? Você acha que os líderes mundiais reunidos na cúpula de Copenhague, em dezembro, chegarão a um acordo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em quantidade suficiente para deter o aquecimento global?”, pergunta o americano Bruce Bueno de Mesquita, de 62 anos. “Não sou nenhum climatologista, mas fiz meus cálculos e posso dizer: provavelmente não. Copenhague será um fracasso.” Ele é cientista político na Universidade Nova York e membro do Instituto Hoover, um centro de pesquisa da Universidade Stanford, na Califórnia.

Apesar da aparente boa vontade dos governos e da população mundial para chegar a um acordo climático, os cálculos de Bueno de Mesquita são categóricos. Não haverá acordo em Copenhague em 2009, nem na cúpula da Jamaica em 2010, nem na reunião seguinte em 2012 (talvez no Rio de Janeiro). E no longo prazo? “Perca as esperanças”, me diz, por telefone. “Não haverá acordo pelo menos até 2130, o limite das previsões do meu programa de computador.”

Bueno de Mesquita não é astrólogo, muito menos vidente. Ele não lê o tarô, não tem bola de cristal, não lê as linhas da mão nem vasculha o futuro nas folhas de uma xícara de chá. Sobretudo, não é um charlatão. O segredo do sucesso das previsões desse filho de judeus-holandeses que emigraram para a América antes da Segunda Guerra Mundial (seu sobrenome português remonta aos judeus de Portugal, expulsos pela Inquisição no século XVII) é o poderoso programa de computador que ele criou em 1979. O programa é baseado na Teoria dos Jogos – o ramo da matemática que procura prever de que forma as escolhas das pessoas, empresas e dos governos podem afetar o futuro (leia o quadro). Bueno de Mesquita aplica um questionário aos diversos “jogadores” envolvidos no problema que quer resolver e submete as respostas ao computador.

No caso da questão climática, um acordo para garantir reduções na emissão dos gases do efeito estufa depende da harmonização dos interesses de uma dúzia de jogadores mundiais. Segundo Bueno de Mesquita, quem é realmente favorável ao acordo são as organizações não governamentais e a florescente indústria de produtos ambientalmente corretos. Por outro lado, a indústria petrolífera e as empresas poluidoras e ineficientes são contrárias a qualquer acordo, bem como uma pequena parcela da opinião pública.

"As previsões dele são iguais às de nossos analistas, só que mais precisas"
RELATÓRIO DA CIA, de 1993

Entre esses dois polos está a maioria da população mundial. Em tese ela defenderia um acordo, contanto que não lhe imponha sacrifícios. “O ser humano só pensa no curto prazo”, diz. “Somos incapazes de fazer concessões que reduzam nosso conforto em nome do benefício das gerações futuras”, escreveu no livro The predictioneer’s game (O jogo do vidente), lançado há um mês nos Estados Unidos, a ser publicado no Brasil em julho de 2010 pela Ediouro.

Nas democracias, a satisfação dos interesses imediatos da população é a precondição para a reeleição dos governantes, “e o objetivo número um de todo político é a sobrevivência política”. Daí, a pouca disposição dos eleitores dos países ricos em alterar seu estilo de vida gastador de energia (e poluidor) se reflete diretamente na posição de seus representantes em Copenhague. Os acenos, os sorrisos e as palavras de esperança dos líderes dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão, do Canadá e da Austrália escondem a impossibilidade de assumir compromissos duros na redução de poluentes. “Um acordo restritivo impõe custos econômicos pouco toleráveis num mercado em expansão e intoleráveis com as economias em crise.”

Por fim, há Brasil, Rússia, China e Índia. “As grandes economias emergentes estão entre os maiores emissores de gases do efeito estufa. Elas defendem seu direito ao desenvolvimento econômico e não vão apoiar cortes sérios nas emissões.”

Quando todas as condições são levadas ao programa de Bueno de Mesquita, o resultado é um impasse. A ausência de acordo não implica o aumento desenfreado nas emissões de gases. Ao longo das décadas, as posições de cada jogador mudam. Cada um faz concessões aqui para obter vantagens acolá. No longo prazo, a importância de um acordo para a redução das emissões vai diminuindo, até tornar-se irrelevante. Como isso se explica?

“Sou otimista com relação a isso”, diz Bueno de Mesquita. A crescente irrelevância de um acordo decorre do desenvolvimento de novas tecnologias limpas. “Ao longo do século XXI, haverá um aumento progressivo na participação das fontes renováveis não poluentes na matriz energética, como as energias solar, eólica e hidrelétrica. Novas tecnologias surgirão. Todas elas vão substituir os combustíveis fósseis, não renováveis e poluentes.”

Como ele sabe disso? “É porque, em 1979, aprendi a prever o futuro”, diz, sem falsa modéstia. Há 30 anos, ele era um jovem cientista político interessado em programas de computador e nas aplicações da Teoria dos Jogos. Foi quando criou seu primeiro programa para fazer previsões – e começou a acertar na mosca. “As previsões dele são iguais às de nossos analistas, apenas mais precisas”, diz um relatório de 1993 da CIA, a agência de informações do governo americano.

Bueno de Mesquita é o melhor do mundo no que faz. Em 30 anos de carreira e centenas de previsões, seu índice de acerto jamais ficou abaixo dos 90%. Na comunidade de informações, ele é visto como um oráculo. Seus principais clientes são o governo americano, as grandes corporações e a CIA.

Em 2008, Bueno de Mesquita tentou prever se o Irã se tornará uma potência nuclear. Com a ajuda de seus alunos da Universidade Nova York, coletou informações sobre mais de 90 atores do conflito no Oriente Médio e as incluiu no programa. O resultado saiu em minutos. Em 2010, o Irã estará a ponto de construir sua primeira bomba. Mas não vai fazê-lo. Apesar do endurecimento do regime fundamentalista islâmico, que reprimiu a oposição após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o programa diz que os iranianos moderados prevalecerão – ainda que esse movimento seja hoje imperceptível.

Bueno de Mesquita nunca veio ao Brasil. Mas já estudou o país. “No início dos anos 1980, o Brasil ainda estava no regime militar. “Pediram-me para saber se os militares entregariam o poder aos civis. O programa previu que sim, os militares sairiam de cena, e a nascente democracia brasileira seria sólida e duradoura. Felizmente, eu estava certo.”


Pergunto a ele se algum de seus clientes já lhe encomendou uma previsão sobre as eleições presidenciais de 2010. “Ainda não pediram essa previsão. Mas, por conta própria, já comecei a estudar o caso.” Bueno de Mesquita conhece as qualidades do presidente Lula, que considera um político extremamente hábil. E quanto a José Serra, o governador de São Paulo, líder nas pesquisas? “Dele não posso falar nada. Ainda não fiz nenhuma previsão. Mas da Dilma, sim.” A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, “não tem nem de perto a habilidade política do presidente”, afirma. “É estranho. Dilma escolhe repetidamente as opções políticas que pior impacto podem ter sobre sua campanha.” O que quer dizer isso? Como são as previsões do programa sobre sua campanha presidencial? “As perspectivas não são nada boas.”

Matéria completa aqui:

sábado, dezembro 05, 2009

Cecília Meirelles

Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
De mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
Sou eu mesma que, em solidão paciente,
Recolho do que em mim observo e escuto
Muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
Caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.
...

quinta-feira, dezembro 03, 2009

O HOMEM MODERNO DO SÉCULO XXI

A propósito de "Josés Arruda" & "Lulas da Silva"...

