"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

terça-feira, abril 14, 2009

Racismo

ESTA MOÇA NÃO APRENDEU A ODIAR. ENTÃO UM TRIBUNAL RACIAL CASSOU A SUA VAGA NA UNIVERSIDADE

Blog Reinaldo Azevedo

A covardia tomou conta do país, e o racismo avança .
É covarde boa parte da imprensa, que se cala diante do abuso de celerados racistas!
É covarde a Justiça, que permite que a Constituição seja violada sob o pretexto de se fazer justiça histórica.
É covarde o Congresso Nacional, que tem cedido ao lobby dos racistas.
São covardes os que, mesmo discordando das leis racialistas, se conformam com a instituição de tribunais raciais no país.
É covarde o Ministério Público — quando não é conivente — ao permitir, sem dar um pio, que direitos sejam cotidianamente agravados.

Vocês certamente leram o caso da estudante Tatiana Oliveira, 22 anos, que cursa pedagogia na Universidade Federal de Santa Maria. Apelou à lei das cotas para ingressar na faculdade. Declarou-se parda. Segundo entendi, seu pai é mestiço, e a mãe é branca. Leiam o que foi publicado no Globo On Line. Retomo em seguida:

Logo depois da aprovação, Tatiana entregou os documentos que a UFSM exige dos futuros alunos. No caso dos cotistas afro-brasileiros, é necessária uma autodeclaração do aprovado dizendo que é negro ou pardo. Tatiana fez o que foi pedido e começou as aulas normalmente. A surpresa veio no dia 18 de março, quando ela foi convocada para comparecer a uma entrevista na reitoria.
Segundo Tatiana, na reunião estavam sete pessoas, três negras. Por alguns minutos, eles a teriam questionado sobre sua raça, se já havia sofrido preconceito e o porquê da opção pelo sistema de cotas. Tatiana, filha de branca e pardo e neta de negro, respondeu:
- Eu falei que me considero parda. Menos parda do que meu pai, porque minha mãe é branca. Respondi que nunca sofri preconceito e que escolhi me inscrever no sistema de cotas porque ele dá chance para que nós, de cor parda, possamos ingressar na universidade. Falei a verdade - diz Tatiana.
Depois da entrevista, ela foi comunicada pela coordenadora do seu curso que a sua matrícula foi cancelada. A decisão revoltou Tatiana e sua mãe, a técnica em Enfermagem Adriana Oliveira.
- O que a UFSM quer? Que só entre quem já sofreu preconceito? Ninguém aqui usou de má-fé para conseguir uma vaga. A Tatiana só se inscreveu por cotas porque entendemos que era um direito dela. Mas, pelo jeito, agora teremos de definir a cor da minha filha na Justiça - indigna-se Adriana.

Voltei
Olhem a que ponto chegou a estupidez! Escrevi há uns dois ou três dias que os negros, no Brasil, são 6% da população. Um leitor, realmente curioso, indagou: “Ué, mas os negros já não são mais de 50% do país?” Não, não são, não, meu caro! Trata-se de uma mentira política e de uma farsa ideológica.
Em dezembro do ano passado, o Ipea, em parceria com o IBGE, divulgou a falácia de que os negros já são 49,8% dos brasileiros — 51,1% da população masculina. Como é que 6% viram 49,8%? Simples: pegaram os 43,8% de mestiços e somaram aos 6% realmente negros, e todos ficaram sendo “negros”.
E “ser negro” está começando a virar uma categoria política no Brasil.

Esse grupo que o Ipea/IBGE pretende chamar de “negro” correspondia a 45,1% da população em 1993. Em 2007, saltou para 49,8%!!! Teria havido uma explosão de natalidade? Não! Como a pesquisa é feita com base na autodeclaração, é evidente que mais gente passou a se declarar “negra” ou, a exemplo de Tatiana, “parda” porque isso passou a ser uma vantagem competitiva.

Os números de dezembro de 2008 tinham sido parcialmente antecipados no dia 13 de maio daquele ano por ocasião dos 120 anos da Abolição. Divulgaram-se, então, dados com o perfil racial das regiões brasileiras. A vigarice é tal, que se sustenta que a Região Norte tem 85% de... negros! É um escândalo estatístico e histórico. E que pode ser percebido a olho nu. A esmagadora maioria dos “pardos” daquela região deriva da mestiçagem de branco com índio. VALE DIZER: SE, NO PASSADO, FEZ-SE UM ESFORÇO DE EMBRANQUECIMENTO DO BRASIL, HOJE, FAZ-SE O ESFORÇO DO ENEGRECIMENTO.

Antes que avance, uma observação. Não me venham com a tolice de que os números são sérios porque tirados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), O Pnad não determina que “pardo” é igual a “negro”. Essa é uma leitura política, não técnica. Adiante.

Comissão fascistóide
Mesmo diante dessa avalanche de mentiras, de leituras ideologicamente interessadas, não imaginei possível a brutalidade que colheu a estudante Tatiana. Não, eu não acho que ela seja “negra”. Quem diz que ela é negra é o IBGE. Quem diz que ela é “negra” é o Ipea. Quem diz que ela é negra é a política de cotas raciais. ATENÇÃO: TATIANA ESTÁ NOS NÚMEROS OFICIAIS QUE DIZEM HAVER 49,8% DE NEGROS NO BRASIL. OU BEM ELA É NEGRA E TEM “DIREITO” À SUA VAGA (SEGUNDO A POLÍTICA DE COTAS VIGENTES), OU BEM, COMO É FATO, ESSES NÚMEROS SÃO FALSOS, E A POLÍTICA DE COTAS RACIAIS FICA ABSOLUTAMENTE DESMORALIZADA. Sim, os números são falsos, e tal expediente já se desmoralizou. Mas está em vigência. E Tatiana não pode ser discriminada por uma comissão que agora decide quem é e quem não é negro. Grupos como esse foram muito ativos na Alemanha nas décadas de 30 e 40 do século passado...

Não basta ser negro...
Acontece, meus caros, que não basta ser negro; é preciso também ser vítima. Não basta dizer-se pertencente a uma minoria; é preciso também aderir à política do coitadismo. Não basta dizer-se pertencente ao grupo; é preciso exercitar um tanto de rancor. NÃO BASTA TER UM DIREITO (OU PRIVILÉGIO); É PRECISO TAMBÉM SER UM MILITANTE DA CAUSA. E Tatiana não é. Tatiana é alguém a quem foi dado um “direito” — a ela e a milhões de outros. E ela resolveu exercitá-lo.

Um certo Jorge Luiz da Cunha, pró-reitor de Graduação da universidade, que assina os documentos de cancelamento de vaga, disse o seguinte em entrevista: “Ela respondeu que nunca sofreu discriminação, que nunca se considerou parda, que se considera mais clara que outros integrantes da sua família e que, no vestibular, foi a primeira vez que se disse ‘parda’. Partindo do espírito das políticas de ações afirmativas, a comissão, que inclusive tem representantes do Movimento Negro, entendeu que ela não se sente participante desse grupo”.

Entenderam? Se o Ministério Público tiver vergonha na cara, aciona este senhor sob a acusação de abuso de autoridade. A lei das cotas raciais não exige que a pessoa se sinta discriminada ou tenha sido alvo de preconceito. O fato de haver pessoas do “Movimento Negro” — o “movimento” agora virou tribunal racial? — na comissão não torna legal a arbitrariedade. E se Tatiana tivesse mentido? Onde é que está escrito que só os sofredores têm direito a cotas?

Observem como as coisas se dão. Essa gente toma para si a Constituição e resolve reinterpretá-la ao bel-prazer, transformando a desigualdade em instrumento de justiça. Para que pudesse lograr o seu intento, reivindicou o direito de DECIDIR QUEM É NEGRO. E foi assim que os mestiços se tornaram, então, negros. Agora que lhe foi dado esse poder, executa a manobra típica das revoluções vitoriosas: começou a fase dos expurgos. E AQUELES QUE DECIDIRAM QUEM É NEGRO COMEÇAM A DECIDIR QUEM NÃO É NEGRO. Antes, diziam reivindicar um direito. Agora está claro que, de fato, eles se tornaram concessores de privilégios.

O Senado discute uma lei que oficializa o racismo no país sob o pretexto de instituir uma política de cotas em todas as escolas federais. Que preste bem atenção ao caso da estudante Tatiana. Obviamente parda, ela foi vítima de um tribunal racial. Não que a cor de sua pele não lhe dê “direito” à cota — segundo a lei vigente, dá, sim. Ocorre que o problema de Tatiana está no coração: FALTA-LHE A DOSE NECESSÁRIA DE ÓDIO, QUE É O VERDADEIRO ALIMENTO DO RACISMO. DE QUALQUER RACISMO.

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