"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

domingo, junho 14, 2009

Caldo está engrossando

Fraude escandalosa reelege Ahmadinejad no Irã

Fonte:"the passira news" em uma de suas brilhantes reportagens

O candidato da oposição Mirhossein Mousavi, protestou alegando fraude nas eleições e foi preso, houve confrontos com a polícia e entre eleitores dos dois candidatos.

Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

Fontes: BBC Brasil, O Globo, Jornal do Brasil, Reuters, The Washington Post, Reuters

Reeleito com folgada vantagem, com 62,6 por cento dos votos, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, 52 anos, no poder desde 2005, onde chegou prometendo reviver os valores da Revolução Islâmica de 1979, expandiu o programa nuclear do Irã, “para fins pacíficos”, provocou a reação da comunidade internacional ao negar o Holocausto e pedir o fim de Israel.
O seu adversário, o moderado Mirhossein Mousavi, chamou, o resultado de uma "charada perigosa", que pode levar o país a uma tirania e falou “em violações óbvias”, no resultado suspeitíssimo, onde conseguiu apenas 33,75% dos votos, a metade do obtido por Ahmadinejad.

Foto: Ben Curtis-AP

A inédita presença maciça de votantes, 85% dos 46 milhões de eleitores, principalmente jovens e mulheres, era o indicativo do fortalecimento de Mirhossein Mousavi, que tinha um discurso mais liberal e enfrentará o atual presidente nos debates de forma contundente e corajosa empolgando significativa parcela da população. Ahmed

Foto: Jadallah/Reuters

Vale esclarecer que no Irã não existem seções eleitorais mistas, estamos vendo na foto um local de votação feminino.

Analistas iranianos e ocidentais receberam o resultado com descrédito e até frustração, esperava-se no mínimo um segundo turno. A vitória de Ahmadinejad complica os esforços do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de se aproximar de Teerã.

Foto: Damir Sagolj-Reuters

Alguns poucos analistas menos apaixonados afirmam que Ahmadinejad pode ter vencido de fato o pleito apoiado por uma maioria silenciosa, os seguidores fieis do líder religioso e principalmente das classes menos favorecidas

A campanha eleitoral dura no Irã gerou grande interesse no mundo e mobilizou os iranianos. Ela revelou divisões profundas entre os líderes que apóiam Ahmadinejad e os que são a favor de mudanças sociais e políticas.
O atual presidente acusou os seus rivais de minar a República Islâmica ao defenderem a aproximação com o Ocidente enquanto o oposicionistas Mousavi, declarou que a política externa "extremista" de Ahmadinejad tem humilhado os iranianos.

Foto: Atta Kenare-AFP/Getty Images

Os partidários do candidato oposicionista se vestiam de verdes durante a campanha

Na noite de sexta, antes do anúncio do resultado oficial, Mousavi se declarava o real vencedor, embora já denunciasse que muitas pessoas não haviam podido votar e que faltavam cédulas nas sessões onde ele era mais votado.
Trita Parsi, presidente do Conselho Nacional do Irã nos Estados Unidos, colocou em questão a grande diferença em favor de Ahmadinejad. "É difícil conceber que isso ocorreu sem trapaças", disse Parsi.
Ali Ansari, que lidera o Instituto de Estudos Iranianos na Universidade de St. Andrews, na Escócia, disse: "Os iranianos vão acordar hoje em choque, não por causa da vitória do presidente, mas por conta das proporções dessa vitória."

Foto: Behrouz Mehri-AFP/Getty Images

"Eu pessoalmente me oponho vigorosamente às muitas violações óbvias, e estou alertando que não vou me entregar a essa charada perigosa. O resultado da ação de algumas autoridades vai colocar sob risco os pilares da República Islâmica e vai estabelecer uma tirania", disse Mousavi
Mousavi disse ainda que iria revelar os "segredos por trás desta charada perigosa" e acrescentou: "eu sugiro que as autoridades parem com esta tendência antes que seja tarde demais e voltem à terra das leis e preservem os direitos das pessoas."
Mas não se pode esperar essas revelações do oposicionista. Uma entrevista marcada com correspondente estrangeiros, foi oficialmente proibida pelo governo, e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei parabenizou publicamente Ahmedinejad pela vitória e pediu a seus opositores que evitem "provocações".

Foto: Reuters

A violência do opositores derrotados

O jornal israelense "Haaretz" informou em seguida que o candidato da oposição foi preso quando se encaminhava a casa do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.
Está bloqueado o site de relacionamento Facebook, que seria utilizado por Moussavi para reportar fraudes nas eleições. Os telefones celulares também deixaram de funcionar em grande parte do tempo, desde a sexta-feira.

Foto: Getty Images

Após o anúncio da vitória de Ahmadinejad, milhares de eleitores de Moussavi se reuniram no centro de Teerã para pedir a anulação das eleições. O clima na capital ficou tenso, e houve confrontos com eleitores do presidente reeleito

Foto: Getty Images

Um manifestante tenta reanimar com massagem cardíaca, um companheiro de protesto

Apesar de a polícia ter proibido manifestações, uma multidão de três mil pessoas, a maioria jovens vestidos com a cor verde, da oposição, enfrentam a polícia nas ruas de Teerã neste sábado, perto do ministério do Interior, gritando palavras de ordem como "liberdade" e acusando o presidente de "ladrão".

Foto: AP

O governo americano não declarou reconhecer que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi reeleito . A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse esperar que o resultado do pleito reflita a opinião dos iranianos. A Casa Branca afirmou estar monitorando a eleição de perto, inclusive os relatos de "irregularidades".
O vice-ministro das Relações Exteriores de Israel afirmou que a comunidade internacional precisa impedir as aspirações nucleares do Irã.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, respaldou Ahmadinejad. Segundo Chávez, a vitória de Ahmadinejad foi "muito grande e importante" e disse ter no presidente reeleito Mahmud Ahmadinejad um dos melhores aliados neste mundo.

Foto:Reuters

Os eleitores do presidente tomaram as ruas para comemorar sua reeleição, agitando bandeiras e fazendo buzinaço.

(Veja texto de Caio Blinder no “thepassiranews”)

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