"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, agosto 28, 2008

"Dou-me por satisfeito"

O brasileiro conformado

Fonte: Blog do Noblat

Henry Louis Mencken, também conhecido como H. L. Mencken, foi um jornalista e crítico social norte-americano que viveu entre 1880 e 1956. Era mordaz, impiedoso e cínico ao observar o que ocorria ao seu redor. Cunhou frases memoráveis e atemporais.

Lembro-me de uma toda vez que sinto asco do comportamento dos políticos em geral - e de alguns deles em particular. A frase de Mencken:

- Quando se ouve um homem falar de seu amor por seu país, podem saber que ele espera ser pago por isto.

Quem mais do que os políticos, principalmente em ano eleitoral, faz juras de amor ao seu país, deplora os maus custumes e promete ser decente?

Somos enganados a cada eleição. Os mais experientes sabem que são. E, no entanto, por ignorância, comodismo, resignação ou até mesmo falta de caráter, a maioria contribui para que assim seja e para que continue sendo.

Afinal, "o inferno são os outros", decretou um dia o filósofo francês existencialista Jean Paul Sartre.

De que adianta votar bem se os outros votam mal?

De que adianta cobrar retidão dos que me representam se os outros não procedem da mesma formaí?

De que adianta me enfurecer com a falta de vergonha generalizada dos homens públicos se meus semelhantes a toleram - quando não a imitam?

Tenho mais é que sobreviver do que ficar ralhando com tudo ou com qualquer coisa.

Como o voto é obrigatório, escolho um candidato que me pareça razoável e depois dou por encerrada minha participação no processo político.

Limito-me a reclamar no período de tempo entre uma eleição e outra. Falta-me disposição para ir além disso. E paciência.

A degradação da política é um fenômeno universal, estou certo? Por que aqui seria diferente?

Em um país desenvolvido como a Itália, por exemplo, o primeiro-ministro é um notório pilantra.

Bush foi eleito pela primeira vez com base em uma fraude referendada pela Suprema Corte - e, contudo, a democracia norte-americana é apontada como exemplar e do tipo exportação.

Compra de votos? Caixa 2? Mensalão? Políticos que promovem parentes a secretários de Estado para driblar a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu nepotismo?

É a economia o que me importa. Se ela vai bem, se minha vida melhorou, pouco se me dá se a política submerge na lama. Detesto política.

Vez por outra a Polícia Federal prende alguns meliantes que depois são libertados - alguns deles em um piscar de olhos. Dou-me por satisfeito.

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