Foto internet Rua Horácio Lafer parte do quarteirão
O colunista da Revista Veja, José Roberto Guzzo, criticou na edição desta semana da revista a iniciativa da prefeitura de tentar vender o Quarteirão da Cultura, do Meio Ambiente, da Educação e da Saúde. Abaixo, trechos do artigo:
"Para todos os que se preocupam com as ameaças que a privatização pode trazer para o patrimônio público deste país: solicitam-se alguns momentos da sua atenção para uma curta história que pode resultar, caso seu desfecho seja o desejado por dinâmicos ases do mercado imobiliário paulistano e alguns altos funcionários da prefeitura de São Paulo, numa verdadeira pérola na coleção de parcerias, através das quais, ao fim de muito passe de mágica e outros esforços, bens que pertencem a todos acabam aparecendo no Registro de Imóveis, um belo dia, como propriedade particular de meia dúzia de cidadãos. No caso, trata-se de um terreno de 20000 metros quadrados que o município possui num dos pontos mais caros do Itaim, bairro classe ''A" plus de São Paulo, e que se transformou no objeto de uma possível troca com incorporadores de imóveis da capital. Que troca poderia ser essa? Uma troca do tipo clássico, quando se cruzam homens de negócios e agentes do poder público. A prefeitura entrega um terreno que já existe, e que todo mundo pode ver no aqui e no agora, com localização precisa, dimensão exata e valor conhecido no mercado. Seus verdadeiros proprietários, a população da cidade, ficam com uma promessa para o futuro."
"A área em questão não é um terreno baldio, um desses espaços que as prefeituras chamam de "praça" e que servem para juntar mato e entulho: já funcionam ali, hoje, duas escolas, uma creche, um posto de saúde, uma biblioteca e um centro de atendimento para crianças excepcionais, conjunto a ser demolido, segundo os planos, para a construção de prédios de escritórios e de apartamentos. Os recursos utilizados pela prefeitura na transação seriam utilizados na construção de "até 200 creches", segundo as esperanças da autoridade municipal. Resumo da história, se o negócio for fechado: é 100% certo que os escritórios e apartamentos serão construídos e vendidos; quanto às "200 creches", infelizmente não dá para garantir nada."
Fonte: Veja edição 2204
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