"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quinta-feira, maio 28, 2009

Atônitos cidadãos

"Sou obrigado a reconhecer que, com toda a corrupção que teve de um tempo para cá, o que encontramos no governo Collor deveríamos ter enviado para o juizado de pequenas causas". Senador Pedro Simon

Somos culpados?

por Luiz Augusto Victorino Alves Corrêa

A cada dia um novo e mais estapafúrdio escândalo é descoberto no Congresso Nacional. Sonegação fiscal, utilização imoral e ilegal de dinheiro público, corrupção, nepotismo, corporativismo, licitação fraudulenta etc. A lista é vasta e aparentemente interminável.

Representantes eleitos para elaborar leis, fiscalizar o executivo, moralizar o país e promover o desenvolvimento e a igualdade de oportunidades, parecem ter o propósito de realizar ações opostas àquelas para as quais foram eleitos.

Muito embora não se queira partir para a generalização, está difícil achar uma exceção. Parece que nenhum congressista está isento de culpa pela prática de algum tipo de imoralidade, se é que se pode falar em imoralidades e ações antiéticas maiores e menores. Até personalidades que primavam por uma conduta considerada irrepreensível mostram seu lado obscuro na realização de atos que qualquer cidadão consideraria reprovável.

Fico imaginando a conversa entre nossos “nobres” representantes. Será que nas rodas de Brasília eles discutem sobre o desenvolvimento da nação? Sobre o baixo nível educacional da população? Sobre a fiscalização do executivo? Sobre as leis que deveriam elaborar? Seriam esses os assuntos em pauta?

No episódio do uso das cotas de passagens aéreas, aqueles que mandaram filhos, namoradas e noras para o exterior são mais éticos do que aqueles que, além de todos os parentes, propiciaram felizes viagens a amigos, vizinhos, subalternos apadrinhados etc. Quem se utilizou de 6 passagens é um político mais confiável do que aquele que distribuiu (ou negociou) 40 bilhetes aéreos? Seria necessário criar uma escala para medir irregularidades ou imoralidades?

Para jogar uma pá de cal na moralidade almejada por todos que elegem seus representantes nas nobres casas legislativas, o Sr. Luiz Ignácio Lula da Silva afirmou não achar nada de errado com a farra das passagens dos congressistas. Só gostaria de lembrar que a verba do Congresso é dinheiro do cidadão para utilização exclusiva nas funções parlamentares. Não creio que exista algum contribuinte que concorde com a distribuição a esmo de bilhetes aéreos.

Nós, cidadãos, olhando atônitos para o descalabro dos políticos, ficamos tais quais aqueles pais que consideram haver propiciado boas oportunidades ao seu filho e, ao verem que ele enveredou pelo mau caminho, se perguntam: Onde foi que nós erramos? Enfim, qual é a nossa culpa?

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails