"Deus me respeita quando eu trabalho. Mas me ama quando eu canto."

segunda-feira, novembro 12, 2007

Assino embaixo

O Momento Exato

Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Sempre ouvi dizer que o rei do ‘timing’ – palavrinha que significa exatamente a seleção do momento exato para se obter o efeito máximo – era meu querido Frank Sinatra.

Mas hoje tivemos uma demonstração cabal de que, fosse cantora, a ministra Dilma tiraria esse título do saudoso ‘old blue eyes’. A jovem senhora entrou com o assunto da descoberta da assombrosa bacia petrolífera no momento certo, num timing para lá de perfeito.

Na véspera, o presidente Lula, exaltado, com o rosto naquele tom vermelho-irritação já nosso conhecido, exprimia sua animosidade contra os que comentavam a crise do gás. Que crise, disse o presidente? Um ‘probleminha’ no Rio de Janeiro logo se transforma numa crise? Que crise?

O homem estava tão alterado que temi por sua saúde. Ainda mais depois de ler as declarações muito altaneiras de Evo Morales sobre a nova relação entre o Brasil e a Bolívia. Namoro novo, em novas bases, a pedido do rapaz rico, o Zé Brasil. A mocinha pobre, Maria Bolívia, faz exigências. Foram quatro horas de exigências e o Gabrielli lá firme, como mediador entre as partes, até a redação final do pacto antenupcial.

Até esse namoro dar frutos, ou seja, até a Bolívia receber dinheiro suficiente para aumentar a exploração de suas jazidas e começar a exportar mais gás para o Brasil e para seus outros clientes – sim, ela não prometeu fidelidade eterna – ainda vai levar um tempinho.

Os usuários do gás natural vão sofrer um aumento que virá, ao que dizem, parcelado. Mas o que eles dizem, eu não escrevo. Não troquei os queimadores do meu fogão e não aceitei as exigências da CEG por ser fanática pelo gás natural. Foi a Companhia Estadual do Gás que nos foi obrigando, bairro por bairro desta cidade do Rio de Janeiro, a passar de um tipo de gás para outro, segundo sua conveniência.

Espero que não se esqueçam disso. Nem dos taxistas. Que são muitos e bastante influentes. E que o presidente não volte a dizer que faltar gás é um ‘probleminha’ no Rio de Janeiro. Não é. É um problemão!

Essa bacia petrolífera, gigantesca, pois vai de Santa Catarina ao Espírito Santo, está a uma profundidade inalcançável hoje em dia. Desde o início do ano que se fala nessa maravilhosa descoberta. Surpreendeu a generosidade com que o presidente permitiu que seu anúncio fosse feito pela ministra e não por ele, pessoalmente, em cadeia nacional de TV. Ou que não tivesse deixado para fazer o anúncio no primeiro dia de funcionamento da TV Brasil. Não teria sido uma estréia e tanto?

Mas quem sabe faz a hora e não espera acontecer, não é, ministra? Pelo menos nos próximos dias não se vai falar em apagão do gás, ou falta de chuva, ou perigo de falta de luz. O povão vai mesmo é comemorar a descoberta desse mar de petróleo e a estrela do Lula.

Cada qual com seu cada qual. Se vai haver quem comemore, eu, da minha parte vou ficar satisfeita em ver que o PSDB pode voltar a ser um partido de oposição com a alma bem tranqüila: o Brasil passou, segundo dona Dilma, para a nona posição em reservas petrolíferas. Não precisa da CPMF. Acho que até o etanol vai tirar umas férias.

Apesar de extremamente desiludida com os partidos de oposição, ainda venho lhes pedir que não discutam mais com o Governo. Já não fecharam questão? Então. O próximo presidente vai usufruir desses 800 milhões de barris de petróleo de boa qualidade. Diante disso, a CPMF é troco. Acabem com esse troco.

E mais um conselho: não é meu. É de Alexandre Dumas Filho: “Não discutam jamais, vocês não convencerão ninguém. As opiniões são como pregos; quanto mais batemos neles, mais os cravamos”.


*
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•` * Ana Maria

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails