"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

sábado, abril 12, 2008

Sou eu, somos nós!



Metade



Que a força do medo que tenho,
não me impeça de ver
o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos
e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade
é silêncio
Que a musica que eu ouço ao longe,
seja linda,
ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo
seja pra sempre amada
mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
mas a outra metade
é saudade
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece,
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado
de sentimentos
Porque metade de mim
é o que ouço,
mas a outra metade
é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme
na calma e na paz
que eu mereço
E que essa tensão que
me corrói por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim
é o que penso
mas a outra metade
é um vulcão
Que o medo da solidão
se afaste, e que o convívio
comigo mesmo,
se torne ao menos
suportável
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado
na infância
Porque metade de mim é a
lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei
Que não seja preciso mais
do que uma simples alegria
para me fazer aquietar
o espírito
E que o teu silêncio me fale
cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade
é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso
simplicidade para
fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia,
e a outra metade
é canção
E que a minha loucura
seja perdoada,

Porque metade de mim
é amor, e a outra metade...
também

(Oswaldo Montenegro)

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