Com o passar dos séculos o ser o homo economicus incorporou, como o capitalismo, novos valores que se ajustam aos tempos atuais.

Abaixo, um pai economicus explica ao filho os novos valores dominantes para o homem atual.

Por el insuperable Quino

homem moderno 1 homem moderno 2

contato humano culturao próximo ideais, moral, honestidade Deus aprender

segunda-feira, novembro 23, 2009

Blog em Viagem (II)


Comunico aos caros leitores que a partir desta postagem "Entre Nós" terá postagens esporádicas, caso seja possível, em não sendo, os meus votos
de bons dias, boas notícias e ótimos preparativos
para as festas Natalinas!

domingo, novembro 22, 2009

Unforgettable

Aos meus Amigos

Companheiro, Irmãs, Filhas, Primas, Primos, Amigas & Amigos

verdadeiro amigo

No intento de agradecer todo o carinho, todo o incentivo e toda a solidariedade que recebi, que estou recebendo, de todas as amigas e amigos que estiveram comigo (que estão comigo), desde o primeiro instante desse meu momento de vida, que se é doloroso, amenizado o foi e está sendo, porque todas elas, todos eles, cada um a seu modo, está presente junto a mim, me ajudando a atravessar essa ponte... têm sido, todos, a luz que ilumina o meu caminhar para essa travessia.
Meu amor para sempre.

*

sexta-feira, novembro 20, 2009

Dia da consciência da raça humana



"Senhor, viemos diante de Ti neste dia, para Te pedir perdão e para pedir a tua direção.

Sabemos que a tua Palavra disse: 'Maldição àqueles que chamam "bem" ao que está "mal“, e é exatamente o que temos feito.

Temos perdido o equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores.

Temos explorado o pobre e temos chamado a isso "sorte".

Temos recompensado a preguiça e chamamo-la de "Ajuda Social".


Temos matado os nossos filhos que ainda não nasceram e temo-lo chamado “a livre escolha".

Temos abatido os nossos condenados e chamamo-lo de "justiça".

Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamamo-lo “desenvolver a sua auto-estima .”

Temos abusado do poder e temos chamado a isso: "Política.“

Temos cobiçado os bens do nosso vizinho e a isso temo-lo chamad
o "ter ambição."

Temos contaminado as ondas de rádio e televisão com muita grosseria e pornografia e temo-lo chamado "liberdade de expressão."

Temos ridicularizado os valores estabelecidos desde há mui
to tempo pelos nossos ancestrais e a isto temo-lo chamado de "obsoleto e passado."

Oh Deus!, olha no profundo dos nossos corações; purifica-nos e livra-nos dos nossos pecados. Amem."




quinta-feira, novembro 19, 2009

Cerceamento do direito de bem informar


O primeiro jornalista a sofrer cerceamento do direito de bem informar, em conseqüência dos seus verdadeiros, contundentes e procedentes comentários contra os desmandos do atual governo, foi o Boris Casoy. De acordo com o noticiário da época, ele foi demitido a pedido do próprio Lulla. Entretanto aos olhos dos menos atentos, a coisa vem se agravando de maneira avassaladora e perigosa, senão vejamos: O Programa do Jô, tirou do ar o quadro “As Meninas do Jô” que era apresentado às quartas feiras onde as jornalistas Lilian Wittifib, Ana Maria Tahan, Cristiana Lobo, Lúcia Hippólito e por vezes outras mais, traziam à público e debatiam todas as falcatruas perpetradas por essa corja de corruptos que se apossou do país. As entrevistas sobre temas políticos não têm sido mais levadas a efeito atualmente. Virou um programa de amenidades e sem qualquer brilhantismo. O jornalista Arnaldo Jabor, considerado desafeto pelo governo atual, vem sofrendo, de forma velada e sistemática, todo tipo retaliação. Já foi processado, condenado, amordaçado e por aí vai. Sua participação diária, às 07h10 na Rádio CBN tem se limitado a assuntos sem a relevância que tinha, haja vista que está impedido de falar sobre assuntos que envolvam a política nacional e o atual governo. A jornalista Lúcia Hippólito, que tinha uma participação diária, às 07h55 na Rádio CBN, não está mais ocupando o microfone da emissora como fazia e nenhum comunicado foi feito pelo âncora do horário, o jornalista Heródoto Barbeiro. Sorrateiramente, colocaram-na como âncora em outro horário, onde enfoca matérias mais amenas e sem a habitual, verdadeira e procedente contundência. Diogo Mainard, da Revista Veja, além de processado, vem sofrendo várias ameaças de morte por parte do jornal do MR-8 (que faz parte da base aliada ao Lula) e de integrantes dos chamados Movimentos Sociais. O jornal Estado de S. Paulo está sob censura governamental há 100 dias. Fidel Castro faz escola na América do Sul. O primeiro a colocar em prática estes ensinamentos, aniquilando o direito de imprensa foi Hugo Chaves, e pelo andar da carruagem Lula trilha o mesmo caminho. Dora Kraemer, no Estadão de Domingo: “Jabor faz parte de uma lista de profissionais tidos pelo Presidente Lula como desafetos e, por isso, passíveis de retaliação à medida que se apresentem as oportunidades.”

Fonte: e-mail

...mera figuração!?

"Se a ministra Dilma Rousseff não pode dar uma entrevista sem incorrer no risco do desastre, se precisa ser escondida numa situação adversa, se para concorrer a uma eleição necessita que sejam removidos todos os obstáculos de seu caminho e ainda precisa de alguém que lhe transfira votos, é de se perguntar com que atributos pessoais e políticos Dilma governará o Brasil. A menos que tenha sido escolhida para, em caso de vitória, fazer mera figuração como presidente de direito enquanto Lula preside o Brasil ao molde de um terceiro mandato de fato."

Quem afirma é a jornalista Dora Kramer, em sua coluna diária em "O Estado de S.Paulo".

quarta-feira, novembro 18, 2009

“Supremamente lamentável”

Battisti livre

supremo tribunal federal

“O Supremo Tribunal Federal acaba de decidir que a sua suprema decisão não precisa ser cumprida. Acima do STF, está ele, o Supremo Lula. É supremamente lamentável.”

bola preta

Fonte: Coturno Noturno

segunda-feira, novembro 16, 2009

CRIANÇA

Inimigo oculto

A maioria dos acidentes que envolvem crianças acontece em casa; ambiente precisa ser adaptado para prevenir quedas, intoxicações, afogamentos e queimaduras

Para a maioria dos pais, não há lugar mais seguro para as crianças do que sua própria casa. Mas não é bem assim. Um estudo feito pela ONG Criança Segura, em 2005, revelou que 55% dos acidentes que envolvem os pequenos ocorrem em casa e, geralmente, com um adulto por perto. As quedas são o tipo mais recorrente, em uma lista que inclui afogamentos, queimaduras e intoxicações.
Segundo outra pesquisa, do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo Cruz, 24% dos casos de intoxicação em 2007 atingiram crianças com menos de cinco anos -a maioria, em casa.
Os medicamentos são a principal ameaça desse grupo (36% dos casos), seguidos da ingestão acidental de produtos de limpeza (22,2%, sendo a água sanitária a maior vilã). "Ela está em todas as casas. Além disso, a criança pequena não tem o paladar totalmente apurado. Por isso, pode bebê-la tranquilamente", diz Rosany Bocher, responsável pelo estudo.
Produtos químicos, como ceras, agrotóxicos de uso doméstico (inseticidas) e animais peçonhentos, como os escorpiões, que geralmente ficam escondidos em roupas e sapatos, são outras ameaças. A intoxicação ocorre durante o esmagamento acidental do animal.

*Luca Furchinetti

Dose errada

Mãe de primeira viagem, a relações públicas Patrícia Furchinetti, 35, passou por duas experiências de intoxicação medicamentosa acidental com seu filho Luca, de nove meses.
Na primeira vez, quando o menino tinha cinco meses, Patrícia entrou no quarto da criança no escuro e, equivocadamente, administrou uma dose errada de antitérmico. "Teria que dar 0,7 ml e coloquei 7 ml, dez vezes mais."
No hospital, o caso foi informado ao Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica). "Foi horrível, fiquei superconstrangida com a situação", afirma. O bebê teve alta no dia seguinte.
Na segunda vez, Luca tinha sete meses quando Patrícia administrou corticoide por mais tempo do que o indicado. O menino quase entrou em choque, e ela teve que diminuir a dose do remédio paulatinamente.
Segundo o Sinitox, os casos de intoxicação por medicamento acontecem tanto pela ingestão acidental (por armazenamento em local impróprio) quanto pela administração errada.

Quedas

Helena Gomes Morais, 4, também estava sob os cuidados de um adulto quando sofreu uma queda da rede, no mês passado. Instantes depois que a avó deu as costas para a menina, que brincava no terraço, Helena caiu e cortou o queixo. Precisou levar três pontos. "Depois disso, não tenho mais colocado a rede em casa", diz a mãe, a procuradora Mariana Gomes Morais, 36.
Embora a área externa ofereça riscos de queda, afogamento e intoxicação por plantas e produtos químicos, o local mais perigoso da casa é a cozinha. "Evitar que a criança entre ali reduz em 80% os acidentes, porque na cozinha podem ocorrer queimadura, intoxicação e quedas", diz Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.
O banheiro também oferece riscos, conforme mostrou um estudo publicado na revista "Pediatrics". De 1990 a 2007, cerca de 43 mil crianças foram atendidas em unidades de emergência dos EUA, a cada ano, devido a escorregões e quedas durante o banho.

Prevenção

A boa notícia é que a maior parte dos acidentes pode ser prevenida. Segundo Françoia, os pais devem avaliar o desenvolvimento dos filhos para, então, adaptar a casa à sua presença. "A criança de dois ou três anos não sabe o que deve evitar. Ao afastar o perigo e conversar com ela, estamos orientando e educando", acredita.
Uma medida importante para prevenir quedas, que representam mais da metade desses eventos, é proteger as janelas dos apartamentos. "Deve-se sempre colocar tela: na sala, na cozinha, na área de serviço. E isso vale para crianças de qualquer idade", diz Françoia.
Escadas, lages e até o prosaico trocador de bebê também podem ser uma ameaça -que o diga a psicóloga Candice Pomi Sousa Marques, 35. Quando seu filho Teodoro tinha quatro meses, ela o deixou sobre o móvel para abrir o chuveiro. "Nessa idade, não esperava que ele rolasse. Coloquei uma almofada no trocador, mas, quando voltei, ele tinha se espatifado no chão", recorda-se. O menino ficou dois dias internado e precisou de gesso por um mês.
Quando o acidente não pode mais ser evitado, há algumas dicas a seguir. Em casos de queda, a criança deve ser observada. "Se tem vômito, palidez, choro diferente, desmaio ou afundamento no local em que bateu a cabeça, deve ser levada ao hospital", diz Renata Dejtiar Waksman, presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria e uma das coordenadoras do livro "Crianças e Adolescentes Seguros" (ed. Publifolha).
Queimaduras devem ser lavadas em água corrente por cinco a dez minutos. Se a criança sofre uma intoxicação, o indicado é ligar para um centro de assistência toxicológica para receber orientação.

FERNANDA BASSETTE
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fonte: folha.uol

* Luca, meu sorridente neto!

domingo, novembro 15, 2009

Rubem Alves

poesia

Boa semana - escr branco

Reconhecimento de paternidade

FHC decide reconhecer oficialmente filho que teve há 18 anos com jornalista


MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu oficializar o reconhecimento do filho que teve com a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo.
Tomas Dutra Schmidt tem hoje 18 anos. O tucano já consultou advogados e viajou na semana passada a Madri,onde vive a jornalista, para cuidar da papelada.

A Folha falou com FHC no hotel Palace, na Espanha, onde ele estava hospedado. O ex-presidente negou a informação e não quis se alongar sobre o assunto. Disse que estava na cidade para a reunião do Clube de Madri.
Mirian também foi procurada pela Folha, que a consultou a respeito do reconhecimento oficial de Tomas por FHC. "Quem deve falar sobre este assunto é ele e a família dele. Não sou uma pessoa pública", afirmou a jornalista.

O ex-presidente e Mirian tiveram um relacionamento amoroso na década de 90, quando ele era senador em Brasília. Fruto desse namoro, Tomas nasceu em 1991. FHC e Mirian decidiram, em comum acordo, manter a história no âmbito privado, já que o ex-presidente era casado com Ruth Cardoso, com quem teve os filhos Luciana, Paulo Henrique e Beatriz.
No ano seguinte, a jornalista decidiu sair do Brasil e pediu à TV Globo, onde trabalhava havia sete anos, para ser transferida. Foi correspondente em Lisboa. Passou por Barcelona e Londres e hoje Trabalha para a TV em Madri.

Quando FHC assumiu o ministério da Fazenda, em 1993, a informação de que ele e Mirian tinham um filho passou a circular entre políticos e jornalistas.
Procurados mais de uma vez, eles jamais se manifestaram publicamente.
Em 1994, quando FHC foi lançado candidato à Presidência, Mirian passou a ser assediada por boa parte da imprensa.

E radicalizou a decisão de não falar sobre o assunto para, conforme revelou a amigos, impedir que Tomas virasse personagem de matérias escandalosas ou que o assunto fosse usado politicamente para prejudicar FHC.
Naquele ano, a colunista se encontrou com ela em Lisboa e a questionou várias vezes sobre FHC. "Nem o pai do meu filho pode dizer que é pai do meu filho", disse Mirian.

Em 18 anos, o ex-presidente sempre reconheceu Tomas como filho, embora não oficialmente, e sempre colaborou com seu sustento. Nos oito anos em que ocupou a Presidência, os dois se viam uma vez por ano. Tomas chegou a visitá-lo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

Depois que deixou o cargo, FHC passou a ver o filho, que na época vivia em Barcelona, com frequência. Mirian o levava para Madri, Lisboa e Paris quando o ex-presidente estava nessas cidades. No ano passado, FHC participou da formatura de Tomas no Imperial College, em Londres.

Neste ano, Tomas mudou para os EUA para estudar Relações Internacionais na George Washington University.

Fonte: folha.uol

sexta-feira, novembro 13, 2009

Death bonds: o investimento da morte

Bancos de Wall Street inventam um novo jeito de ganhar dinheiro: apostar na morte das pessoas.

por Marcos Ricardo dos Santos

investimento

Eles já apostaram em quase tudo. Depois de negociar em ações e petróleo, resolveram especular com financiamentos imobiliários - e quase quebraram a economia global. Agora os bancos de Wall Street inventaram um novo jeito de tentar ganhar dinheiro: apostar na morte das pessoas. Eles pretendem criar um novo tipo de investimento, que está sendo apelidado de death bond - "título da morte", em inglês - e basicamente consiste no seguinte. Os bancos compram os seguros de vida de idosos e revendem para investidores. Aí, quanto mais rápido os velhinhos morrerem, maior o ganho dos investidores.

Por incrível que pareça, já existem pelo menos 9 bancos, entre eles gigantes como Goldman Sachs e Credit Suisse, interessados na novidade. E os envolvidos dizem que isso não tem nada de mais. "Não há nada de imoral em oferecer uma oportunidade aos idosos que estejam precisando de dinheiro", afirma Will Menezes, gerente da Life Insurance Settlement Association (associação de empresas que negociam seguros de vida nos EUA). Mas o novo negócio tem detalhes de arrepiar. Com os avanços da medicina, no futuro os idosos poderão viver mais - o que faria os investidores perder dinheiro. Por isso, os bancos pretendem selecionar pessoas com as mais variadas doenças. Acredita-se que os death bonds possam atrair US$ 160 bilhões em investimentos. Mas o governo dos EUA, cuja negligência com os bancos de investimento ajudou a detonar a crise econômica mundial, jura que está de olho neles - e acaba de formar uma comissão especial que vai fiscalizar os títulos da morte.

Rendimento macabro
Quanto antes o velhinho morrer, melhor.

O IDOSO
Para conseguir dinheiro, um homem (ou mulher) de 60 anos vende seu seguro de vida ao banco, que paga 40% do valor total da apólice - neste exemplo, US$ 400 mil*.

O APOSTADOR
O banco compra milhares desses seguros e agrupa em títulos financeiros (bonds), que são revendidos a investidores do mercado financeiro.

A MORTE
Agora, existem 3 possibilidades.

MORTE NA IDADE ESPERADA
Vinte anos depois, o idoso morre. O valor total do seguro, US$ 1 milhão, vai para o investidor. Ele lucra US$ 600 mil, ou 130% do que havia aplicado. Isso dá 6,5% de ganho por ano.

MORTE PREMATURA
O idoso morre após 5 anos. O investidor recebe o US$ 1 milhão do seguro. Seu lucro foi de 130% em apenas 5 anos - equivalente a 26% por ano de investimento. Uhu!

MORTE TARDIA
O idoso vive mais 30 anos. Os 130% de lucro, divididos por 30, dão apenas 4,33% de rendimento por ano - menos do que o investidor teria ganho aplicando em outra coisa.

Fonte: super

Hoje é sexta-feira!

imagens para myspace

quinta-feira, novembro 12, 2009

Eis a verdade

Mente simplesmente



Twitter e rádios viram fonte de informação

apagão 2009Na nova era tecnológica, velho aparelho a pilha se manteve como opção confiável na busca de notícias sobre a pane

O primeiro apagão ocorrido na era de smartphones, internet sem fio e Twitter demonstrou a importância de se mesclar o uso de novas e velhas tecnologias, de acordo com a necessidade do usuário.

Com televisão e computadores inacessíveis na noite de anteontem, pela falta de energia, boa parte dos brasileiros teve de alternar entre os modernos celulares e o antigo radinho de pilha como fontes de informação. Até mesmo a assessoria de imprensa da Usina de Itaipu, que se viu no olho do furacão com dúzias de jornalistas tentando se comunicar, concluiu que o Twitter era a melhor forma de repassar notícias sobre a crise.

Itaipu ganhou dois mil seguidores em 12 horas Pelo celular, muitos acessavam a internet e ligavam para familiares, tentando descobrir a extensão do problema ou apenas comentando sobre os transtornos vividos.

No melhor espírito do jornalismo colaborador, enviavam e-mails para rádios e mensagens para o Twitter, disseminando informações — algumas corretas, outras desencontradas. O conteúdo variava entre celebridades contando o que faziam durante a falta de luz a usuários buscando saber o que estava acontecendo. Quem tinha aparelhos mais sofisticados pôde também aproveitar as benesses da TV Digital.

No caso do Twitter da Usina de Itaipu, a ideia de criar a conta partiu de Gilmar Piolla, superintendente de Comunicação Social, que estava em Curitiba quando as luzes começaram a se apagar. Ele se viu assoberbado por ligações de jornalistas de todas as partes do país. Enquanto isso, na televisão e no rádio divulgava-se a informação de que uma falha na usina teria causado o problema.

Para agilizar seu trabalho, então, Piolla resolveu criar a conta no Twitter e transformá-la numa central de notícias sobre a crise. Em menos de 12 horas já eram mais de dois mil seguidores. Com o sucesso da empreitada, o site passou a ser mais uma fonte oficial de Itaipu para informações rápidas.

E, como o brasileiro não perde tempo, depois de tanto burburinho digital uma loja online que vende camisas com estampas personalizadas ofereceu o modelo “Apagão 2009, eu twittei”.

bola preta nunca antes nestepaiz



terça-feira, novembro 10, 2009

O último a lembrar de nós

Martha Medeiros

Recentemente li Rimas da Vida e da Morte, do excelente Amós Oz, que narra os delírios de um escritor que, ao participar de um sarau literário, começa a olhar para cada desconhecido na plateia e a criar silenciosamente uma história fictícia para cada um deles, numa inspirada viagem mental. Lá pelas tantas, em determinado capítulo, o autor comenta algo que sempre me fez pensar: diz ele que a gente vive até o dia em que morre a última pessoa que lembra de nós. Pode ser um filho, um neto, um bisneto ou um admirador, mas enquanto essa pessoa viver, mesmo a gente já tendo morrido, viveremos através da lembrança dele. Só quando essa pessoa morrer, a última que ainda lembra de nós, é que morreremos em definitivo, para sempre. Estaremos tão mortos como se nunca tivéssemos existido.

(...)Aquele que compõe músicas, faz filmes, escreve livros, bate recordes ou é um Pelé, um Picasso, um Mozart, consegue uma imortalidade estendida, mas, ainda assim, será sempre lembrado por sua imagem pública, não mais a privada, não mais a lembrança da sua voz ao acordar, da risada, do bom humor ou do mau humor, não mais daquilo que lhe personificava na intimidade. Serão póstumos, mas não farão mais falta na vida daqueles com quem compartilharam almoços, madrugadas, discussões, já que essas testemunhas também não estarão mais aqui.

(...)Uma homenagem a ele: ao último ser humano a lembrar de nós, a ter saudade de nós, a recordar nosso jeito de caminhar, de resmungar, o último a guardar os casos que ouviu sobre nós e a reter nossa história particular. O último a pronunciar nosso nome, a nos fazer elogios ou a discordar de nossas ideias. O último a permitir que habitássemos sua recordação. Bendita seja essa criatura, que ainda nos manterá vivos para muito além da vida.

ass.festa

quinta-feira, novembro 05, 2009

Um insólito "mundo" dentro do nosso mundo

Revista Piauí — nº 36 — setembro 2009

por ROBERTO KAZ

"Vai ser uma coisa diferenciada", disse Simara Sukarno pelo telefone, numa terça-feira de maio. "Já faz dois meses que eu cuido da organização. São mais de trinta fornecedores. O cerimonial vai ficar com a Marina Bandeira, que fez casamentos dos Safra e dos Klabin. No meio, a Marina é tida como a melhor. As rosas são colombianas. As máscaras serão feitas pela Gigi, que cuida dos principais destaques do Carnaval aqui de São Paulo. Eu sou destaque há dez anos. Prefiro trabalhar com o pessoal de escola de samba porque eles têm mais senso de ridículo." A linha caiu.

Faltavam dois meses para a festa de 15 anos de sua filha, Caroline. Simara ligou em seguida. Contou que a celebração seria para 300 convidados e contaria com um quarteto de cordas de músicos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma acrobata do Cirque du Soleil. Prosseguiu: "Eu te falei dos convites? São todos vermelhos, feitos pela Cris Armentano, mulher do João Armentano, o decorador. É uma pessoa impecável para convites. E o bufê é do França. Minha filha estuda com o neto do França. Vou servir caviar, trufa, carrê de cordeiro. E vai ter um minicarrê para as nossas cachorras. O que me deu mais trabalho foi o Cirque du Soleil, pela dificuldade em achar um contato. Tive que ligar para o quartel-general deles, no Canadá, até descobrir alguém que pudesse se apresentar no Brasil. Só do cerimonial são dez pessoas. Tem iluminação, sonorização, chapelaria, segurança. Por isso resolvi alugar a Daslu também na véspera, para montar a festa com mais calma."

Descendente de japoneses, Simara Agari Sukarno Simões é uma mulher magra, de estatura mediana, cabelos pretos e leves traços orientais. Usa bolsa e pasta Louis Vuitton "desde pequena", disse ela. "Meu avô me dava porque era boa e resistente." Costuma se vestir com roupas monocromáticas - de preferência com o nome da grife aparecendo -, combinando com um dos seus 560 pares de sapatos.

Aos 51 anos, acumula três casamentos e três divórcios. "Sou ótima para cuidar de casa, mas não tenho paciência com maridos", explicou. Tem duas filhas, Stephanie, de 23 anos, fruto do primeiro matrimônio, com Arnaldo Holanda Leite, e Caroline, fruto do último, com Alexandre Grendene, dono da empresa de calçados do mesmo nome. O marido que não lhe deu filhos foi o empresário Miguel Ethel Sobrinho, diretor da Caixa Econômica Federal durante a presidência de José Sarney, e integrante do consórcio que venceu a privatização da Vale do Rio Doce, em 2002. Ela só se refere ao ex-marido como "o Miguel Ethel, da Vale".

Simara mora com a filha mais nova em um apartamento de quatro quartos em Higienópolis. Na decoração, destacam-se uma onça de pelúcia, miniaturas de Buda, oito tapetes persas, dois quadros de Di Cavalcanti, um de Lasar Segall e um de Portinari. "Cadê meu Portinari?", ela se perguntou, antes de recordar que ele estava na sala de televisão. No chão da sala de jantar, há um Volpi embalado em plástico bolha. "Tenho uma coleção de catorze, que pertenciam ao meu pai", explicou.

Além da filha Caroline, o apartamento é habitado por três cachorras tamanho pp: a maltês Taylan ("flor de pessegueiro", em mandarim), e as yorkshire Meylin ("viver em harmonia", na mesma língua) e Belinha. As três têm direito a banheiro e armário próprio, onde Simara guarda roupinhas de estampas esportivas, chinesas ou japonesas, além de perfumes, tiaras, lacinhos e ossos artificiais de todos os tipos. Tomam banhos às terças, em casa, e aos sábados, no Encrenquinha's Pet Shop, a três quarteirões de onde moram.

Quando as leva para passear, Simara costuma vestir casaco Prada Sport, jaqueta Versace ou, em dias mais quentes, um conjunto da Juicy Couture, fabricante americana de roupas para adolescentes. "Não é porque é Prada, é que a roupa me cai bem", justificou. Em dias de chuva, as três cadelas passeiam em uma espécie de carrinho de bebê - só que feito exclusivamente para caninos -, de forma a não sujar os pés.

Simara contou que tanto o pai quanto o avô eram cafeicultores em Londrina, onde ela nasceu. Ainda na infância, mudou-se para São Paulo, onde fez amizade com o playboy Chiquinho Scarpa, que foi padrinho de Caroline. "Conheci o Chiquinho aos 17 anos. A gente ia direto no Leopolldo e no Gallery." Nessa mesma idade, Simara disse ter ido estudar economia em Harvard, embora a universidade afirme não ter registro do fato. Ao voltar, em 1983, dividiu seu tempo entre uma confecção que abrira e o júri do Programa Flávio Cavalcanti, do qual participava.

Hoje, Simara tem uma porcentagem das ações da Grendene, cuja receita bruta foi de 1,6 bilhão de reais no ano passado. Por precaução, o prédio onde mora é vigiado por seguranças do Grupo gp. Simara não gosta dos serviços da Haganá, empresa que gere boa parte dos edifícios caros nos Jardins, em Higienópolis e na Vila Nova Conceição. "Eles pegam um sujeito, vestem um terno qualquer e acham que isso é proteção", disse. "Aqui é diferente. Se alguém entrar na minha casa, sai morto."

Na quinta-feira, 21 de maio, Simara agendou uma visita à doceira Conceição Amaral, que fornece bem-casados para o castelo de Caras. Simara usava sapato Dolce & Gabbana de salto, calça jeans, top marrom e óculos de oncinha. Ainda no apartamento, ela explicou a razão de ser da festa, agendada para dali a um mês: "No ano passado, viajamos para a Indonésia, Tailândia, China e Japão. Passamos o Réveillon em Bangcoc, em uma cerimônia linda. E no meio disso, a Caroline falou que queria fazer um baile de máscaras, ao estilo veneziano, com vestido e rosas vermelhas. Fiquei surpresa, porque ela sempre foi muito calminha, discreta."

Voltando ao Brasil, Simara começou a produzir a festa. "Primeiro, liguei para as meninas da Daslu", contou. "O aniversário da Caroline era em março, mas elas só tinham data em abril ou maio. Eu precisava que fosse num sábado, por causa da escola. E que a sexta estivesse livre também, para a montagem. Havia data nos dias 5 e 6 de junho. Mas, por causa do feng shui, dia 5 eu não uso para nada. Sobrou então o 27. E dois mais sete, na soma, dá nove; e nove é um número auspicioso." Em nenhum momento cogitou fazer a festa em outro lugar: "A arquitetura da Daslu é neoclássica, perfeita para recuperar essa atmosfera veneziana; tinha que ser lá de qualquer jeito."

Com a data escolhida, passou aos preparativos. Ao visitar o Terraço Daslu vazio, teve a idéia do Cirque du Soleil: "Quando vi aquele pé-direito com mais de 5 metros, pensei: 'Tenho que colocar alguma coisa diferenciada.'" Em seguida, cuidou dos adornos: "Baile veneziano tem que ter máscaras. Não quis alugar porque não era nem higiênico, nem agradável. E, para vender, só havia de qualidade inferior. A opção foi mandar fazer."

Embora a festa tivesse uma lista com menos de 300 convidados, ela encomendou 1 200 doces. "É para preencher a mesa e manter a integridade do visual." Para a decoração, alugou mobiliário veneziano, lustres de cristal, prataria e cadeiras douradas, "tudo de acervo pessoal". Resumiu: "Na verdade isso é como se fosse a montagem de um musical, só que por uma única noite. Daria para comprar uma casa."

No caminho para a doceira, perguntei se tinha algum assistente ajudando na empreitada. "Na parte financeira, meu braço direito e esquerdo é o Álvaro Picolli, diretor financeiro da Grendene. Ele já cuidava das minhas contas particulares." Para facilitar, abriu uma nova conta bancária apenas para o aniversário. "Dizem que essa é a primeira festa em que tudo está sendo pago antecipadamente", ela falou. "Depositamos em cash, para facilitar."

Simara não soube diferenciar o quanto da festa seria pago pelo ex-marido, Alexandre Grendene, e o quanto ela desembolsaria. Explicou que ele preferira não tomar parte nas decisões. "O Alexandre primeiro teve um choque, depois melhorou. Agora, está entregue." O choque, conta, foi quando ela anunciou: "É mais ou menos tanto." Pelo telefone, Grendene gritou: "O quê?!" Para convencê-lo, Simara foi enfática. "Eu já tinha pago a Daslu à vista. Então avisei: 'Alexandre, se não for lá, não vai ser em lugar nenhum.'" O ex-marido acabou concordando. "Depois, ele nunca mais tocou no assunto. Deletou da cabeça. É como se a festa não existisse."

Nas festas de milionários paulistanos, um cerimonialista, banqueteiro, decorador, florista, iluminador, garçom ou manobrista só se destaca quando oferece um serviço "diferenciado". Para gerenciar os 15 anos de Caroline, Simara contratou Marina Bandeira, casada com o navegador Amyr Klink: "Ela trabalha por hobby, é uma pessoa diferenciada." Já Marina, que não gosta de organizar festas de debutante, disse ter aceito porque pais e professores também haviam sido convidados, o que garantiria certa sobriedade. "Além disso, é na Daslu, que é um lugar diferenciado", contou. Na hierarquia, a Daslu é o Maracanã das comemorações. Em junho, antes da festa de Caroline, a loja serviu de palco para o casamento do jogador de futebol Roberto Carlos.

A lista de fregueses de Marina Bandeira inclui a grife Cartier, o Banco Lloyds e as famílias Klabin e Hawilla (do empresário J. Hawilla, braço direito de Ricardo Teixeira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol). Cobra de 10 a 20 mil reais pelo serviço, dependendo da estrutura a ser montada.

Marina começou a organizar eventos nos anos 80, quando a clientela era formada basicamente por empresas multinacionais ou familiares. "Oitenta por cento do meu trabalho era para montadora de carro", disse. "Mas naquela época, o máximo que se fazia era fechar um clube, ou hotel, e contratar um cantor. Nos 60 anos da gm, fiz uma festa com Gal, Toquinho, Cauby e Miele no Monte Líbano. Durou quatro dias."

Nos anos 90, as grandes festas começaram a encarecer. A abertura ao mercado de importados elevou o padrão de exigências. "As montadoras que vinham de fora queriam eventos mais sofisticados", disse.

Na década seguinte, ocorreu a última mudança. Devido a políticas de incentivo para abertura de capital, companhias antes fechadas, como tam, Natura e a própria Grendene, lançaram ações na Bolsa. Em 2004 foram sete novas. Três anos depois, 64. A nova leva de acionistas significava, além de lucro, austeridade fiscal. Vera Simão, uma referência em produção de casamentos em São Paulo, explicou: "Quando as empresas faziam eventos, ninguém perguntava quanto se gastava. Com a chegada de auditores, gerentes e ceos, os gastos passaram a ser mais controlados." Em resumo: "A partir do momento em que o proprietário abriu mão do controle da empresa, a festa social migrou para a filha dele que se casa."

Multiplicaram-se as grandes comemorações particulares. Os casamentos, antes íntimos, passaram a ser promoções. "Um diretor de empresa que vai casar a filha pode chamar o prefeito, mas se ele fizer um evento corporativo, não", explicou Vera.

Segundo Marina Bandeira, não se faz hoje uma celebração de porte por menos de 100 mil reais: "Mas esse é o preço de uma festa pequena. O cliente me diz qual deve ser o piso máximo. Se não, o céu é o limite." Por limite, se entenda valores de sete dígitos. O casamento de Ronaldo com Daniela Cicarelli, em 2005 (castelo na França, vôo fretado, apresentação de Fatboy Slim), teve o custo estimado em 2 milhões de reais. O de Doda Miranda com Athina Onassis, no mesmo ano, para 1 300 convidados (fora os 400 seguranças), em 1,5 milhão.

Marina Bandeira disse que, mesmo não sendo a festa mais cara que produziu, os 15 anos de Caroline Grendene estavam virando um fenômeno na cidade. "Tem fornecedor que me liga pedindo para entrar", ela falou. "É que a Simara tem um perfil diferenciado: paga todo mundo adiantado."

Na sexta-feira, 22 de maio, Simara tinha encontro marcado com dois costureiros para a escolha do vestido. Ela usava camiseta de alcinha e óculos escuros Armani Exchange. Acompanhada de Caroline, foi primeiro ao estúdio de Tiyomi Kitasato, no Sumaré, onde recebeu um orçamento de 39 mil reais por três vestidos - dois para a filha e um para ela. Em seguida, partiu para o atelier do costureiro Júnior Santaella, nos Jardins. No carro, explicou que o valor orçado estava até baixo: "No Demi Queiroz, que a gente foi uns dias atrás, era 28 mil por uma única peça. Alta costura é assim."

No fim da tarde, juntou-se à dupla a segunda filha, Stephanie, uma moça bonita de pele muito branca e cabelos pintados de vermelho. Na sala de espera do costureiro, Stephanie contou a sua participação na festa: "Insisti muito para que a minha irmã fizesse uma grande comemoração. Tinha medo que, se não houvesse nada, ela se arrependesse depois. Ela é muito meiguinha, gosta de conto de fadas. E uma festa de 15 anos é um conto de fadas. Quando voltamos de viagem, falei para a minha mãe: 'Se mexe.'"

Stephanie não imaginou que o evento daria tanto trabalho: "Festa na Daslu todo mundo faz. Até aí tudo bem. Mas com quarteto de cordas e Cirque du Soleil, não. É tanta coisa que às vezes me pergunto se vai dar certo." Embora animada, disse que jamais se colocaria no lugar da irmã. "Gosto mais de viver a festa dos outros. Prefiro a Caroline em foco."

A conversa foi interrompida pelo costureiro Júnior, que convidou as três a entrarem em sua sala, decorada com dois tapetes persas, um retrato a óleo de Afrodite e rosas vermelhas de plástico. Ao ouvir a descrição de como seria o evento, Júnior animou-se: "Estive em um baile veneziano esse ano. Mas não na Daslu. Acho que era no Fasano. É uma idéia linda, uma fantasia no estilo do imaginário. Me conta o que você quer, Caroline."

Ao ouvir que a debutante pensara em um vestido branco e outro vermelho, respondeu: "Vermelho significa as coisas boas da vida." Foi interrompido por Simara: "Vermelho é uma cor excelente. Foi escolha dela. Só cuido dos detalhes, mas não interfiro em nada. Sou uma espécie de assessora especial."

Júnior prosseguiu: "Caroline, eu acho que tenho uma idéia. Posso te fazer um vestido bem de espanhola, um pouco aquela coisa do filme Moulin Rouge." Fez um intervalo e continuou: "Caroline, você não faz idéia da quantidade de subempregos que você gera com uma festa dessas. Você faz a economia girar, Caroline." Simara acrescentou: "E você movimenta profissionais do mais alto nível." O estilista concluiu: "E embaixo desses profissionais de alto nível, você ajuda os outros, como o garçom, o cozinheiro e o agricultor que colhe os legumes."

