"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Esperança

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano


Vive uma louca chamada Esperança


E ela pensa que quando todas as sirenas


Todas as buzinas


Todos os reco-recos tocarem


Atira-se


E


— ó delicioso vôo!


Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,


Outra vez criança...


E em torno dela indagará o povo:


— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá


(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)


Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:


— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...



Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética",
Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails