"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

quarta-feira, outubro 31, 2007

A Copa de 2014 é nossa

Futebol é bola na rede – A Copa de 2014 é nossa

Lucia Hippolito

OK, futebol não é assunto de vida e morte. É muito mais importante!

OK, sediar uma Copa do Mundo é bacana prá burro. Não há evento (esportivo, político, bélico, nada) que reúna tanto interesse no mundo inteiro.

São bilhões de pessoas grudadas em aparelhos de rádio, TV, telões ou presentes nos estádios.

Mas o Brasil era candidato único a sediar a Copa de 2014.

Precisava aquele trem da alegria, aquela super-mega boca-livre, com o presidente da República e NOVE (!!!) governadores?!

Ah, mas Ricardo Teixeira, presidente da CBF, é muito poderoso.

Tão poderoso que controlou a CPI realizada há alguns anos no Congresso.Tão poderoso, que tem influência decisiva na escolha das cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo.

E o Pelé, expressão maior do esporte no Brasil, por que não estava presente?

Ah, porque Ricardo Teixeira, presidente da CBF, é muito poderoso. Ele e Pelé se odeiam. E o poderoso Ricardo Teixeira barra a presença de Pelé nesses eventos da CBF.

(Adivinhem de quem a posteridade vai se lembrar e quem a posteridade vai brindar com o anonimato.)

Mas Ricardo Teixeira apresentou a candidatura do Brasil como se o fato de sediar a Copa do Mundo fosse a redenção do país.

Segundo ele, com a Copa consertaremos as estradas, os portos, os aeroportos. Erradicaremos o analfabetismo.

Haverá maiores e melhores hospitais.

O problema de segurança das cidades brasileiras estará resolvido, assim como a infraestrutura de transportes urbanos.

Menos, dr. Teixeira. Menos.

A campanha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007 incluíam uma linha de metrô até a Barra da Tijuca (não saiu do papel); a completa despoluição da baía de Guanabara (não saiu do papel); a completa dragagem da lagoa Rodrigo de Freitas (realizada apenas parcialmente).

O Brasil precisa aprender que quem não cumpre promessa de campanha é político.

Um país precisa assumir os compromissos assumidos, sob pena de não atrair mais investimentos estrangeiros.

Quem é que quer botar seu dinheiro num país que não cumpre contratos?

Além disso, a Fifa não é a Odepa. A Fifa é rigorosíssima quanto à fiscalização e à cobrança do cumprimento de metas.

A partir de 2008, uma comissão da Fifa se muda para o Brasil e vai acompanhar in loco o cumprimento das promessas feitas durante a campanha para sediar a Copa.

Caso não cumpra os compromissos, em 2012 o país pode ser descredenciado.

A Fifa conta com um grupo de emergência, uma espécie de G7 do futebol. São países que podem assumir a realização de uma Copa do Mundo de um dia para o outro, se ocorre algum problema com o país-sede: desorganização, guerra, catástrofe natural, epidemia, coisas assim.

Há muito dinheiro em jogo, e não se pode deixar nada para o improviso.

Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Itália, entre outros, estão aptos a sediar rapidinho uma Copa do Mundo.

Vamos esperar que os compromissos assumidos hoje pelo Brasil com a Fifa sejam cumpridos, para que o país possa realizar uma belíssima Copa do Mundo em 2014.

A gente merece, né não?

Daqui para 2014, temos sete anos para o Brasil planejar cuidadosamente as obras que precisam ser feitas, elaborar orçamentos realistas e cumprir metas e prazos.

Não deveria ser muito difícil.

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