Diante do silêncio da menina, Júnior voltou à seara estética: "E eu logo vejo que a Caroline tem uma descontração, uma alegria, com essa boca de Angelina Jolie. Agora me conta sobre o outro vestido, Caroline. A gente podia mudar. Esse vestido vai ser tão vistoso. Você gostaria que ele fosse branco, não é, Caroline?" A menina respondeu que a idéia havia sido da mãe.

Simara Sukarno não costuma aparecer em revistas de celebridades, colunas sociais, jantares beneficentes ou lançamentos de produtos. Na internet, ela frequenta sites de Carnaval, por ser destaque em desfiles em São Paulo. Alertei-a que a reportagem a tornaria mais conhecida. "Eu sei, mas não tem problema", ela disse. "Sequestrador lê Caras e O Estado de S. Paulo." Pedi que contasse quanto custaria a festa e ela respondeu: "A diária da Daslu custou 60 mil. O bufê França, 70. A bailarina do Cirque du Soleil, 26 mil. O resto são custos menores. Seis mil pelas máscaras, 6 mil pelas fotos, 5 mil pelo dj, por aí vai." Na estimativa total, 400 mil reais.

Em meados de junho, voltei a encontrar Simara. Ela me aguardava na portaria do prédio, e assim que cruzei a entrada, anunciou: "Vou te dizer, hein. Põe 1 milhão aí na festa. Põe 1 milhão." Anotei a frase, para, horas depois, ouvir um pedido para que a reportagem não citasse esse valor. Disse-lhe que registraria que a festa teria um custo modesto, se comparada a casamentos que passam dos 3 milhões de reais.

Simara irritou-se: "Quem dá festa de 3 milhões?" Respondi que, segundo ouvira de organizadores de eventos, a família Safra. Ela contestou: "É mentira. Não tem festa de 3 milhões. Os Safra falam isso porque eles dão jóias de presente e contabilizam no custo total." Esclareceu: "Quando eu era casada com o Alexandre, fiz festa para 2 mil pessoas em Punta del Este, com show da Ivete Sangalo, Daniela Mercury, passagem de primeira classe, hospedagem em hotel cinco-estrelas, com o bufê inteiro indo de São Paulo para o Uruguai. Sei o custo que essas coisas têm. O pessoal gosta de mentir." Mais calma, sentenciou: "Não existe no Brasil festa mais cara que a nossa."

Simara dirige um automóvel sem blindagem. Dependendo do local, é acompanhada de seguranças, que a seguem em outro carro, a distância. Na quarta-feira, 17 de junho, ela tinha encontro marcado com Givanethi Arizoni, a Gigi, responsável pela confecção das máscaras. Dirigia com dois celulares entre as pernas, que não paravam de tocar. "Quando você me vê com mais de um telefone, é que minha situação está complicada", justificou.

No caminho, Simara contou que contratara o ator Humberto Carrão, de 18 anos, para dançar a valsa com Caroline. O ator, que atua no seriado Malhação, é o ídolo da jeunesse dorée paulistana. "Ele tem ensaiado com o Jonatas Faro, da 'Dança dos Famosos'", disse. Depois, mostrou um pedaço de tecido branco, com um desenho em cristais. "Foi o Júnior que fez, para mostrar como vai ficar o vestido. Você está vendo a qualidade?", perguntou. "É seda pura, com Swarovski. E o fio da costura? Fio de ouro. Foi 28 mil reais um vestido e 17 mil o outro. Quando se vai em um costureiro desses, não se barganha. É tudo muito etéreo."

Chegando à casa da costureira, Simara anunciou: "A Gigi é a pessoa que faz os melhores destaques no Carnaval. Ela tem um acervo de plumas que ninguém tem." Virando-se para a carnavalesca, continuou: "Fofa, quero sair toda de faisão este ano." Gigi explicou que cada pena de faisão custa 120 reais, e uma fantasia, quando muito trabalhada, sai por 40 mil reais. Perguntei à costureira se as de Simara eram as mais elaboradas. A própria Simara tratou de responder: "Conta para ele se alguém mais usa roupa bordada. Contrato uma pessoa só para ficar dois meses costurando minha fantasia. Não desfilo com roupa colada."

As duas começaram a falar das máscaras. Simara encomendara 250 exemplares, divididos em mais de vinte variações. Faltavam as da família: "Uma vermelha e uma branca para a Caroline. Para mim, cinza. Uma fúcsia com prata para a Stephanie. E outra, com cristais Swarovski, para o namorado dela, para combinar com a gravata-borboleta, que também vai ter cristais."

Enquanto Gigi anotava, Simara lembrou-se de um detalhe: "Ah, deixa eu te falar uma coisa!" Gigi perguntou: "As máscaras das suas filhas? As pequenas?" "Isso, pega aí." Gigi voltou com uma minimáscara de 5 centímetros de comprimento, para as cadelas da família. Simara esclareceu que se tratava apenas do molde: "As definitivas vão ser cheias de cristais."

Na manhã seguinte, Simara tinha reunião marcada com Marina Bandeira, encarregada de gerenciar os últimos detalhes da festa. Combinaram de se encontrar em um café nos Jardins. Simara usava colar, brinco, anel e relógio prateados da Bulgari. Após uma conversa de uma hora, na qual trocaram informações sobre as famílias Mansur, Klabin, Maluf, Diniz, Lafer e Collor, passaram a falar da festa.

Marina começou:

- Bebida? O que você comprou?

- Uísque, vinho, saquê, Lambrusco. De champanhe, chegaram 84 garrafas, mas estou mandando vir mais, para ficar pelo menos com 100. Festa sem bebida não é festa.

- E o Cirque du Soleil? São quantas pessoas? Precisam de camarim?

- São umas dez, talvez mais. Anota aí. Vão ter dois motoristas, o Aguinaldo e o Bolívar. O Bolívar é da família. O que ele ligar pedindo, está o.k.

- E qual é a função do Aguinaldo no dia? - perguntou Marina.

- Levar as cachorras e os seguranças das cachorras.

- E o Aguinaldo tem outra função além das cachorras?

- Vai buscar o Humberto Carrão no aeroporto. Ele tem ensaiado com o Jonatas Faro, da "Dança dos Famosos".

- Águas?

- Da Jolie.

Perguntei a elas o que havia de especial na água. Simara respondeu:

- As garrafas são personalizadas com o adesivo da festa. Assim como as camisas que vou distribuir.

- Que música que ela quer na entrada?

- A d'A Bela e a Fera. E tem o stand-by do Chiquinho Scarpa. Ele quer vir de qualquer jeito. É a rentrée dele, uma situação muito emocionante. Vou ter que tomar um calmante.

Após três horas de conversa e catorze cigarros fumados, Simara levantou-se, pagou a conta e levou o isqueiro do garçom. Tinha encontro marcado, em casa, com Vinicius Credidio, responsável pela produção do making of. Enquanto dirigia, o telefone tocou. Era Credidio, para avisar que já estava chegando. "Oi, fofo. Qual é o seu carro? Uma bmw preta? O.k., vou avisar a portaria", respondeu Simara. Comentei não imaginar que um produtor de making of pudesse ter um carro desses. "E casa no Morumbi!", retrucou Simara. "Custa 17 mil reais o trabalho dele. É um mundo. Estou contratando só os melhores."

No sábado, 27 de junho, data da festa, Simara Sukarno acordou às cinco da manhã. "Não consegui dormir mais", disse. "Sabe o que eu fiz? Desci para lavar o carro." Às onze, foi ao Encrenquinha's Pet Shop. Usava um conjunto de calça e camisa roxa, da marca Bebe Sport. Com as três cachorras no colo, deu partida no automóvel. "Quem já está acostumado sabe que comigo nada é impossível", comentou, diante da cena. Enquanto cruzava o portão, o vigia gritou: "É hoje, né?"

Faltavam menos de doze horas. Os números estavam fechados. No total, ela importara 20 mil rosas da Colômbia, alugara dez esculturas, doze castiçais e seis árvores cenográficas. Encomendara 450 velas e mandara fazer um pequeno palco com escadaria, para que a filha surgisse por trás das cortinas no momento da valsa. Os pães de mel eram 200; os bem-casados, 350; e doces variados, 1 200. No cardápio, dos canapés à sobremesa, escolhera 34 pratos diferentes, como caviar e nhoque de mascarpone com azeite de trufas. Fechara o efetivo em 260 funcionários. Para aliviar a pressão sobre Caroline, reservou-lhe um dia no spa Kiron, do Shopping Iguatemi.

Chegando ao pet-shop, Simara falou, olhando para as cachorras: "Quem quer sair do carro levanta a pata." Dentro da loja, contou que as três ficariam no camarim, juntando-se à festa no momento da valsa, todas com máscaras de cristais Swarovski. Enquanto aguardava o banho dos animais, o telefone tocou: "Oi, Perrissé. Não é terno, é smoking. Volta na loja para eles trocarem." Ao desligar, contou que alugara smoking para os amigos da filha que não podiam arcar com o custo, e emprestara vestidos seus para quatro convidadas. "Ninguém vai deixar de ir à festa por falta do que vestir", disse.

Às seis da tarde, na Daslu, Simara ainda usava o traje Bebe Sport roxo. No camarim dela e da filha, entre roupas, presentes, brindes, quitutes, garçons, maquiadores, cabeleireiros, fotógrafos e um mordomo para os cachorros, havia duas malas, uma bolsa, uma pasta e uma pochete - todas da Louis Vuitton. De uma das malas, Simara tirou um enorme mantô cinza de vison. Justificou: "Trouxe um casaquinho para não ficar doentinha."

Uma hora depois, ela entrou no chuveiro que, devido a um problema no gás, estava gelado. Do lado de fora, a cerimonialista Marina Bandeira falava em três celulares ao mesmo tempo. Pelo primeiro, perguntava onde estava o cd com as fotos da aniversariante, para que fossem projetadas na rede interna de televisões. Pelo segundo, queria saber quem impedia os vestidos de entrar pelo elevador da frente. Pelo terceiro, buscava entender por que, em uma casa que cobra 60 mil a diária, a água do chuveiro não esquentava. Como o banho continuasse gelado, Simara gritou, ao desligar o registro: "Quase morri!" Em seguida, vestiu um conjunto Chanel.

Faltando duas horas para o início, Marina reuniu-se com os sete recepcionistas e avisou: "Cada pessoa que chegar vai trazer um convite vermelho. Se não trouxer, procura na lista. Teve muita inclusão de ontem para hoje." Três dias antes da festa, Simara resolvera convocar a Caras. Explicou: "Foi um pedido do Chiquinho Scarpa, que é um perigo na minha vida. Ele é a única pessoa que me faz abrir certas exceções. Não quero ser fotografada, mas se sair uma foto do Chiquinho com a Caroline, tudo bem." (Chiquinho não compareceu. Sob o título "Veneza recriada em seus 15 anos", a revista publicou três fotos de Caroline, ao lado da mãe, do pai, da avó e da irmã.)

Às 19h30, Caroline chegou, em companhia de um guarda-costas, que passou todos os minutos da festa a 3 metros dela. Simara falou para a filha: "Olha, pegaram todas as rosas da Colômbia. Parece que só sobrou uma única por lá. Era isso que você queria?" Caroline respondeu: "Nossa, está perfeito. Como eu imaginei." Abraçadas, as duas se recolheram ao camarim.

Às 21 horas, entraram os primeiros convidados. Às 21h30, o quarteto da Sinfônica começou a tocar. Três minutos depois, chegaram as cachorras. Às 22h30, após fazer cabelo, maquiagem e colocar o vestido vermelho - o primeiro da noite - Caroline juntou-se à festa. Tirou fotos por dez minutos, cumprimentou os convidados um por um e sentou-se à mesa para jantar. Às 23h30, tirou fotos com o pai, que viera da sede da Grendene, em Porto Alegre, especialmente para a comemoração, com volta marcada para o dia seguinte. Às 23h40, em uma sala mais afastada, Caroline foi apresentada ao ator Humberto Carrão. Conversaram por alguns minutos, antes de ensaiar os passos da valsa. A menina passara o último mês praticando. Como o ator não se dedicara com o mesmo afinco, Simara ensinou-lhe a dança em cima da hora. Marina Bandeira orientou: "Supernatural, Carol, que nem casalzinho feliz." Enquanto Carrão dava entrevista para a Caras, Caroline voltou ao camarim para trocar o vestido vermelho pelo branco.

À uma da manhã, dj, músicos, garçons, recepcionistas, seguranças e faxineiras pararam para o grande momento da noite. Em um telão suspenso sobre a pista, foi projetado o vídeo do making of. Primeiro, os amigos de Caroline falaram: "Carol, eu quero que esta noite seja inesquecível, que nossa amizade dure para o resto de nossas vidas", ou "Um beijo, Carol, que você curta demais a sua festa."

Depois, o vídeo mostrou Simara, com as três cadelas no colo. Chorando, ela dizia: "Difícil falar da filha. Ela tem uma luz e uma energia que contagiam. Muitas vezes sinto que sou eu a filha, e ela, a mãe. Quando ela me falou dessa festa, nós estávamos no Japão. Achei engraçado, porque ela não gosta de aparecer. Ainda assim, ela resolveu que gostaria de fazer um baile de máscaras. Me envolvi profundamente, mas cada coisa foi feita pensando nela, para que tenha uma noite inesquecível."

Caroline apenas escutou a mãe, sem vê-la: estava com duas funcionárias do cerimonial, atrás de um palco a 40 metros do telão, aguardando o sinal para atravessar a cortina. A permissão foi dada à 1h10, quando soaram os primeiros compassos de sua música preferida, o tema de A Bela e a Fera. Iluminada por um canhão de luz, ela desceu os três degraus do palco, deu o braço esquerdo ao ator de Malhação e caminhou até a pista de dança. Dançaram a valsa por três minutos. Depois, Caroline repetiu os passos, amparada pelo pai.

Em seguida, tirou fotos com a família, ator e cerimonialista, antes de beber o primeiro gole de champanhe. Dedicou quinze minutos a ser fotografada com os convidados. À 1h35, a acrobata do Cirque du Soleil entrou em cena. Findo o espetáculo, todos começaram a ir embora. Marina Bandeira contou que a festa durou até as seis da manhã: "Acabou com a Simara feliz da vida tomando champanhe. E a Caroline chorando de alegria."

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